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Finanças

Ibovespa fecha nos 104 mil pontos com resultado de vacinas; dólar cai a R$ 5,34

Índice brasileiro superou o S&P 500, termômetro da renda variável

bolsa de valores

O Ibovespa, principal índice da B3, começou a semana seguindo a tendência de alta e atingiu seu maior patamar desde o dia 4 de março, quando a bolsa de valores fechava nos 107 mil pontos. O índice brasileiro fechou nesta segunda-feira (20) em alta de 1,49% aos 104.426 pontos.

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O desempenho superou o termômetro da renda variável, o índice S&P 500 fechou em alta de 0,84%, enquanto os outros índices americanos, Dow Jones e Nasdaq valorizaram 0,03% e 2,51%, respectivamente.

O bom desempenho da bolsa brasileira foi puxado pelo avanço com as vacinas. Ainda de manhã as farmacêuticas Pfizer e BioNTech informaram que os testes tiveram resultados positivos. Segundo os estudos uma resposta imunológica contra o coronavírus é totalmente possível. Agora a vacina avança para a última fase dos testes.

Já a vacina desenvolvida pela Oxford e a AstroZeneca também mostrou bons resultados. Os mil participantes testados na fase inicial da pesquisa desenvolveram anticorpos contra a Covid-19. Enquanto a vacina chinesa Casino Biologics também teve resposta imune para os testes em 500 voluntários.

No cenário interno o desempenho dos frigoríficos puxou a alta do índice, responsáveis por 7% da carteira teórica do Ibovespa. A Marfrig (MRFG3) foi a primeira a se movimentar contra o boicote aos seus produtos nas exportações. E anunciou que agora deve adotar a rastreabilidade do gado para reforçar seu compromisso com o desmatamento zero. Esta é uma das exigências de exportação para países europeus. Com isso as ações da companhia fecharam em alta de 3,35%.

Enquanto a bolsa subia, o dólar caiu em meio a tanta novidade boa. O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,342, com variação negativa de 0,75%. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,386.

Após uma manhã volátil, a moeda americana firmou queda nos negócios da tarde, especialmente após anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que uma vacina sairá “muito em breve”. No mercado futuro, o dólar para agosto era negociado em queda de 0,69% às 17h, cotado em R$ 5,3510.

Entre as 5 ações mais negociadas do dia destaque para Vale (VALE3) que recuou 0,39%. A companhia fechou perto da estabilidade seguindo desempenho do minério de ferro negociado em Qingdao que teve queda de 0,9%. A tonelada da commoditie é negociada a US$ 109,50 a tonelada.

Ainda na agenda corporativa, a Vale deve apresentar melhorias no lucro e produtividade no segundo trimestre. Analistas projetam para os resultados, divulgados hoje à noite, uma produção de 69 milhões de toneladas de abril a junho.

Entre as mais negociadas, a Petrobras (PETR4) zerou ganhos após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, desistir da petição para barrar o processo de venda das refinarias da companhia. Segundo o Cade, a tentativa de venda não seria uma burla à legislação, contudo atende a decisão do órgão. As ações ordinárias (PETR3) da companhia recuaram 0,63%.

Destaques da Bolsa

Entre os destaques positivos do dia estão as operadores de telecomunicações Tim e Vivo. O motivo é a proposta conjunta apresentada pelas companhias, incluída a Claro, para adquirir a unidade móvel da Oi. O preço mínimo estabelecido pela compra é de R$ 15 bilhões. Segundo comunicado enviado a CVM, as empresas pediram para cobrir qualquer proposta já feita antes para Oi pela unidade.

Com a notícia, as ações da Tim (TIMP3) e da Vivo (VIVT4) dispararam 6,13% e 5,99%, respectivamente. Subiram também os papéis ordinários da OI (OIBR3) com alta de 9,09% e os preferenciais (OIBR4) que avançaram 8,84%.

Veja também: Ação da nova Oi: mico ou oportunidade para o investidor?

Outro destaque positivo foi da Via Varejo (VVAR3) que fechou em alta de 7,35%. Os investidores foram à euforia após a companhia divulgar por erro no Twitter que as vendas de eletrônicas em maio e junho cresceram 2500%.

Entre os destaques negativos, os investidores ficaram de olho nas ações ordinárias e preferenciais da Eletrobras. A companhia informou que a concessão de adiantamento para aumento de capital da subsidiária Eletronuclear foi aprovado pelo Conselho. A operação com a subsidiária deve envolver R$1,052 bilhão neste ano e será uma das etapas para tomar a usina nuclear Angra 3. Com isso os papeis da ELET3 e ELET6 recuaram 0,99% e 1%, respectivamente.

Cenário doméstico

No Brasil, a expectativa de retomada da agenda de reformas ajuda também na queda do dólar e dos juros futuros, sobretudo a Tributária, cuja proposta do governo federal deve ser apresentada ao Senado nesta terça-feira (21) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A pauta de privatizações, a começar pela Eletrobras, está no radar também.

Na pesquisa Focus, mais cedo, o mercado projeta queda menor para o PIB deste ano de -6,10% para queda de 5,95% e, para 2021, segue em alta de 3,50%. A estimativa do mercado para IPCA deste ano segue em 1,72% e em 3,00% para 2021. Já a projeção para a Selic segue em 2,00% em 2020, e em 3,00% no ano que vem. No caso da taxa de câmbio, as estimativas permanecem em R$ 5,20 para fim de 2020 e, em R$ 5,00, para fim de 2021.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda (20), em um dia marcado por notícias positivas a respeito das pesquisas para o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus. Três frentes de estudos divulgaram hoje dados preliminares que sugerem que a indução de uma resposta imunológica contra a doença é possível.

O índice Dow Jones encerrou com ganho de 0,03%, a 26.680,87 pontos. O S&P 500 avançou 0,84%, a 3.251,84 pontos. O Nasdaq se valorizou 2,51%, a 10.767,09 pontos. As ações de tecnologia, em geral, tiveram bom desempenho, mas o papel da Amazon se destacou (+7,93%), após um analista do Goldman Sachs elevar o preço-alvo dos papéis de US$ 3.000 por ação para US$ 3.800 por ação.

Investidores acompanharam de perto os resultados de testes para desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19. Logo pela manhã, a Pfizer e a BioNTech informaram que seus estudos iniciais tiveram dados promissores. Já a Universidade de Oxford e a farmacêutica anglo-sueca AstroZeneca reveleram que os mais de mil participantes da etapa inicial de suas pesquisas desenvolveram anticorpos neutralizantes. Já o projeto da chinesa Casino Biologics também disse que os 500 voluntários tiveram resposta imune.

Apesar disso, os papeis de farmacêuticas tiveram desempenhos mistos nas bolsas de Nova York. A ação da Pfizer subiu 0,70%, enquanto os American Depositary Receipts (ADRs) da BioNTech avançaram 3,46%. Por outro lado, os ADRs da AstroZeneca recuaram 3,96%. Já a ação da Moderna despencou 12,83%, após ter sido rebaixada pelo JPMorgan em meio a dúvidas sobre o real valor.

Segundo o analista de mercados financeiros da Oanda, Edward Moya, os negócios se mostram sensíveis a notícias sobre medidas de governo para estimular a economia. “Esta semana será toda sobre estímulo fiscal e parece que a União Europeia fará seu acordo, enquanto republicanos e Casa Branca concordam com uma proposta de US$ 1 trilhão que limitará o financiamento para testes de vírus”, explica.

Em Washington, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, se reunirá amanhã com lideranças democratas no Congresso americano para discutir a nova rodada de estímulos. Segundo ele, a nova legislação será focada em criação de empregos, desenvolvimento de uma vacina e recursos para escolas.

*Com Estadão Conteúdo

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