O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, fechou em alta nesta sexta-feira (28), com investidores repercutindo dados de inflação nos Estados Unidos e dados econômicos do Brasil. No acumulado de abril, o índice também registrou ganho. Já o dólar terminou o dia em alta e o mês em queda.
No dia, o Ibovespa fechou em alta de 1,47%, aos 104.432 pontos, acumulando no mês ganho de 2,50%.
O dólar, por sua vez, fechou o pregão desta sexta-feira com valorização de 0,15%, negociado a R$ 4,9874, mas encerrou abril com baixa acumulada de 1,61%.
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IBC-Br e desemprego no Brasil
Investidores repercutiram a divulgação de dados da economia do Brasil. Pela manhã, dados do Banco Central mostraram recuperação da atividade em fevereiro, mesmo diante dos impactos dos juros altos e da dissipação do impulso com a reabertura pós-covid.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) registrou crescimento de 3,32% na comparação com janeiro. O dado é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Foi a taxa de expansão mais elevada desde junho de 2020 (+4,86%), e uma melhora na comparação com janeiro, quando houve recuo de 0,09%, em dado revisado. No acumulado em 12 meses, o IBC-Br teve avanço de 3,08%.
O dia também foi marcado pela divulgação de dados sobre o mercado de trabalho. O Brasil encerrou o primeiro trimestre com 9,4 milhões de pessoas sem emprego e taxa de desemprego de 8,8%, ante a taxa de 7,9% registrada no quarto trimestre de 2022. Os números consolidam o movimento de perda de fôlego da recuperação do mercado de trabalho no pós-pandemia.
Mesmo com a perda de fôlego, a taxa de desemprego teve a leitura mais baixa para o período desde 2015 (8,0%). O dado divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e veio melhor que expectativa em pesquisa da Reuters de 9%.
Os dados não mudaram a expectativa do mercado pela decisão sobre a taxa Selic na semana que vem. Investidores esperam manutenção em 13,75%.
“Acho que a conclusão é de que nada disso deva estimular o BC aqui a cortar juros antes do previsto. Isso também me parece uma leitura unânime do mercado, a despeito da pressão política forte”, disse Bergallo, da FB Capital.
Dados dos EUA
Do cenário externo, o mercado acompanhou os números da inflação nos Estados Unidos, em busca de pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed) na decisão sobre a taxa de juros no país.
Dados norte-americanos mostraram que o índice de preços PCE subiu 0,1% em março, após alta de 0,3% em fevereiro. Nos 12 meses até março, o índice aumentou 4,2%, após alta de 5,1% em fevereiro. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice avançou 0,3%, repetindo a taxa de fevereiro.
“A leitura geral dos índices inflacionários nos EUA mostra que o indicador cheio mostra moderação mais elevada, porém o núcleo mostra uma certa resistência… com dificuldade de queda”, disse Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercado da Stonex.
“Isso tem reacendido nos investidores alguns temores de que a economia mundial vá passar por um momento mais difícil em que as autoridades monetárias vão precisar manter uma postura mais rígida de aperto monetário.”
Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercado da Stonex
Num geral, juros mais altos nos Estados Unidos tendem a favorecer o dólar globalmente, uma vez que elevam os retornos do extremamente seguro mercado de renda fixa norte-americano.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street abriram em baixa nesta sexta-feira, depois que a Amazon alertou sobre uma desaceleração em seus negócios de nuvem, enquanto dados fortes de inflação consolidaram as apostas de que o Fed elevará os juros novamente na próxima semana.
O Dow Jones caía 0,08% na abertura, para 33.797,43 pontos. O S&P 500 abriu em baixa de 0,14%, a 4.129,63 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuava 0,20%, para 12.117,54 pontos na abertura.
Europa
As ações europeias viraram e fecharam em alta nesta sexta-feira, depois que balanços otimistas e uma alta nos papéis de petróleo ajudaram o índice pan-europeu STOXX 600 a superar dados sombrios da zona do euro e uma queda nas ações de bancos.
O STOXX 600 fechou em alta de 0,56%, a 466,64 pontos, e subiu 1,9% este mês, impulsionado por balanços após um mês de março turbulento após o colapso de dois bancos regionais dos Estados Unidos e o resgate do Credit Suisse patrocinado pelo Estado suíço.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,50%, a 7.870,57 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,77%, a 15.922,38 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,10%, a 7.491,50 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,30%, a 27.077,44 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,79%, a 9.241,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,51%, a 6.212,33 pontos.
Ásia
As ações da China subiram nesta sexta-feira, antes de uma esperada alta recorde de viagens durante o feriado do Dia do Trabalho, com as ações de tecnologia da informação e finanças liderando os ganhos.
“O sentimento do investidor se estabilizou um pouco à medida que a recuperação do consumo continua no caminho certo e as preocupações com o ressurgimento do covid-19 diminuem”, disse o Morgan Stanley em nota.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,40%, a 28.856 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,27%, a 19.894 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,14%, a 3.323 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,02%, a 4.029 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,23%, a 2.501 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,09%, a 15.579 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,35%, a 3.270 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,23%, a 7.309 pontos.
(*Com informações da Reuters)
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