Em 2024, foram R$ 2,2 bilhões em 303 casos, de acordo com um relatório da consultoria americana Chainalysis. Em 2023, 282 ataques drenaram US$ 1,8 bilhão.
Para dar uma ideia do tamanho do ataque à Bybit: o até então maior hack cripto da história tinha sido de “apenas” US$ 625 milhões, roubados da plataforma Ronin Network em 2022.
Os casos de hack, ou seja, de roubo via invasão de sistemas, vivenciaram um salto desde 2021, quando o bitcoin passou pela primeira vez de US$ 60 mil, puxando a valorização de outras criptomoedas.
Isso “inspirou” mais ataques, que passaram 119 em 2020 para 279 em 2021 – e mantiveram-se num patamar próximo disso nos anos seguintes. Veja aqui:
Com as criptos valendo mais e as corretoras sofrendo mais ataques: a média de valores roubados quadruplicou, de US$ 700 milhões por ano entre 2017 e 2020 para US$ 2,7 bilhões entre 2021 e 2024.
Agora, com 2025 já inflado pelo roubo de US$ 1,4 bilhão da Bybit, a tendência é que essa média suba. Confira abaixo os sete maiores casos de hack do mundo cripto:
1 – Bybit (US$ 1,46 bilhão, fevereiro de 2025)
Há pouco mais de uma semana, a segunda maior exchange do mundo sofreu um ataque que drenou US$ 1,46 bilhão em ethereum (ETH) de suas carteiras. Um hacker assumiu o controle de uma das carteiras de ethereum da Bybit e passou o dia transferindo os ativos para diferentes endereços, de modo a dificultar as tentativas de rastreio. Não foi só o maior roubo da história das criptos; foi o maior da história dos roubos mesmo. Para comparar: no universo dos assaltos a banco, o maior de todos envolveu US$ 300 milhões, roubados de um banco de investimentos do Iraque em 2007.
2 – Ronin (US$ 625 milhões, março de 2022)
O alvo aqui foi a rede que dá suporte ao Axie Infinity, uma plataforma de jogos em blockchain – nas quais você compra e vende itens virtuais usando cripto. Hackers violaram essa rede, chamada Ronin, e roubaram US$ 625 milhões em ethereum e na stablecoin USDC. Investigadores disseram que um coletivo de hackers apoiado pela Coreia do Norte, o Lazarus Group, estava ligado ao roubo. A Sky Mavis (desenvolvedora do Axie Infinity) conseguiu recuperar uma pequena fração, de US$ 5,7 milhões.
3 – Poly Network (US$ 611 milhões, agosto de 2021)
Um hacker atacou a plataforma de finanças descentralizadas Poly Network e roubou US$ 611 milhões. Os desenvolvedores do projeto fizeram um apelo no X pelos fundos roubados, que incluíam US$ 33 milhões na stablecoin Tether. E, veja só, os fundos foram devolvidos. O hacker tinha feito o ataque “por diversão”, para demonstrar a vulnerabilidade do sistema.
4 – Binance (US$ 570 milhões, outubro de 2022)
Imagine entrar no site do banco e digitar um saldo na sua conta. O saldo que você quiser. Foi isso que hackers fizeram no sistema da Binance, a maior exchange do mundo. A corretora tem sua cripto própria, a Binance Coin (BNB), e ela é a quinta maior do mundo em valor de mercado. Suas 142 milhões de unidades valem US$ 83 bilhões. Pois bem: hackers invadiram o sistema, conseguiram criar US$ 570 milhões em novas BNBs e começaram a vender no mercado. A Binance percebeu e “congelou” os novos tokens, mas os hackers já tinham conseguido tirar US$ 100 milhões.
5 – Coincheck (US$ 523 milhões, janeiro de 2018)
A exchange japonesa Coincheck sofreu um roubo de US$ 523 milhões em criptomoedas NEM. O presidente da NEM Foundation, Lon Wong, descreveu o caso como “o maior roubo da história do mundo” – e àquela altura era mesmo. A Coincheck sobreviveu ao hack e continuou operando, até comprada alguns meses depois pela empresa japonesa de serviços financeiros Monex Group.
6 – FTX (US$ 477 milhões, novembro de 2022)
No dia em que entrou com um pedido de falência, a exchange FTX foi roubada em US$ 477 milhões. Diversos usuários relataram que seus saldos foram zerados, e a FTX afirmou que seu site estava repleto de softwares maliciosos, que invadiam os computadores dos clientes e conseguiam acesso aos recursos.
7 – Mt. Gox (US$ 473 milhões, fevereiro de 2014)
Foi o primeiro grande roubo nesse estilo: a exchange Mt. Gox perdeu 650 mil bitcoins de clientes e 100 mil próprios, o que na época era equivalente a 7% de todo bitcoin (BTC) em circulação no mundo. O valor só não foi absurdamente maior porque, na época, o BTC valia cerca de US$ 600. Hoje, com a cripto a US$ 83 mil, esse roubo equivaleria a US$ 62 bilhões. De qualquer forma, foi um baque para o mundo cripto – o bitcoin perderia metade do valor nos meses seguintes, por conta do medo de novos ataques.