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Finanças

Ibovespa cai 4,3% na semana com cenário externo e política no radar; dólar recua

Temor de recessão global e adiamento da votação da PEC da Transição preocuparam investidores.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda nesta sexta-feira (16), diante de cenário negativo nos mercados internacionais depois de sinalizações duras de bancos centrais pelo mundo nesta semana, em especial o Federal Reserve e o BCE, e após a votação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados ficar para semana que vem. O dólar também caiu.

No dia, o Ibovespa recuou 0,85%, aos 102.856 pontos. Já o dólar caiu 0,40%, negociado a R$ 5,2936. No acumulado da semana, o indicador fechou em queda de 4,34%, e a moeda norte-americana com avanço de 0,93%.

Cenário interno

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na véspera que a votação da PEC da Transição, inicialmente prevista para a quinta-feira (15), só irá ocorrer na próxima terça (20).

“A resistência que a pauta enfrenta na Câmara aumenta as chances de desidratação do projeto, já que o futuro governo pretende aprová-la ainda este ano e o Congresso entra em recesso na semana que vem”, avaliou a Levante Investimentos em nota.

A PEC da Transição, da forma como saiu do Senado, permite a expansão do teto de gastos em R$ 145 bilhões para pagamento do Bolsa Família e o desbloqueio de dotações provisionadas que seriam canceladas até o fim de 2022.

A possibilidade de as alterações na Lei das Estatais que viabilizariam a indicação do petista Aloizio Mercadante à presidência do BNDES serem votadas apenas no ano que vem também oferecia algum alívio ao sentimento de investidores, disse à Reuters Gustavo Sung, analista-chefe da Suno Research.

O analista disse ainda que falas recentes do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o Brasil não está em um momento em que uma expansão fiscal ajudaria a economia, colaboraram para a descompressão de riscos fiscais nos últimos dias.

No entanto, ao contrário de alguns participantes do mercado, Sung enxerga os entraves para a aprovação da PEC da Transição como fonte de incerteza, e não de alívio.

“Se a gente já tivesse definido (os termos finais da PEC), talvez a maior certeza poderia fazer o mercado se ajustar, em vez de ter picos de volatilidade”, disse o especialista.

Exterior

No exterior, investidores tentaram avaliar os efeitos dos ciclos de aperto monetário dos principais bancos centrais do mundo.

“Por um lado, investidores ficam de olho com a alta dos juros numa possível recessão, e isso traz um pouco de rali do dólar”, disse Sung. “Por outro, alguns investidores veem possibilidade de melhora na margem do cenário inflacionário global.”

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou sua taxa de juros nesta semana em 0,50 ponto percentual, desacelerando o ritmo de aperto após subir os custos dos empréstimos em 0,75 ponto em cada uma de suas três reuniões anteriores.

No entanto, as mais recentes projeções econômicas trimestrais do Fed mostram que as autoridades veem os juros em 5,1% no final do próximo ano. Em setembro, eles projetavam que 2023 terminaria com a taxa básica em 4,6%.

Bolsas

Wall Street

 As ações dos Estados Unidos caíram pela terceira sessão consecutiva e completaram uma segunda semana seguida de perdas nesta sexta-feira, à medida que aumentam temores de que a campanha do Federal Reserve para conter a inflação levará a economia a uma recessão.

O S&P 500 caiu 1,11%, para 3.852,36 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuou 0,97%, a 10.705,41 pontos. O Dow Jones teve queda de 0,85%, para 32.920,46 pontos. Na semana, o Dow caiu 1,66%, o Nasdaq teve queda de 2,72%, e o S&P caiu 2,09%.

Europa

As ações europeias caíram nesta sexta-feira e encerraram a semana em forte baixa, depois que os principais bancos centrais sinalizaram novos aumentos de juros, enquanto dados de atividade econômica da zona do euro não conseguiram atenuar as preocupações sobre uma recessão iminente.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,20%, a 424,74 pontos, e encerrou a semana com uma perda de quase 3,3%.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,27%, a 7.332,12 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,67%, a 13.893,07 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,08%, a 6.452,63 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,16%, a 23.688,16 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 fechou estável, a 8.112,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,74%, a 5.689,36 pontos.

Ásia e Pacífico

Telão em corretora de Tóquio com informações do mercado financeiro 22/09/2022. REUTERS/Kim Kyung-Hoon

O índice Nikkei do Japão fechou no nível mais baixo em mais de um mês nesta sexta-feira, acompanhando as quedas acentuadas em Wall Street na véspera, uma vez que o aumento das taxas de juros pelos principais bancos centrais alimentou temores de uma desaceleração econômica.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,87%, a 27.527 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,42%, a 19.450 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,02%, a 3.167 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,06%, a 3.954 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,04%, a 2.360 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,40%, a 14.528 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,01%, a 3.240 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,78%, a 7.148 pontos.

*Com informações da Reuters.

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