O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (27), em meio a movimentos de realização de lucros, mais assegurou o terceiro ganho semanal consecutivo, apoiado no fluxo de capital externo para ações brasileiras. O dólar avançou ante o real, em dia de ajuste após quatro quedas consecutivas e diante do fortalecimento da moeda norte-americana no exterior, mas teve queda na semana.
A divulgação dos dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos, que caiu 0,2% em dezembro, segundo o Departamento de Comércio, mexeu com o mercado nesta sessão.
No dia, o Ibovespa caiu de 1,63%, aos 112.316 pontos. Na semana, o indicador teve alta de 0,25%. O dólar avançou 0,72%, a R$ 5,1110 na venda, nesta sessão. Na semana, a moeda norte-americana teve queda de 1,7%.
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Destaques da Bolsa
Americanas
As ações da Americanas (AMER3) fecharam alta de 16,5%.
Na noite da quinta-feira (26), um juiz de Nova York deferiu o pedido da varejista para proteção contra credores nos Estados Unidos. A Americanas tinha formalizado o pedido de uma extensão dos efeitos de proteção assegurados em seu processo de recuperação judicial no Brasil, em um processo conhecido como “Chapter 15”.
“A medida solicitada é necessária e adequada para realizar a administração eficiente dos processos do ‘Chapter 15’ e as disposições do Código de Falências”, afirmou no despacho o juiz Michael E. Wiles, do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York.
Cielo
A ação da Cielo (CIEL3) recuou 1,13%, um dia depois de a empresa de meios eletrônicos de pagamentos divulgar seu balanço do quarto trimestre de 2022, reportando lucro recorrente de R$ 490 milhões, alta de 63,3% ante mesma etapa de 2021.
Citando resultados acima das previsões, analistas elogiaram os números da Cielo. O Credit Suisse e BTG Pactual reforçaram recomendação de compra para as ações. Porém, o papel da companhia era alvo de realização de lucros e, por isso, recuou.
Petrobras
A ação preferencial da Petrobras (PETR4) caiu 2,21%, enquanto a preferencial cedeu 2,27%, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior.
Investidores estão atentos aos primeiros movimentos do novo presidente da companhia, Jean Paul Prates, que assumiu o posto interinamente na véspera, principalmente a composição da diretoria e suas sinalizações relacionadas à política de preços e dividendos da estatal.
A empresa também reportou na véspera reservas provadas de 10,5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) no fim de 2022, alta de 6,1% ano a ano.
Vale
A Vale (VALE3) mostrou declínio de 2,73%, após renovar máxima histórica intradia a R$ 98,29, que fez com que a alta em 2023 alcançasse 10,6%. Na segunda-feira, a mineradora volta a ter referência dos preços do minério de ferro na China com o retorno dos mercados chineses após o feriado do Ano Novo Lunar.
Cenário interno
Lula e governadores
Na reunião com governadores na manhã desta sexta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu portas abertas para eles e para os prefeitos, acenou com liberação de recursos via Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras e também pediu a volta de uma relação de normalidade, com o fim da judicialização na política.
A reunião, uma das promessas de campanha do presidente, pretende ouvir dos governadores uma lista de projetos prioritários em cada Estado, para que o governo federal possa trabalhar em conjunto.
Em sua fala, Lula prometeu que o BNDES vai voltar a emprestar dinheiro para Estados e municípios, para financiar obras necessárias, e o que o Banco do Nordeste também voltará a atuar, no caso de governos da região que tenham espaço para contrair novas dívidas.
Estoque de crédito
O estoque de crédito no Brasil cresceu 14% em 2022 na comparação com o ano anterior, mesmo diante da continuidade no processo de alta nas taxas de juros cobradas pelos bancos, segundo divulgou o Banco Central (BC) nesta sexta-feira.
O saldo total de crédito subiu 1,3% em dezembro sobre novembro, e fechou 2022 em R$ 5,326 trilhões, correspondente a 54,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
A taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras, que vem acompanhando o aperto monetário promovido pelo Banco Central para controlar a inflação, encerrou 2022 em 42% ao ano — no fim de 2021, estava em 33,8% ao ano. O nível é o mais alto desde 2016, quando o país passou por grave crise econômica, com a taxa média encerrando o ano em 51%.
Os dados referem-se ao segmento de recursos livres, em que o custo dos financiamentos é livremente estabelecido pelas instituições financeiras, sem interferência do governo.
Cenário externo
Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos caíram em dezembro, colocando a economia em uma trajetória de crescimento mais baixo rumo a 2023, enquanto a inflação continuou a diminuir, o que pode dar ao Federal Reserve espaço para diminuir ainda mais o ritmo de seus aumentos de juros na próxima semana.
Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos, caíram 0,2% no mês passado, disse o Departamento de Comércio nesta sexta-feira.
Os dados de novembro foram revisados para baixo para mostrar queda de 0,1%, contra avanço de 0,1% informado anteriormente.
Também foi divulgado nesta sexta-feira os dados do principal índice de preços ao consumidor na capital do Japão, um dos indicadores fundamentais das tendências nacionais. O indicador subiu 4,3% em janeiro em relação ao ano anterior, marcando a alta anual mais rápida em quase 42 anos e mantendo o banco central japonês sob pressão para eliminar gradualmente o estímulo monetário.
Embora os subsídios de energia do governo no mês que vem devam moderar os aumentos dos preços a partir de fevereiro, os dados elevam a chance da inflação ficar bem acima da meta de 2% do Banco do Japão nos próximos meses, à medida que as empresas continuam repassando os custos mais altos para as famílias.
O aumento no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Tóquio, que exclui alimentos frescos, mas inclui combustível, superou a previsão média do mercado de alta de 4,2% e marcou o aumento anual mais rápido desde maio de 1981.
Bolsas no exterior
Wall Street
Wall Street ganhou terreno nesta sexta-feira, marcando o fim de uma semana difícil, na qual dados econômicos e projeções de lucros corporativos sugeriram uma queda na demanda, mas também resiliência econômica antes da reunião de política monetária do Federal Reserve na semana que vem.
O S&P e o Nasdaq fecharam em alta, enquanto o Dow fechou praticamente inalterado.
O S&P e o Dow registraram a terceira semana de ganhos semanais em quatro, enquanto o Nasdaq, com maior peso de ações de tecnologia, registrou seu quarto avanço semanal consecutivo.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 subiu 0,24%, para 4.070,29 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 0,95%, para 11.621,71 pontos. O Dow Jones teve variação positiva de 0,07%, para 33.974,59 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em alta nesta sexta-feira, com os investidores avaliando balanços mistos da região, enquanto a redução da inflação nos Estados Unidos ajudou no sentimento antes de uma semana de importantes decisões de bancos centrais.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,26%, a 455,17 pontos, subindo pelo segundo dia consecutivo e registrando ganhos semanais.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,05%, a 7.765,15 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,11%, a 15.150,03 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,02%, a 7.097,21 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,83%, a 26.435,75 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,27%, a 9.060,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,42%, a 5.936,73 pontos.
Ásia
As ações de Hong Kong terminaram em alta nesta sexta-feira, com os investidores se posicionando para uma forte abertura dos mercados da China continental após o feriado do Ano Novo Lunar. Os mercados da China continental retomarão as negociações na segunda-feira.
O índice Hang Seng fechou com alta de 0,54% a 22.688,90.
O subíndice das ações de energia subiu 1,1%, enquanto o setor de TI avançou 1,36%. O setor financeiro terminou com baixa de 0,1%, e o imobiliário subiu 0,79%.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,07%, a 27.382 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,54%, a 22.688 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ficou fechado.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, não teve operações.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,62%, a 2.484 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX não teve operações.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,50%, a 3.394 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,34%, a 7.493 pontos.
*Com informações da Reuters.
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