Finanças

Ibovespa fecha em alta, mas acumula queda de 1,32% na semana; dólar cai

Pagamento de precatórios levanta temores de possível pedalada fiscal.

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O Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, a B3, mudou de sentido e encerrou em alta nesta sexta-feira (13). O dólar também trocou de direção e fechou em queda em relação ao real.

O Ibovespa subiu 0,41%, aos 121.193 pontos, próximo a máxima do dia que foi de 121.275 pontos. Porém, o índice acumula desvalorização de 1,32%. Veja a cotação do Ibovespa hoje.

O dólar caiu 0,21%, comercializado a R$ 5,2452, após chegar a subir para R$ 5,2819 na máxima do dia. Na semana, a moelda acumula alta de 0,19%. Veja a cotação do dólar hoje.

O mercado segue acompanhando o cenário interno. Brasília está vivendo um mês de agosto agitado, em meio à troca de farpas constante e cada vez mais intensa entre o presidente Jair Bolsonaro e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), bem como entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta sexta, o dia é marcado ainda pela notícia de que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, foi preso por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, dentro do inquérito que apura a existência de uma organização criminosa digital que espalha notícias falsas e faz ataques à democracia. Entre a reprodução de diversas entrevistas e postagens, a decisão de Moraes cita o último vídeo de Jefferson, divulgado nas redes do PTB, em que ele repete o presidente Jair Bolsonaro e diz que sem voto impresso não haverá eleições em 2022.

O cenário fiscal também tem sido motivo de ansiedade, principalmente depois que o governo informou ter a necessidade de alterar a dinâmica para pagamento de precatórios, levantando temores sobre possível pedalada. O Ministério da Economia disse na quinta-feira que o fundo criado pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios não ficará fora do Orçamento, afetando, portanto, o resultado primário da União.

“A volatilidade política geralmente não faz tanto preço nos ativos, mas acho que está tão intensa que, agora, faz: não deixa o real se valorizar e mantém nossa bolsa descolada das outras”, disse mais cedo à Reuters Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank.

“Pior que uma notícia ruim é a incerteza; uma notícia ruim você precifica e ponto”, enquanto as incertezas geram dúvidas sobre que decisões tomar, afirmou, acrescentando que os ruídos domésticos impediam a moeda brasileira de aproveitar o cenário global de ampla liquidez.

Ainda no cenário interno, o mercado repercute os dados do  Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), que acumulou alta de 7,01% no primeiro semestre de 2021, conforme informou o Banco Central nesta manhã.

Os dados mexeram com a curva de juros, já que sinais de aceleração da economia podem implicar em mais inflação e, consequentemente, mais avanço da Selic. “Dólar e Ibovespa hoje em tom morno alternando alta e queda. O que chama a atenção é o mercado puxando bastante as taxas de juros futuros , o que entendo como resposta aos dados do IBC-Br. Com atividade acelerando, alguns investidores esperam mais inflação vinda do setor de serviços. É o setor em que já se espera inflação com o retorno das atividades”, comentou João Beck, economista e sócio da BRA, em nota enviada ao InvestNews.

Cenário externo e juros

O Departamento do Trabalho norte-americano informou esta semana que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos desacelerou em julho, aliviando parte dos temores sobre redução de estímulos pelo Federal Reserve (Fed), o banco central do país.

A perspectiva de manutenção da postura flexível, que pode fornecer alívio para ativos de mercados emergentes, segundo especialistas, é impulsionada no Brasil pelo posicionamento mais direcionado a alta de juros, ou agressivo, do Banco Central.

Em meio a pressões inflacionárias crescentes, o BC intensificou a dose do aperto em seu último encontro de política monetária ao adotar alta de 1 ponto percentual na taxa Selic, a 5,25% ao ano, já indicando outro aumento de igual magnitude na próxima reunião do colegiado, em setembro.

“Além de crescimento, investidores estrangeiros procuram taxas de juros mais altas para investir”, disse a RB Investimentos em relatório assinado pelo estrategista Gustavo Cruz. “Quando quiserem escolher entre mercados emergentes, o Brasil terá os dois pontos para oferecer nesse restante de ano.”

Destaques da bolsa de valores

As ações da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3) avançaram 7,28%, negociadas a R$ 20,79, representando a segunda maior alta do Ibovespa no acumulado da semana. Os papéis de Lojas Americanas (AMER3 e LAME3) ampliaram a queda para 7,88% e 7,90%, respectivamente, cotados a R$ 43,14 e R$ 5,71. Veja outros destaques da bolsa.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os índices acionários dos Estados Unidos fecharam esta sexta-feira próximos da estabilidade, engatando a segunda semana consecutiva de ganhos, à medida que um salto nos papéis da Walt Disney (DISB34) deu impulso ao Dow Jones e ao S&P 500, mas uma forte queda no sentimento do consumidor manteve o otimismo dos investidores em xeque.

O índice Dow Jones subiu 0,04%, a 35.515 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,04%, a 4.468 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,04%, a 14.822 pontos.

Europa

As ações europeias atingiram novas máximas nesta sexta-feira e registraram sua quarta semana consecutiva de ganhos, refletindo o otimismo sobre a forte temporada de balanços e a recuperação constante diante da crise econômica desencadeada pela pandemia.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,35%, a 7.218,71 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,25%, a 15.977,44 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,20%, a 6.896,04 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,36%, a 26.652,56 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,23%, a 8.999,80 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,17%, a 5.221,15 pontos.

Ásia e Pacífico

O mercado acionário da China fechou em baixa nesta sexta, uma vez que maior fabricante de chips do país, a SMIC, arrastou as ações de semicondutores.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,14%, a 27.977 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,48%, a 26.391 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,24%, a 3.516 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,55%, a 4.945 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,16%, a 3.171 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,38%, a 16.982 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,54%, a 3.165 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,54%, a 7.628 pontos.

(*Com informações de Reuters)

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