Ibovespa sobe mais de 2%, à espera de PEC ‘desidratada’; dólar fecha a R$ 5,20

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em forte alta nesta terça-feira (20), à medida que agentes financeiros monitoram a esperada votação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados e relatam esperança de que o texto possa ter seu impacto fiscal reduzido.

O Ibovespa avançou 2,03%, aos 106.864 pontos. Já o dólar recuou 1,93%, negociado a R$ 5,2061. Na mínima do dia, a moeda americana caiu a R$ 5,1759.

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De olho na PEC

A previsão de votação da PEC da Transição na Câmara ganhava os holofotes, após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) bagunçarem o tabuleiro político em Brasília nos últimos dois dias.

Mais cedo, líderes da Câmara fecharam acordo para reduzir o tempo de vigência da PEC de dois para um ano, mantendo o valor de R$ 145 bilhões para o pagamento do Bolsa Família e o espaço fiscal sobre o excesso de arrecadação.

No domingo à noite, o ministro do STF Gilmar Mendes concedeu liminar que retira o Bolsa Família da regra do teto de gastos, enquanto os ministros da corte decidiram na véspera contra o chamado orçamento secreto.

Ainda que os impactos dessa medida na tramitação da PEC estivessem incertos, agentes financeiros mostravam esperança de que o texto possa ser desidratado, o que impulsionava o Ibovespa nesta manhã.

“O que está animando mesmo são os rumores de que a PEC será desidratada em valor e tempo”, disse Pedro Paulo Silveira, diretor de gestão de recursos na Nova Futura.

Ainda na cena local, notícias sobre potenciais nomes cotados para a equipe econômica no novo governo também estavam em foco, segundo agentes financeiros, após Haddad dizer na véspera que deve concluir a composição da equipe nesta semana.

Cenário externo

O Banco do Japão chocou os mercados ao decidir rever sua política de controle da curva de juros e ampliar a faixa de negociação para o rendimento dos títulos do governo de dez anos.

“Essa medida do Banco do Japão pode fazer com que o único banco central relevante que não estava endurecendo a política monetária tenha se juntado ao coro”, disse em relatório a Levante Investimentos, notando instabilidade nos mercados globais após a decisão da autoridade monetária japonesa.

“Este é um passo que o Banco do Japão teria que dar eventualmente, mas o mercado não esperava que isso pudesse acontecer tão cedo”, disse Shigetoshi Kamada, gerente geral do departamento de pesquisa da Tachibana Securities.

“Até agora, as ações japonesas estavam firmes em comparação com Wall Street. Mas, à frente, elas farão parte da tendência para as principais ações globais.”

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street tinham pouca alteração na abertura desta terça-feira, depois que o Banco do Japão surpreendeu os investidores globais com uma mudança de política monetária que permite que as taxas de juros de longo prazo subam mais.

O Dow Jones Industrial Average caía 0,07%, para 32.735,24 pontos, logo após a abertura. O S&P 500 tinha queda de 0,19%, a 3.810,47 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subia 0,04%, para 10.709,29 pontos.

Europa

As ações europeias caíram nesta terça-feira, pressionadas por ações dos setores de tecnologia e industrial sensíveis aos juros, depois que o Banco do Japão chocou os mercados globais com uma mudança inesperada na política de controle da curva de juros.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,40%, a 424,18 pontos.

• Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,13%, a 7.370,62 pontos.
• Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,42%, a 13.884,66 pontos.
• Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,35%, a 6.450,43 pontos.
• Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,15%, a 23.718,25 pontos.
• Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,57%, a 5.737,94 pontos.

Ásia e Pacífico

O principal índice do mercado acionário do Japão fechou em uma mínima de mais de dois meses nesta terça-feira e o rendimento dos títulos públicos de 10 anos subiu para máximos de sete anos, depois que o banco central pegou os investidores desprevenidos.

• Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 2,46%, a 26.568 pontos.
• Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,33%, a 19.094 pontos.
• Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,07%, a 3.073 pontos.
• O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,65%, a 3.829 pontos.
• Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,80%, a 2.333 pontos.
• Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,82%, a 14.170 pontos.
• Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,08%, a 3.253 pontos.
• Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,54%, a 7.024 pontos.

*Com informações da Reuters.