O Ibovespa, principal indicador da B3, volta a superar seu recorde de fechamento nesta segunda-feira (20), apesar da forte queda dos bancos Bradesco e Itaú. O dia foi de poucos negócios devido ao feriado nos Estados Unidos.
O índice da bolsa brasileira subiu 0,32%, a 118.861 pontos, superando o recorde de 2 de dezembro. O impulso veio das ações da Petrobras, beneficiadas pelo avanço dos preços do petróleo, e da Vale caía, que acompanhou o preço do minério de ferro no mercado internacional.
Já o dólar comercial fechou negociado a R$ 4,1892, com alta de 0,58% frente ao real.
Destaques do dia
Nesta segunda, o Bank of America Merrill Lynch reduziu a recomendação de Bradesco para neutra e cortou o preço-alvo da ação para R$ 39, enquanto a referência de preço para o Santander Brasil (com recomendação neutra) caiu para R$ 46. A instituição também alterou a recomendação para Itaú Unibanco a “underperform” (abaixo da média do mercado), com preço-alvo reduzido a R$ 34.
Os analistas do Bofa, Mario Pierry, Giovanna Rosa e Ernesto Gabilondo, apontam que dois fatores exógenos contribuem para expectativas baixas para o setor bancário no Brasil: o aumento de cinco pontos percentuais na Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e os limites para os juros do cheque especial que, de acordo com a instituição, devem diminuir em 3% o lucro dos bancos brasileiros neste ano.
Nesta sessão, a ação ON do Banco do Brasil fechou em baixa de 0,64%, a ON do Bradesco cedeu 1,55% e a PN, 1,95%, enquanto Itaú Unibanco perdeu 2,03% – a segunda maior queda do dia no Ibovespa, superada apenas por Cielo – e a unit do Santander caiu 0,48%.
No ano, BB acumula perda de 5,72%, Bradesco ON, de 2,92%, e PN, de 3,86%, ItaúUnibanco, de 7,70%, e Santander, de 3,23%.
No lado oposto, destaque para as ações de varejo, em particular Magazine Luiza (+3,04%), o sexto melhor desempenho na sessão entre as componentes do Ibovespa. Desempenho positivo também para os carros-chefes Vale (+0,63%) e Petrobras (+0,41% na ON e +0,50% na PN).
O setor bancário está ingressando em cenário desafiador, de juros em queda sustentada, movimento que afeta as margens das instituições e os ganhos em operações de tesouraria. Tal conjuntura tem como pano de fundo uma transformação de longo prazo para aumentar o grau de competição, especialmente com fintechs e bancos digitais.
“A permissão do pagamento de títulos públicos por fintechs tem efeito direto sobre grandes bancos, especialmente Itaú e Bradesco, mais expostos a isso”, diz Renato Chain, estrategista da Arazul.
Cenário externo e interno
Nos Estados Unidos, os mercados ficaram fechados por causa do feriado de Martin Luther King, enquanto na Europa o sinal das bolsas foi misto, à espera do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Além disso, decisões de política monetária no Japão e na zona do euro ficam no radar esta semana.
Internamente, investidores acompanharam a divulgação do boletim Focus, realizado pelo Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (20) aponta uma redução na estimativa de inflação neste ano de 3,58% para 3,56%, abaixo da meta central de 4%.
O boletim também prevê a elevação de 2,30% para 2,31% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2020. Para 2021 a estimativa de crescimento se mantem em 2,50%.
Na sexta (17), a bolsa terminou a semana em alta, beneficiada pelo forte avanço da Vale. A bolsa acompanhou o otimismo no exterior após a divulgação de dados positivos da China, reduzindo temores de uma desaceleração da economia mundial. A bolsa brasileira subiu 1,52%, a 118.478 pontos.
*Com informações do Estadão Conteúdo.