O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em queda nesta quarta-feira (21), depois que o Federal Reserve (BC norte-americano) anunciou sua decisão sobre juros nos Estados Unidos nesta tarde, e antes do anúncio do Copom no Brasil. O dólar subiu frente ao real.

No dia, o Ibovespa recuou 0,52%, aos 111.935 pontos. Já o dólar avançou 0,38%, negociado a R$ 5,1714.

‘Super Quarta’

O Federal Reserve elevou sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para um intervalo de 3,% a 3,25%, e sinalizou mais aumentos grandes em novas projeções que mostram a taxa básica de juros subindo para 4,4% até o final deste ano, antes de atingir 4,6% em 2023 para combater a inflação elevada.

O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse após a decisão que as perspectivas para uma chamada “aterrissagem suave” para a economia provavelmente diminuirão se as autoridades do banco central dos Estados Unidos acharem que a política monetária precisa ser ainda mais restritiva ou restritiva por mais tempo.

Powell afirmou que alcançar um pouso suave é “muito desafiador” e que as autoridades não têm certeza se o processo de aperto da política monetária levará a uma recessão ou o quão profunda pode ser uma eventual contração.

Andrey Nousi, CEO da Nousi, diz que há algo novo que preocupa o futuro dos ativos de risco, pois 12 de 19 membros do comitê disseram que esperam que Fed Funds Rate fique entre 4,5% e 5% até o fim de 2023. O que quer dizer que ainda haverá muito mais aumentos e por mais tempo teremos juros altos.

“Isso, atribuído que o Fed está aumentando o Quantitative Tightening para US$ 95 bi (dobrando) agora em setembro, significa que teremos meses muito difíceis para os investidores. Ações ficam deprimidas. DXY (dólar global) nas máximas de 20 anos. Juros globais tandem a continuar altos e aumenta a pressão para o Copom manter juros mais altos por mais tempo também, caso contrário pressionaria um aumento do dólar versus real”, comenta o CEO.

No Brasil, o Banco Central divulga sua decisão sobre a Selic após o fechamento do mercado. Neste caso, prevalece a aposta de manutenção da taxa em 13,75% ao ano, na primeira pausa no ciclo de altas que começou em março do ano passado.

Cenário externo

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, convocou na quarta-feira 300 mil reservistas para lutar na Ucrânia e disse que Moscou responderia com o poder de todo seu vasto arsenal se o Ocidente promover o que ele chamou de “chantagem nuclear” por causa do conflito.

Foi a primeira mobilização deste tipo feita pela Rússia desde a Segunda Guerra Mundial e significa uma grande escalada da guerra, agora em seu sétimo mês.

Bolsas Mundiais

Wall Street

Operador passa em frente a painel de cotações na Bolsa de Nova York, EUA 13/09/2022 REUTERS/Andrew Kelly/File Photo

Os principais índices de Wall Street fecharam em baixa na quarta-feira.

De acordo com dados preliminares, o índice S&P 500 fechou em queda de 1,72%, aos 3.789,68 pontos. O Dow Jones caiu 1,70%, a 30.183,71 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 1,79%, a 11.220,19 pontos.

Europa

As ações europeias eram negociadas em alta nesta quarta-feira (21), com os investidores digerindo a primeira mobilização militar da Rússia desde a Segunda Guerra Mundial, enquanto aguardam a provável terceira alta consecutiva da taxa de juros do FED.

O índice STOXX 600 em todo o continente tinha alta de 0,44%, recuperando-se depois de atingir seu nível mais baixo desde o início de julho.

Ásia e Pacífico

As ações de primeira linha da China fecharam em seu menor nível em mais de quatro meses, com pares globais também caindo antes de um esperado aumento agressivo da taxa de juros do Federal Reserve dos EUA.

*Com informações da Reuters.