O Ibovespa encerrou em forte queda nesta segunda-feira (24) após cinco altas seguidas, com Petrobras entre as maiores pressões de baixa na esteira do declínio do petróleo e após renovar máximas na semana passada. Evento de violência no domingo (23) envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson adicionou ainda mais tensão à corrida presidencial. O dólar, por sua vez, disparou.
No dia, o Ibovespa recuou 3,27%, aos 116.012 pontos, sendo a maior queda diária desde 26 de novembro de 2021. Já o dólar avançou 3,02%, negociado a R$ 5,3024.
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As ações de estatais como Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) desabaram entre 9% e 10%, afetadas pela tensão política.
Cenário interno
Na cena política, a última semana da campanha para o segundo turno da eleição presidencial começa sob a sombra do ataque com tiros de fuzil e granadas realizado no domingo pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra policiais federais. A turbulência política doméstica era citada por vários agentes do mercado como a responsável pela depreciação do real.
Jefferson é apoiador do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que procurou, já no domingo, distanciar-se do ex-deputado, chamando-o de “bandido” por ter disparado contra os policiais.
Ainda assim, conforme observou a Levante Corp, o incidente repercutiu negativamente em todo o mundo político e caiu “como uma bomba” no colo da campanha do atual presidente, que teve de pausar outros esforços para contenção de danos.
A equipe da casa de análise ponderou, contudo, que ainda é incerto dizer se haverá, de fato, algum desdobramento nas urnas em função do episódio, mas espera que seja explorado pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pesquisas eleitorais mostrando um estreitamento na diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro na disputa presidencial vinham adicionado um fôlego extra à bolsa brasileira nos últimos pregões, principalmente via estatais.
“As pesquisas estavam mostrando melhora de Bolsonaro e agora não sabemos ao certo qual o impacto”, afirmou o analista Bruno Komura, da Ouro Preto Investimentos, destacando que as estatais estavam com queda expressiva por causa desse temor.
Mas ele ressaltou que tudo isso não muda a sua visão de que o segundo turno vai ser muito disputado. Novas pesquisas, nesse contexto, devem ocupar ainda mais as atenções. Ipec e AtlasIntel divulgarão os resultados de novas sondagens eleitorais sobre o segundo turno nesta segunda-feira.
A sessão também deve ser marcada pelas divulgações de pesquisas do Ipec e do AtlasIntel sobre o segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto.
Cenário externo
Investidores também repercutiram uma bateria de dados da China, incluindo o crescimento do PIB no terceiro trimestre acima do esperado, enquanto, na Europa, números sobre a indústria e o setor de serviços reforçaram as apostas de recessão.
Bolsas mundiais
Wall Street
As ações dos Estados Unidos fecharam em alta nesta segunda-feira, e estenderam os avanços da semana passada, depois que sinais de abrandamento econômico sugeriram que os efeitos da política monetária agressiva do Federal Reserve, que visa desacelerar a economia norte-americana e, assim, conter a inflação mais alta em décadas, começaram a se enraizar.
Os três principais índices de ações dos EUA ganharam força ao longo da primeira sessão de uma semana repleta de balanços corporativos e dados econômicos cruciais.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,22%, para 3.798,69 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,87%, para 10.954,55 pontos. O Dow Jones subiu 1,36%, para 31.503,87 pontos.
Europa
As ações europeias subiram nesta segunda-feira impulsionadas pela expectativa de que o Federal Reserve possa desacelerar o ritmo de aumento dos juros, enquanto os investidores também celebraram a vitória de Rishi Sunak na disputa pelo cargo de primeiro-ministro britânico e aguardam a decisão sobre a taxa de juros do Banco Central Europeu.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,40%, a 401,84 pontos, em seu maior nível em quase uma semana, com os setores de serviços públicos, mídia e viagens e lazer na liderança dos ganhos.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,64%, a 7.013,99 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,58%, a 12.931,45 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,59%, a 6.131,36 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,93%, a 21.982,95 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,79%, a 7.680,50 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,30%, a 5.563,32 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de Hong Kong caíram para mínimas de 13 anos e o iuan onshore despencou para o nível mais fraco em quase 15 anos nesta segunda-feira, quando investidores globais dispensaram ativos chineses depois que a nova equipe de liderança de Xi Jinping levantou temores de que o crescimento será sacrificado por políticas orientadas pela ideologia.
Xi garantiu um terceiro mandato sem precedentes após o congresso de uma semana, e introduziu o novo Comitê Permanente do Politburo recheado de legalistas.
As nomeações para o comitê mostraram que a China está passando “do pragmatismo econômico para a ideologia política”, disse Ales Koutny, gerente de portfólio de mercados emergentes da Janus Henderson Investors.
“A mensagem aqui é clara: Covid zero lockdowns, agenda de prosperidade compartilhada e restrições setoriais não estão indo a lugar algum”, disse ele.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,31%, a 26.974 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 6,36%, a 15.180 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 2,02%, a 2.977 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 2,93%, a 3.633 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,04%, a 2.236 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,29%, a 12.856 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES permaneceu fechado.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,54%, a 6.779 pontos.
*Com informações da Reuters.
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