O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (23), após dois pregões seguidos de baixa, com Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3, PETR4) endossando a reação, enquanto Americanas (AMER3) voltou a disparar ainda sob efeito do anúncio da mudança no comando da varejista.
O dólar registrou a maior queda percentual e o menor patamar em mais de uma semana, após a divulgação de indicadores econômicos norte-americanos mais fracos, que na leitura de investidores podem servir de argumento para o banco central dos Estados Unidos amenizar o tom duro nas comunicações sobre inflação e alta de juros.
No dia, o índice subiu 2,13%, aos 112.857 mil pontos. Já o dólar caiu 1,32%, comercializado a R$ 5,0990, após chegar a R$ 5,0715 na mínima.
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Dados dos EUA
Foram divulgados dados da atividade de negócios no setor privado dos EUA, que contraiu pelo segundo mês consecutivo em agosto, para o nível mais fraco em 18 meses, com particular piora no setor de serviços, à medida que a demanda enfraqueceu diante da inflação e das condições financeiras mais apertadas após a alta dos juros.
O conjunto de dados nos EUA veio poucos dias antes da aguardada fala do chefe do banco Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, evento no qual se espera que ele emita sinalizações sobre a política monetária – ou seja, pistas sobre o rumo da taxa de juros.
“Os dados estão indicando que Powell talvez vá nessa direção de desaceleração na alta de juros, menos alta de juros”, disse Joaquim Kokudai, gestor na JPP Capital. “Estava todo mundo assustado com o que poderia vir de Jackson Hole, um discurso mais duro, mas agora podemos ter algum fôlego até lá”, acrescentou. Powell falará no simpósio na sexta-feira.
Commodites em alta
A cotação das commodities no exterior também ajudaram os mercados brasileiros nesta terça-feira. Os preços do minério de ferro – um dos principais produtos da pauta de exportação do Brasil – e do aço na China subiram no dia, com o último corte de juros do governo chinês impulsionando o sentimento do mercado, enquanto a demanda parecia destinada a melhorar antes da alta temporada para construção.
Além disso, a longa onda de calor e a seca na China representam uma ameaça às safras de outono do país, o que pode direcionar o governo chinês a comprar de países exportadores, como o Brasil.
Cenário interno
Na cena interna, o economista Victor Beyruti, da Guide, citou em nota matinal a entrevista do presidente e candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro, ao Jornal Nacional, da TV Globo. “O assunto economia foi pouco tratado na entrevista, mas o atual presidente sinalizou que seguirá com a agenda de reformas em um eventual segundo mandato”, disse o profissional.
Bolsas mundiais
Wall Street
O índice S&P 500, referência para o mercado acionário norte-americano, encerrou em baixa nesta terça-feira, com investidores concentrados em dados que mostraram uma economia em desaceleração antes de uma reunião do Federal Reserve nesta semana em Jackson Hole, Wyoming.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,23%, para 4.128,65 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq ficou praticamente estável, a 12.381,30 pontos. O Dow Jones caiu 0,47%, para 32.903,09 pontos.
Europa
As ações europeias recuaram nesta terça-feira, o que estende sua série de perdas para a terceira sessão consecutiva, com investidores preocupados com o aumento dos preços da energia e com perspectivas econômicas fracas depois que dados mostraram contração da atividade empresarial do bloco neste mês.
- O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em baixa de 0,42%, a 431,35 pontos, em queda para seu menor nível em quase um mês.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,61%, a 7.488,11 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,27%, a 13.194,23 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,26%, a 6.362,02 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,97%, a 22.380,06 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,71%, a 8.226,30 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,04%, a 6.266,97 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China fecharam em baixa nesta terça-feira, com os investidores preocupados com o fato de que as recentes medidas de apoio não foram suficientes para o setor imobiliário se recuperar, enquanto o aumento dos casos de Covid-19 e a ampliação das restrições de energia também prejudicaram o sentimento.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,19%, a 28.452 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,78%, a 19.503 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,05%, a 3.276 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,49%, a 4.161 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,10%, a 2.435 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,98%, a 15.095 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,50%, a 3.246 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,21%, a 6.961 pontos.
*Com informações da Reuters.
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