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Finanças

Ibovespa atinge o menor patamar em 6 meses; dólar dispara e vai a R$ 5,11

Temores sobre aumento de juros e recessão nos EUA atingiu diversos mercados.

Dólar e Ibovespa
Dívida americana preocupa especialistas

Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a segunda-feira (13) em forte queda, enquanto o dólar disparou. O mercado acompanhou o cenário de pessimismo lá fora, com temores de que um aumento de juros mais alto gere um cenário de recessão, especialmente nos Estados Unidos.

O Ibovespa caiu 2,73%, aos 102.598 pontos, o menor patamar registrado desde o dia 10 de janeiro. No pior momento do pregão, o indicador chegou aos 101.700 pontos, recuo de 3,58%.O volume financeiro atingiu R$ 22,7 bilhões.

Já o dólar avançou 2,56%, negociado a R$ 5,1146, após chegar a R$ 5,1374 no pico do dia.

“O mundo está preocupado com o risco de estagflação“, afirmou o profissional da tesouraria de um banco em São Paulo, referindo-se ao termo que define o período quando há inflação elevada e queda da atividade econômica.

Os holofotes estão voltados principalmente para o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, que anuncia na quarta-feira decisão sobre a taxa de juros no país. O mercado espera nova alta de 0,5 ponto percentual. Investidores buscarão sinais sobre os passos seguintes, em especial após setembro.

Para economistas do Itaú Unibanco, os riscos de uma recessão iminente parecem exagerados, considerando o crescimento resiliente nos EUA e na Europa e a reabertura na China.

“No entanto, esses fatores não devem trazer um alívio significativo e duradouro para preços de ativos, uma vez que a inflação elevada irá levar a maiores taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa”, afirmou a equipe liderada por Mario Mesquita, em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

Na última sexta-feira, dados dos EUA sobre preços ao consumidor mais fortes do que as expectativas endossaram as aflições com o rumo dos juros no país.

Em paralelo, o Banco Central no Brasil também decidirá sobre a taxa Selic nesta quarta-feira (15), em um ambiente de inflação também elevada e possibilidade dos preços de combustíveis não oferecerem um alívio relevante no médio prazo mesmo com propostas de desoneração em Brasília.

Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, escritório credenciado da XP Investimentos, acrescentou que há um movimento de alta do dólar, que ocorre devido ao aumento da aversão a risco, assim como dos temores da inflação alta que segue forte em todo o mundo, gerando fuga de capital para as economias mais seguras e ativos de maior qualidade.

“Esse movimento também pode indicar um prelúdio da tão falada recessão de nível global. A esperança é que ela seja menos aguda do que se anuncia”, escreveu.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street encerraram a segunda-feira em queda. O índice S&P 500 perdeu 3,88%, a 3.749 pontos, enquanto o Dow Jones caiu 2,79%, a 30.516 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite desabou 4,68%, a 10.809 pontos.

Europa

As ações europeias caíram para mínimas de três meses, também diante de perspectivas de aumentos mais fortes de juros nos EUA. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 2,41%, a 412,52 pontos, para seu nível mais baixo desde 7 de março.

O STOXX 600 perde quase 16,5% desde que atingiu um recorde em janeiro, com receios sobre a inflação em alta, o aperto da política monetária pelos bancos centrais e as recentes restrições contra a covid-19 na China levantando preocupações sobre uma possível recessão.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,53%, a 7.205,81 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 2,43%, a 13.427,03 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 2,67%, a 6.022,32 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,79%, a 21.918,04 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,47%, a 8.183,30 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,18%, a 6.016,09 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China caíram nesta segunda-feira e o mercado de Hong Kong registrou o maior declínio intradiário desde 6 de maio, já que a incerteza em relação à covid-19 desencadeou preocupações de lockdowns, com o mercado asiático também de olho nos juros dos EUA.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 3,01%, a 26.987 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 3,39%, a 21.067 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,89%, a 3.255 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,17%, a 4.189 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 3,52%, a 2.504 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 2,36%, a 16.070 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,33%, a 3.139 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 permaneceu fechado.


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