Finanças

Dólar fecha em R$ 4,91; Ibovespa sobe aos 117 mil pontos

Ata do Copom reforçou as expectativas por novos aumentos da taxa Selic.

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O dólar fechou em queda novamente sobre o real nesta terça-feira (22). Já o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, terminou o dia em alta, repercutindo a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

No dia, o Ibovespa subiu 0,96%, aos 117.272 pontos. Já o dólar caiu 0,6%, comercializado a R$ 4,9142, após chegar a R$ 4,9051 na mínima do dia.

Ao tomar a decisão de elevar a taxa Selic para 11,75% ao ano na semana passada, o BC informou que deverá fazer novo ajuste de um ponto na próxima reunião, em maio, buscando avançar “significativamente em território ainda mais contracionista” na tentativa de domar a inflação. Essas posições foram repetidas na ata divulgada nesta terça.

A ata do Copom reiterou a intenção de subir os juros novamente em 1 ponto percentual na próxima reunião. O BC disse que está pronto para ajustar a intensidade do aperto monetário caso o cenário evolua desfavoravelmente, avaliando que a guerra na Ucrânia pode pressionar ainda mais a inflação.

Isso “torna o (Brasil) bastante atraente para o investidor internacional, gera forte fluxo de recursos para o país e valorização da taxa de câmbio”, escreveram analistas da Genial Investimentos, que também atribuíram parte da valorização recente do real a algum alívio nos ruídos fiscais domésticos.

Para o Citi, “apesar de enfatizar que o aperto monetário em andamento pode ir a terreno ainda mais contracionista caso o preço do petróleo não caía a US$ 100 o barril no final do ano”, o BC indica “claramente” que está se preparando para encerrar a elevação da Selic quando a taxa chegar a 12,75% ao ano.

Os analistas do banco norte-americano, entretanto, seguem vendo uma alta adicional de 0,5 p.p. em junho como o cenário mais provável, já que os dados de inflação devem vir altos nas próximas semanas, segundo relatório a clientes.

Queda do dólar: outros fatores

Além da alta de juros, a moeda doméstica parece ter se beneficiado de uma disparada global nos preços das commodities, o que tende a intensificar o ingresso de dólares em países exportadores desse tipo de produto, principalmente na América Latina, vista como menos vulnerável às tensões geopolíticas.

“Com esse nível de preços de commodities os investidores buscam no Brasil um asilo importante. Ainda está a se confirmar a intensidade e a manutenção desse investidor aqui no Brasil, mas, mais importante, é o sinal que no curto prazo tem se confirmado” de ingresso de recursos estrangeiros no país e valorização do real, comentou no Twitter Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Cenário externo e interno

Entre outros destaques do noticiário do dia, os mercados globais seguem com a guerra na Ucrânia no radar, diante da manutenção dos conflitos em diversas cidades do país após invasão da Rússia. O presidente dos EUA, Joe Biden, viaja à Europa nesta semana para encontro com líderes de países aliados.

Por fim, no Brasil, o Ministério da Economia anunciou na segunda-feira (22) a isenção de tarifas de importação para etanol e outros seis tipos de alimentos até o fim do ano e a redução em 10%, de forma permanente, da tarifa sobre bens de capital, de informática e telecomunicações.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações dos Estados Unidos fecharam em alta nesta terça-feira, lideradas por um forte ganho no índice Nasdaq, após o setor tecnológico e papéis de outros grandes nomes de crescimento se recuperarem de perdas recentes, enquanto a Nike subiu depois de divulgar resultados otimistas.

O Dow Jones subiu 0,74%, para 34.807,46 pontos, o S&P 500 avançou 1,13%, para 4.511,61 pontos, e o Nasdaq Composite teve alta de 1,95%, para 14.108,82 pontos. Todos os setores do índice S&P 500, exceto energia, fecharam em alta. Os três principais índices tiveram ganhos em cinco dos últimos seis pregões.

Europa

As ações europeias subiram nesta terça-feira, impulsionadas por ganhos de bancos devido à perspectiva de aumentos agressivos de juros após declarações do chefe do banco central norte-americano, Jerome Powell.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,46%, a 7.476,72 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,02%, a 14.473,20 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,17%, a 6.659,41 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,98%, a 24.533,84 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,17%, a 8.487,20 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 2,19%, a 5.821,11 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações mais negociadas da China fecharam em leve baixa nesta terça-feira, com os investidores avaliando declarações inclinadas a reduzir estímulos do chefe do Fed, Jerome Powell, mas o índice de Hong Kong saltou diante do plano de recompra de ações da gigante do e-commerce Alibaba.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,48%, a 27.224 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 3,15%, a 21.889 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,19%, a 3.259 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,08%, a 4.255 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,89%, a 2.710 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,00%, a 17.559 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,16%, a 3.350 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,86%, a 7.341 pontos.

* Com informações da Reuters.

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