Finanças
Ibovespa fecha em queda, à espera do Copom e exterior negativo; dólar sobe
Mercado repercutiu corte de rating dos EUA pela agência Fitch.
O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (2), enquanto o dólar teve alta, em dia marcado por perdas expressivas em Wall Street após corte da nota de crédito dos Estados Unidos e com os agentes financeiros voltando as atenções para o Banco Central (BC), que pode começar um esperado processo de flexibilização monetária no Brasil. A temporada de resultados também continuou no radar.
No dia, o Ibovespa recuou 0,32%, aos 120.858 pontos. Já o dólar subiu 0,31%, a R$ 4,80.
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No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,645%, ante 12,604% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,665%, ante 10,645% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,04%, ante 10,096% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,08%, ante 10,153%.
Copom
Nesta quarta-feira, será definida a nova taxa básica de juros, a Selic, com muitas expectativas de que o BC enfim comece o afrouxamento monetário. Porém, não há consenso sobre o tamanho do corte.
O Boletim Focus divulgado na segunda-feira (31) pelo BC mostrou que a expectativa dos especialistas do mercado financeiro é de um corte de 0,25 ponto percentual nesta reunião. Em pesquisa feita pela agência Reuters, a maioria dos economistas consultados também espera que o BC corte os juros básicos em 0,25 ponto percentual.
Já os contratos de Opção de Copom mostram a maioria das expectativas por um corte de 0,5 ponto percentual, com 52%. A curva a termo de juros embute probabilidade de 52% de que o BC cortará a Selic em 0,50 ponto.
Cenário externo
O mercado repercutiu ainda o rebaixamento pela Fitch da recomendação dos Estados Unidos para AA+, de AAA, em uma medida que provocou uma resposta irritada da Casa Branca e surpreendeu os investidores, apesar da resolução há dois meses de uma crise do teto da dívida. Os especialistas, no entanto, veem impacto limitado nos mercados.
Segundo a Guide Investimentos, o rebaixamento do rating levanta a preocupação de uma realização nos mercados, que parecem já estar bem esticados.
“Contudo, não acreditamos que a revisão tenha um impacto prolongado nos ativos, uma vez que já havia alguma expectativa de que o as agências de rating pudessem revisar a nota dos EUA após a crise da dívida”.
Guide Investimentos.
Ainda do cenário externo, o o relatório de Emprego Nacional da ADP mostrou nesta quarta-feira que a criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos aumentou mais do que o esperado em julho, apontando para a contínua resiliência do mercado de trabalho que pode proteger a economia de uma recessão.
Foram abertas 324 mil vagas de emprego no setor privado no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 189 mil postos. Os dados de junho foram revisados para baixo para mostrar 455 mil vagas abertas, em vez das 497 mil relatadas anteriormente.
O mercado de trabalho está desacelerando gradualmente, apesar dos aumentos de 5,25 pontos na taxa de juros pelo Fed desde março de 2022.
Destaques da B3
A ação da Cielo (CIEL3) recuou 9,15%, após reportar lucro líquido de R$ 708,5 milhões no segundo trimestre deste ano, alta de 11,5% frente ao mesmo período do ano anterior, diante de elevação de receitas, queda nas despesas e efeito contábil positivo por reversão de provisões.
A ação preferencial da Petrobras (PETR4) caiu mais de 0,23%, em sessão de fraqueza dos preços do petróleo no exterior e ainda afetada por especulações envolvendo os preços dos combustíveis. O presidente da companhia, Jean Paul Prates, disse que apresentou na terça-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um panorama geral sobre os seis meses de sua gestão e planos para o futuro da empresa, e acrescentou que não tratou sobre preços de combustíveis. A petrolífera divulga na quinta-feira seu resultado do segundo trimestre.
A Vale (VALE3) recuou 1,63%, conforme os futuros do minério de ferro recuaram na Ásia. O contrato mais negociado em Dalian, na China, caiu 1,07%, enquanto o minério de ferro de referência em Cingapura recuou 1,35%, para US$ 104,6 a tonelada.
A ação da Azul (AZUL4) recuou mais de 1,64%, tendo como pano de fundo anúncio da Latam Airlines de que realizou nesta quarta-feira o primeiro voo associado à sua joint venture com a norte-americana Delta no mercado brasileiro, inaugurando a rota entre o aeroporto de Guarulhos (SP) e Los Angeles, nos Estados Unidos
Bolsa globais
Wall Street
Wall Street fechou em queda nesta quarta-feira, com os índices S&P 500 e Nasdaq em baixa pelo segundo dia consecutivo, conforme investidores embarcaram em uma rodada de realização de lucros um dia depois que a agência de risco Fitch rebaixou a recomendação de crédito do governo dos Estados Unidos.
De acordo com dados preliminares, o Dow Jones caiu 0,93%, para 35.298,59 pontos. O S&P 500 recuou 1,38%, para 4.513,46 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq perdeu 2,08%, para 13.987,15 pontos.
Europa
As ações europeias caíram para os menores níveis em duas semanas nesta quarta-feira em meio a perdas generalizadas, com os investidores fugindo de ativos mais arriscados após o rebaixamento inesperado do rating dos Estados Unidos pela Fitch.
“O rebaixamento parece ter levado a mais realização de lucros devido à fraqueza que começou ontem, por causa de preocupações com dados econômicos mais fracos e perspectivas de balanços”
Michael Hewson, analista-chefe de mercado da CMC Markets
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,35%, a 460,84 pontos, seu patamar mais baixo desde 18 de julho, ampliando as perdas para o segundo dia consecutivo.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,36%, a 7.561,63 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,36%, a 16.020,02 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,26%, a 7.312,84 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,30%, a 28.974,54 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,83%, a 9.328,70 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,67%, a 5.978,99 pontos.
Ásia
As ações da China e de Hong Kong recuaram nesta quarta, após uma recente alta impulsionada por expectativas de estímulo, já que alguns investidores registraram lucros na ausência de medidas concretas de Pequim para sustentar a economia.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 2,30%, a 32.707 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,47%, a 19.517 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,89%, a 3.261 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,70%, a 3.969 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,90%, a 2.616 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,85%, a 16.893 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,45%, a 3.325 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,29%, a 7.354 pontos
*Com informações da Reuters.
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