Finanças
Dólar cai ao menor valor em 5 meses; Ibovespa sobe, de olho em Rússia e Ucrânia
Enquanto isso, no cenário interno seguem as preocupações sobre PECs do preço dos combustíveis.
O dólar terminou o dia no menor patamar desde setembro de 2021, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, a B3, encerrou em alta nesta terça-feira (15), com mercado ainda monitorando os desdobramentos da tensão na Ucrânia.
O Ibovespa subiu 0,82%, aos 114.828 pontos. O dólar caiu 0,24%, a R$ 5,1802 – menor valor desde o fechamento de 16 de setembro de 2021, aos R$ 5,1760.
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Cenário externo
Investidores de todo o mundo repercutiam positivamente nesta terça-feira a notícia de que a algumas unidades militares russas estão retornando às suas bases após exercícios perto da Ucrânia, depois de dias de alertas norte-americanos e britânicos de que a Rússia pode invadir sua vizinha a qualquer momento.
Na esteira dessa informação, “os ativos de risco estão apresentando movimento acentuado de tomada de risco”, comentou em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos. “Ainda devemos conviver com este risco por algum tempo. De qualquer forma, é natural supor que, se confirmado o recuo do exército russo, há algum prêmio de risco a ser consumido” nos ativos, acrescentou.
Embora a notícia da retirada de tropas russas tenha impulso aos ativos de risco, ainda não estava imediatamente claro o tamanho do movimento e se isso pode ser um sinal de que os russos estão procurando uma saída diplomática.
O secretário-geral da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que há motivos para um “otimismo cauteloso”, mas que até agora não viu “nenhum sinal de desescalada no terreno do lado russo”.
A Rússia acumulou tropas próximas às fronteiras com a Ucrânia, o que gerou temores de uma potencial invasão e pressionou os mercados, especialmente nas últimas duas sessões. Países incluindo Estados Unidos e Reino Unido ameaçam com sanções caso uma ofensiva se concretize, enquanto a Rússia nega planos para um ataque.
Cenário interno
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse em entrevista ao “Valor” ter sido alertado por integrantes do Ministério da Economia sobre potencial desarranjo no dólar e juros por causa de propostas de emenda à Constituição (PEC) sobre os preços dos combustíveis. Segundo ele, os textos perderam força após o aviso.
Ainda na cena local, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou a alta a 1,98% em fevereiro, depois de ter avançado 1,79% no mês anterior, sob o peso de commodities e combustíveis no atacado, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 1,93%, e o resultado levou o índice a acumular alta de 16,69% em 12 meses.
Destaques da bolsa
Apesar do alívio nos mercados globais, a indicação de um recuo da Rússia na fronteira com a Ucrânia pesou nos preços do petróleo e, por consequência, na Petrobras (PETR3 e PETR4) e outras ações de petrolíferas, enquanto a Vale (VALE3),que também tem forte peso na composição do Ibovespa, caía com temores de repressão da China no mercado de minério de ferro.
Na ponta positiva, a ação do Banco do Brasil (BBAS3) subiram forte, repercutindo o balanço do quarto trimestre de 2021.
Veja outros destaques da bolsa de valores.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street subiram, liderados por ganhos nas ações de bancos e de empresas de megacapitalização de mercado, em meio a sinais de diminuição de tensões entre Rússia e Ucrânia, enquanto investidores minimizavam dados de inflação mais fortes que o esperado.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,57%, para 4.470,97 pontos. O Nasdaq Composite subiu 2,51%, para 14.137,49 pontos. O Dow Jones teve alta de 1,22%, para 34.987,32 pontos.
Europa
As ações europeias recuperaram parte das perdas recentes, também repercutindo as novidades sobre a crise entre Rússia e Ucrânia, enquanto notícias corporativas positivas também ajudaram o sentimento. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,43%, a 467,56 pontos, depois de cair por três sessões consecutivas. Na véspera, o índice terminou em seu menor nível desde 24 de janeiro.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,03%, a 7.608,92 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,98%, a 15.412,71 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,86%, a 6.979,97 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 2,09%, a 26.967,98 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,68%, a 8.718,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 2,47%, a 5.643,62 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China fecharam em alta nesta terça-feira, com as empresas de saúde e nova energia liderando os ganhos depois que o banco central do país injetou mais fundos para sustentar o crescimento econômico.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,79%, a 26.865 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,82%, a 24.355 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,50%, a 3.446 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,06%, a 4.600 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,03%, a 2.676 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,25%, a 17.951 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,01%, a 3.421 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,51%, a 7.206 pontos.
Com informações da Reuters
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