Finanças
Em pregão de poucas quedas, Ibovespa sobe 1,85% aos 116 mil pontos; dólar recua
Investidores seguem de olho no cenário político brasileiro.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a segunda-feira (13) em alta, apoiado pelo cenário externo positivo no exterior, enquanto agentes financeiros continuam atentos também à situação político-institucional no Brasil.
O indicador avançou 1,85%, aos 116.403 pontos. Na máxima do dia atingiu 117.046 pontos e na mínima 114.300 pontos. Já o dólar recuou 0,81%, comercializado a R$ 5,2236, depois de oscilar entre R$ 5,2011 e R$ 5,2416.
O dólar caiu acentuadamente contra o real nesta segunda-feira, com os investidores avaliando as perspectivas de manutenção de retórica mais branda do presidente Jair Bolsonaro, enquanto a inflação e a política monetária – tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos – continuavam no radar.
O Ibovespa subiu, com exterior favorável, mas sem tirar cena política local do radar. A alta vem após o Ibovespa acumular mais de 2% de queda na semana passada, marcada por forte volatilidade e na qual renovou mínima em seis meses, com os holofotes voltados para o cenário político-institucional no país.
Para a equipe da XP Investimentos, o cenário político continuará no radar nos próximos dias, em meio ao ambiente ainda turbulento, voltado para a discussão de precatórios no Congresso.
Cenário interno
Na semana passada, Bolsonaro acendeu o alerta dos mercados em relação às tensões políticas domésticas ao fazer discurso fervoroso contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso durante manifestações do feriado de 7 de Setembro.
Depois, no entanto, Bolsonaro deu a impressão de ter recuado, esfriando o clima com a divulgação de nota na quinta-feira (9) – redigida com ajuda do ex-presidente Michel Temer – em que afirmou nunca ter apresentado intenção de agredir quaisquer dos Poderes.
Na sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que as conversas com o Supremo Tribunal Federal (STF) e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para resolver o problema dos precatórios no Orçamento de 2022 serão retomadas nesta segunda.
No fim de semana, o presidente voltou a empregar palavras mais ponderadas ao falar em feira agropecuária no Rio Grande do Sul, afirmando que os Poderes precisam ser respeitados e que o trabalho conjunto de Executivo, Legislativo e Judiciário deve beneficiar todos os brasileiros.
Num momento em que se discute a probabilidade de impeachment de Bolsonaro – evento que poderia abalar ainda mais a frágil conjuntura política doméstica, segundo especialistas do mercado – Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, disse também que a baixa adesão em atos contra o presidente realizados no domingo podem dar força ao real.
Manifestantes realizaram atos contra o governo na véspera, defendendo a democracia e o impeachment do chefe do Executivo, mas também reclamando da alta dos preços de alimentos e dos combustíveis no país.
A inflação, a propósito, segue no radar dos investidores. A pesquisa semanal Focus, do Banco Central, mostrou nesta segunda-feira que o mercado passou a projetar alta de 8,0% do IPCA em 2021, o que, por sua vez, elevou as apostas para o patamar da taxa Selic. Agora, a expectativa é de que os juros básicos encerrem este ano em 8%.
Custos mais altos dos empréstimos no Brasil tendem a elevar a atratividade do mercado de renda fixa local, o que, por sua vez, pode aumentar o ingresso de dólares no país e ajudar na valorização do real.
Destaques da bolsa
Por volta das 14h15, YDUQS (YDUQ3) liderava a lista das maiores valorizações.
As empresas do segmento de petróleo PetroRio (PRIO3), Petrobras (PETR4) e 3R Petroleum (RRRP3) avançavam mais de 2%. Confira os destaques da bolsa.
A Eletrobras (ELET6) também subia após anunciar a criação da nova estatal, a ENBpar. Já a mineradora Vale (VALE3) caía.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os índices Dow Jones e S&P500 subiram nesta segunda-feira, depois da pior semana em vários meses, com ações economicamente sensíveis liderando os ganhos, uma vez que o foco se volta para potenciais mudanças em impostos corporativos e na política monetária.
O índice Dow Jones subiu 0,76%, a 34.869 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,23%, a 4.468 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,07%, a 15.105 pontos.
Europa
As ações europeias terminaram em alta pela primeira vez em cinco pregões nesta segunda-feira, com papéis de petróleo, bancos e de serviços públicos para cima na esperança de que uma forte recuperação econômica na zona do euro supere riscos de uma desaceleração global.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,56%, a 7.068,43 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,59%, a 15.701,42 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,20%, a 6.676,93 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,93%, a 25.925,73 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,39%, a 8.816,10 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,79%, a 5.401,67 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de blue-chips da China fecharam em baixa nesta segunda-feira, pressionadas por papéis de semicondutores e turismo, depois de dados oficiais mostrarem que os novos empréstimos bancários subiram menos do que o esperado no país no mês passado.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,22%, a 30.447 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,50%, a 25.813 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,33%, a 3.715 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,44%, a 4.991 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,07%, a 3.127 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,16%, a 17.446 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,79%, a 3.074 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,25%, a 7.425 pontos.
Com informações da Reuters
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