Finanças

Ibovespa fecha estável, abaixo dos 100 mil pontos; dólar vai a R$ 5,18

Cotação da moeda americana encerrou próxima à máxima registrada no dia.

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O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, reverteu a queda registrada mais cedo e encerrou o pregão desta segunda-feira (20) praticamente estável. Enquanto isso, o dólar registrou avanço sobre o real.

Ibovespa subiu 0,03%, aos 99.852 pontos, após chegar a cair aos 98.409 na mínima do dia. Já o dólar avançou 0,85%, negociado a R$ 5,1867, bem próximo à máxima do dia de R$ 5,1897.

Na sexta-feira, o Ibovespa caiu 2,9% e fechou abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 2020, acumulando na semana uma perda de mais de 5%. No mês, a queda já ronda 11%.

Demissão na Petrobras

José Mauro Ferreira Coelho é o novo presidente da Petrobras (Fotos: Jefferson Rudy/Agência Senado e Fernando Frazão/Agência Brasil)

Internamente, o dia foi marcado pela reação do mercado ao pedido de demissão do presidente-executivo da Petrobras, José Mauro Coelho, em meio à pressão crescente de políticos depois que a estatal anunciou, na sexta-feira (17), um novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel.

Após comunicado, ação preferencial da Petrobras (PETR4) teve as negociações suspensas na abertura do mercado. Os papéis da empresa, no entanto, passaram a subir no começo da tarde e terminaram o pregão em alta.

Alta do dólar

Nos mercados externos, os investidores refletiram as expectativas relacionadas ao aumento de juros em diversos países pelo mundo e a consequente desaceleração das economias.

Michelle Hwang, estrategista de câmbio e juros do BNP Paribas, atribuiu parte da alta do dólar a decisão recente do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, de elevar sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, maior dose de aperto desde 1994.

Além de tornar a renda-fixa norte-americana mais atraente para investidores estrangeiros, o que tende a elevar a demanda por dólar e fazer sua cotação subir, juros mais altos nos Estados Unidos elevam os temores de investidores de desaceleração econômica ou até de recessão em escala global, diminuindo o apetite por ativos arriscados, como moedas de países emergentes, explicou ela.

Ao mesmo tempo, Hwang avaliou o comunicado de política monetária do Banco Central do Brasil da semana passada, quando aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, como “mais brando”, sinalizando provável desaceleração no ritmo de aumento de juros em sua próxima reunião, em agosto.

Quanto mais agressivo é o BC na elevação dos juros básicos, mais o real tende a se beneficiar, já que fica mais rentável – e, consequentemente, atraente – para o investidor estrangeiro. Da mesma forma, indicações mais moderadas do BC sobre a alta de juros costumam reduzir o apelo da moeda brasileira.

Somando-se a um ambiente já desafiador, em meio às preocupações sobre o crescimento econômico global e à aproximação das eleições presidenciais domésticas, a incerteza sobre o futuro da Petrobras “contribui para a aversão a risco no Brasil que já estávamos vendo”, disse Hwang.

Ela afirma que o investidor estrangeiro tem muita facilidade em retirar recursos do mercado doméstico ao menor sinal de incerteza, o que explica a alta súbita que a moeda tem apresentado nos últimos dias.

Bolsas mundiais

Wall Street

Nesta segunda-feira não houve negociações nas bolsas dos Estados Unidos por conta de feriado no país que comemora o fim da escravidão.

Europa

As ações europeias subiram acentuadamente nesta segunda-feira, após um forte queda na semana passada devido a preocupações com uma recessão, com a bolsa francesa apresentando ganhos mais limitados depois que o presidente Emmanuel Macron perdeu uma maioria absoluta nas eleições parlamentares do país.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,96%, a 407,14 pontos. As ações bancárias, de viagens e de energia lideraram os ganhos, mas os volumes de negociação foram reduzidos devido a um feriado nos Estados Unidos, que manteve os mercados norte-americanos fechados.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,50%, a 7.121,81 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,06%, a 13.265,60 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,64%, a 5.920,09 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,99%, a 22.004,05 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,72%, a 8.286,00 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 2,01%, a 5.999,87 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China fecharam em alta nesta segunda-feira mesmo após bancos terem mantido suas taxas referenciais de empréstimo, com as incorporadoras imobiliárias liderando os ganhos à medida que as vendas de imóveis se recuperavam após medidas de apoio que impulsionaram a demanda.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,74%, a 25.771 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,42%, a 21.163 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,04%, a 3.315 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,50%, a 4.330 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 2,04%, a 2.391 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,75%, a 15.367 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,05%, a 3.096 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,64%, a 6.433 pontos.

* Com informações da Reuters

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