Finanças
Ibovespa recua mais de 1% em dia de decisão do Copom; dólar sobe
Investidores mantiveram o foco na política monetária definida no fim desta quarta-feira e reagiram aos balanços.
O principal índice de ações da B3, o Ibovespa, encerrou o pregão em queda nesta quarta-feira (02), enquanto investidores aguardavam as decisões a serem divulgadas após o final da reunião do Copom e mantiveram o foco na divulgação dos balanços. O dia também foi marcado pelo dado da produção industrial, que subiu 2,9% em dezembro. O dólar, por sua vez, avançou.
No dia, o Ibovespa recuou 1,18%, aos 111.894 pontos. Já o dólar subiu 0,09%, comercializado a R$ 5,2754.
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- Cotação do dólar hoje
- Cotação de criptomoedas hoje
Cenário interno
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (2) que decidiu elevar a Selic, a taxa básica de juros, para 10,75% ao ano, em uma alta de 1,5 ponto percentual. Foi o 8º avanço seguido, levando a taxa ao maior patamar desde janeiro de 2017.
Mais: Selic em 10,75%: quanto rendem as aplicações e onde investir agora
O Banco Central tem endurecido o ritmo de aperto da Selic em meio à alta da inflação. Em janeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,58%, sobre alta de 0,78% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima das expectativas do mercado.
Câmbio
Alguns participantes do mercado atribuíram a recuperação do dólar a um movimento de ajuste, já que a moeda norte-americana vem de uma sequência de quatro pregões consecutivos de desvalorização, período em que acumulou baixa de 3,04%.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou em R$ 5,2732 na venda, mínima desde 16 de setembro do ano passado (R$ 5,2654).
Apesar da valorização da moeda norte-americana nesta manhã, André Digiacomo, estrategista de juros e moedas para América Latina do BNP Paribas, afirmou que enxerga vários fatores de suporte para o real, que explicariam a acentuada baixa acumulada pelo dólar neste início de ano, de 4,8% até o momento.
Um desses fatores é o ciclo de aperto monetário do Banco Central, uma vez que custos de empréstimos mais altos por aqui aumentam o carrego (retorno oferecido por diferenciais de taxas de juros) da moeda brasileira. “Olhando a Selic hoje e o carrego anual do real –em torno de 10%– é dificil, caro, o investidor manter posições negativas na divisa”, explicou Digiacomo.
“Além da alta da Selic, temos outros colchões: uma conta corrente em níveis mais sustentáveis, termos de troca melhores e preços altos das commodities”, o que pode proteger o real dos efeitos de eventuais aumentos de juros nos EUA.
Destaques da bolsa
Os papéis do Banco Inter (BIDI11) cederam 9,54%, para R$ 25,4, enquanto os do Instituto de Resseguros do Brasil (IRBR3) caíram 9,04%, negociados em R$ 3,02, e BRF (BRFS3) declinaram 8,18%, para R$ 19,87, em dia negativo para a maior parte das empresas que compõem o indicador.
Na outra ponta, a Positivo (POSI3) avançou 3,57%, para R$ 9,58, seguida da Qualicorp (QUAL3) com alta de 1,6%, para R$ 18,37.
- Saiba mais destaques, assista ao Boletim:
Bolsas mundiais
Wall Street
Os três principais índices de Wall Street fecharam em alta nesta quarta-feira, na quarta sessão consecutiva de ganhos após um início de ano turbulento, com o mercado amparado pelos resultados sólidos da Alphabet, controladora do Google, e da fabricante de chips Advanced Micro Devices.
O índice S&P 500 fechou em alta de 0,94%, a 4.589,38 pontos. O Dow Jones subiu 0,63%, a 35.629,33 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,5%, a 14.417,55 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira, com fortes resultados corporativos do quarto trimestre e possibilidades de acordos entre empresas superando preocupações com aumentos de juros, antes de decisões importantes de bancos centrais previstas para quinta-feira.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,63%, a 7.583,00 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,04%, a 15.613,77 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,22%, a 7.115,27 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,60%, a 27.388,73 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,15%, a 8.713,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,04%, a 5.627,96 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações japonesas fecharam em alta nesta quarta-feira, depois que os ganhos em Wall Street melhoraram o apetite por risco e levaram investidores a buscar ações que foram liquidadas no mês passado e aquelas com perspectivas robustas.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,68%, a 27.533 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG permaneceu fechado.
- Em XANGAI, o índice SSEC não abriu.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, não teve operações.
- Em SEUL, o índice KOSPI ficou fechado.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX não teve operações.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES permaneceu fechado.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,17%, a 7.087 pontos.
*Com informações da Reuters.
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