O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (4) após ganhar fôlego com impulso da ação da Petrobras (PETR3 e PETR4) depois que o senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado pelo novo governo para o comandar a estatal, afirmou que não haverá intervenção nos preços dos combustíveis. O dólar fechou estável, em dia de divulgação da ata do Federal Reserve (Fed) e com investidores ajustando posições após salto recente da moeda.
No dia, o Ibovespa avançou 1,12%, aos 105.334 pontos. Já o dólar subiu 0,01%, negociado a R$ 5,4523.
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Fator Petrobras
A melhora da bolsa veio a reboque da recuperação das ações da Petrobras, na esteira das declarações de Prates. Seus comentários serviam como argumento para a melhora dos papéis após quedas seguidas e sensibilidade de agentes financeiros ao tema.
Prates afirmou a jornalistas no Palácio do Planalto que não haverá desvinculação dos preço internacional, tampouco interferência direta nos preços de combustíveis. Ele acrescentou que a ideia é desvincular preço de paridade de importação (PPI), conforme sinalizado anteriormente pelo executivo.
“A afirmação de Prates de que os preços serão de mercado com influência da oscilação internacional ao invés de um preço ‘abrasileirado’ como sugerido anteriormente deu grande alivio ao preço das ações da Petrobras’, afirmou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.
Reformas
Ainda no cenário interno, o mercado repercute declarações sobre possíveis mudanças na reforma da Previdência. “O noticiário político segue adicionando pressão no cenário doméstico – com dúvidas na dinâmica da dívida pública nos próximos anos e temores sobre eventual revogação de leis e reformas – agora com a possibilidade de nova reforma na Previdência“, destacou a XP Investimentos em nota a clientes.
Mais cedo nesta quarta, repercutiu a fala do ministro da Casa Civil, Rui Costa, a jornalistas que o governo não está avaliando neste momento revisão de reformas anteriores, incluindo a da Previdência.
Também nesta quarta, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, assumiu o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e disse que a reforma tributária é fundamental à reindustrialização.
“O fortalecimento da nossa indústria passa, invariavelmente, pela redução do custo Brasil e pela melhoria do ambiente de negócios no país. Nesse contexto, a reforma tributária é fundamental”, disse Alckmin.
Os comentários vieram um dia depois de o novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, ter criticado em seu discurso de posse o que chamou de “antirreforma” da Previdência do governo Jair Bolsonaro, sinalizando que pode discutir mudanças.
Cenário externo: ata do Fed
O dia foi marcado ainda pela divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed). O documento mostrou que as autoridades presentes na reunião de 13 a 14 de dezembro concordaram que o Fed deveria diminuir o ritmo de seus aumentos, permitindo que os juros continuem a ser elevados para controlar a inflação, mas de maneira gradual para limitar riscos ao crescimento econômico.
Com isso, há uma indicação de que pode haver redução do ritmo de 0,25 ponto percentual a partir da reunião de 31 de janeiro a 1º de fevereiro, mas também ficou aberta a possibilidade de uma taxa “terminal” ainda maior do que o previsto se a inflação elevada persistir.
O documento também enfatiza a explicação de que a decisão de passar para movimentos menores de juros não deve ser interpretada pelos investidores ou pelo público em geral como um enfraquecimento de seu compromisso de trazer a inflação de volta à meta de 2% do banco central.
Beto Saadia, economista e sócio da BRA-BS, lembra que o relatório mensal de empregos do Departamento de Trabalho que será divulgado na sexta-feira (payroll) será um fator importante na próxima decisão do Fed de fevereiro.
“Não importa como você analisa o mercado de trabalho, todos dados que a gente enxerga é que eles estão aquecidos. E a continuidade da pressão sobre salário pode fazer a inflação voltar a acelerar até outros setores que já estava em processo de desaquecimento”, comenta o economista.
Bolsas mundiais
Wall Street
O índice S&P 500 encerrou em alta nesta quarta-feira na esteira da divulgação da ata da última reunião do Fed.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,76%, para 3.853,39 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,72%, para 10.461,95 pontos. O Dow Jones subiu 0,41%, para 33.271,30 pontos.
Para Celso Pereira, diretor de Investimentos da Nomad, assumindo que os juros ficarão levemente acima de 5% em 2023, “a previsão para a bolsa de valores nos Estados Unidos é de um ano fraco, que não devolverá as perdas substanciais de 2022 (o índice S&P 500 – principal índice de grandes empresas dos EUA – caiu 19,4% em 2022, pior ano desde 2008)”.
Europa
As ações europeias fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira, depois de leitura de inflação mais baixa da França e dados de atividade empresarial melhores do que o esperado impulsionarem o ânimo.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,38%, a 440,19 pontos, pairando próximo à máxima em três semanas.
Dados divulgados nesta quarta-feira mostraram que a atividade empresarial da zona do euro contraiu menos do que se pensava inicialmente, um indicação de que a recessão do bloco pode não ser tão profunda quanto se temia.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,41%, a 7.585,19 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 2,18%, a 14.490,78 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 2,30%, a 6.776,43 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,74%, a 24.860,56 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,93%, a 8.559,80 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,64%, a 5.866,87 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de Hong Kong saltaram para o nível mais alto desde julho enquanto o mercado acionário da China ampliou os ganhos, uma vez que as expectativas de recuperação pós-covid e políticas de apoio aos setores imobiliário e de tecnologia impulsionaram o mercado.
O índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com alta de 0,13%, enquanto o índice de Xangai subiu 0,22%. O índice Hang Seng de Hong Kong terminou com avanço de 3,22%.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,45%, a 25.716 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 3,22%, a 20.793 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,22%, a 3.123 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,13%, a 3.892 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,68%, a 2.255 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,18%, a 14.199 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,10%, a 3.242 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,63%, a 7.059 pontos.
*Com informações da Reuters.
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