As ações do Grupo Casas Bahia (antiga Via) passam a ser negociadas na bolsa brasileira sob novo ticker a partir desta quarta-feira (20): o código do papel passa de VIIA3 para BHIA3.
A mudança vem na esteira da mudança de nome do grupo, anunciada no dia 12 de setembro. Cerca de 2 anos após a troca de nome de Via Varejo para apenas Via, a empresa anunciou que decidiu adotar o nome de seu principal negócio, as Casas Bahia.
A troca aconteceu em meio a um momento difícil para a companhia, que vê suas ações caírem em meio a piora de seus resultados e rebaixamento de classificação de risco.
A companhia também anunciou que iria retomar o antigo slogan da marca. “Adicionalmente, retomaremos o slogan histórico da Casas Bahia, identificado por décadas pelas famílias brasileiras: ‘dedicação total a você’.”
No mês de setembro, a ação acumula desvalorização superior a 40% até o fechamento da véspera. Nesta terça, o papel encerrou o dia cotado a R$ 0,75.
Empresa em dificuldades
Com endividamento crescendo e prejuízo aumentando, a Via tenta levantar recursos no mercado, mas especialistas seguem pessimistas em relação ao negócio da varejista para os próximos meses. No dia 8 de setembro, a agência de classificação de risco S&P Global anunciou o corte da nota de crédito da empresa de brAA- para brA- com perspectiva negativa, citando alavancagem acima do esperado.
O papel vinha se destacando entre os piores desempenhos do Ibovespa. A empresa vem acumulando prejuízos há 4 trimestres consecutivos, em resultados negativos que só pioram. No segundo trimestre de 2023, o prejuízo foi de R$ 492 milhões, contra R$ 297 milhões nos meses anteriores.
Em meio às dificuldades, a empresa divulgou ao mercado um plano de reestruturação com menos estoques, e também anunciou na semana passada uma oferta primária subsequente de ações (follow-on), com expectativa de levantar cerca de R$ 1 bilhão que serão usados para melhoraria da estrutura de capital da empresa.
Especialistas concordam que o endividamento é um dos itens mais preocupantes no balanço da Via. No último semestre, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda da Via (ou seja, o endividamento comparado com a capacidade de geração de caixa da empresa) ficou em 4,76, contra 3,7 do setor como um todo, segundo dados da ferramenta ValorPro.
*Texto de Karina Trevizan.
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