O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, caiu nesta segunda-feira (11), fechando próximo das mínimas, diante de aversão ao risco em Wall Street com a alta dos rendimentos de títulos do governo norte-americano e em meio à preocupação com inflação no Brasil e nos Estados Unidos. O dólar oscilou na sessão do dia, mas acabou fechando em queda, seguindo um alívio que beneficiou outras moedas emergentes

No pregão do início desta semana, o Ibovespa caiu 1,16%, aos 116.952 pontos. Já dólar caiu 0,41%, comercializado a R$ 4,6899.

Cenário interno

Investidores avaliaram novas indicações sobre os próximos passos do Banco Central sobre a taxa básica de juros da economia, a Selic, depois que os dados de março do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) surpreenderam para cima e colocaram em xeque a perspectiva de encerramento do ciclo de alta dos juros em maio.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda que a alta dos preços em março, maior aumento para o mês em 28 anos, foi uma surpresa. Ele afirmou ainda que o BC está aberto a analisar o cenário se houver algo diferente do padrão.

Seus comentários vêm depois de repetidas indicações de que o Banco Central estacionaria a taxa Selic em 12,75% em maio, ante patamar atual de 11,75%.

Bolsas mundiais

Wall Street

Wall Street fechou em expressiva baixa nesta segunda-feira, após investidores iniciarem a semana encurtada por um feriado em um clima de pouca demanda por risco, conforme o aumento dos rendimentos dos títulos pesou sobre ações de crescimento –que têm forte peso nos índices– antes da divulgação de importantes dados de inflação nos EUA.

Os três principais índices de ações norte-americanos terminaram em queda. Papéis de tecnologia e relacionados puxaram o índice tecnológico Nasdaq para baixo.

O índice S&P 500 fechou em queda de 1,69%, a 4.412,53 pontos. O Dow Jones caiu 1,19%, a 34.308,08 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 2,18%, a 13.411,96 pontos.

Europa

Fachada da antiga Bolsa de Valores de Paris 09/03/2022 REUTERS/Sarah Meyssonnier

As ações europeias caíram nesta segunda, com o aumento dos rendimentos dos títulos golpeando papéis de tecnologia e a volatilidade dominando as ações de primeira linha francesas, com previsões de uma disputa acirrada entre o presidente Emmanuel Macron e a desafiante de extrema-direita Marine Le Pen no turno final da eleição.

O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 0,6%, arrastado por uma queda de 2,2% nas ações de tecnologia.

O francês CAC 40 subiu 0,1%, com resultados parciais colocando Macron em primeiro lugar após o primeiro turno de votação na eleição presidencial de domingo, embora pesquisas do Ifop previssem um segundo turno apertado em 24 de abril, com 51% para Macron e 49% para Le Pen.

Os ativos franceses tiveram um desempenho inferior ao de seus pares recentemente, com investidores avaliando a possibilidade de uma vitória de Le Pen, cuja agenda de protecionismo, cortes de impostos e nacionalização tem gerado inquietação nos mercados. O CAC 40 cai 1,6% até agora em abril, enquanto o STOXX 600 sobe 0,4%.

“O CAC 40 subiu modestamente com o alívio de Macron ter vencido o primeiro turno da eleição presidencial com uma vantagem um pouco maior do que o previsto”, disse Raffi Boyadjian, analista de investimentos da corretora XM.

“Embora a disputa possa ser mais acirrada, os mercados parecem estar respirando aliviados porque Le Pen não garantiu uma fatia ainda maior após seus recentes avanços nas pesquisas.”

Ásia e Pacífico

As ações chinesas registraram sua maior queda em quase um mês nesta segunda-feira, atingidas por restrições de combate à covid-19 e aceleração da inflação tanto ao produtor quanto ao consumidor.

*Com informações da Reuters.

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