Em sessão volátil, o Ibovespa encerrou em queda nesta terça-feira (28) e no acumulado do mês. O dia foi marcado pela decisão sobre a reoneração dos combustíveis e pela pressão do recuo das ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). O dólar fechou em alta ante o real pela terceira sessão consecutiva, em um dia de disputa entre investidores pela formação da taxa Ptax.
No dia, o Ibovespa caiu 0,74%, aos 104.931 pontos. No mês, o indicador teve queda de 7,49%. O dólar subiu 0,35%, a R$ 5,2249, nesta sessão. No mês, a moeda norte-americana teve alta de 2,99%.
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Combustíveis
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que a reoneração da gasolina representará um aumento de R$ 0,47 por litro, e de R$ 0,02 para o etanol.
De acordo com o ministro, a decisão foi tomada com a intenção de recompor o orçamento público. Haddad acrescentou que o anúncio do detalhamento da reoneração aguardou a divulgação dos preços da Petrobras.
Ainda segundo o ministro, o preço do diesel deve cair porque não haverá reoneração até dezembro.
Haddad explicou também que para compensar a diferença da tributação passada e a atual, o Ministério de Minas e Energia decidiu aplicar pelos próximos quatro meses o imposto de exportação sobre óleo cru.
“Os agentes financeiros avaliam a notícia como a primeira vitória do ministro Fernando Haddad sobre a ala política do atual governo, em meio às indefinições ainda pendentes sobre a nova regra de gastos para o país“, disse a XP em nota.
Como Haddad é visto como mais fiscalmente moderado do que o presidente Lula e vários de seus apoiadores, o mercado enxerga com bons olhos o desfecho sobre a reoneração dos combustíveis.
O ministro da Fazenda deve apresentar em março um novo plano de arcabouço fiscal para o país, e os mercados aguardam para saber se a proposta terá mais peso das opiniões de Haddad ou da chamada “ala política” do governo.
Destaques da B3
Petrobras
As ações da petroleira caíram mais de 3% e puxavam o Ibovespa para baixo, devido ao peso importante na composição do indicador, com o mercado de olho nos preços dos combustíveis. No começo desta tarde, a empresa anunciou que decidiu reduzir o preço médio da gasolina e do diesel às distribuidoras
A possibilidade da Petrobras aproveitar uma margem aberta pela conjuntura e reduzir os preços para compensar a reoneração dos produtos esteve na pauta de reunião na sede da petroleira, na segunda-feira, com participação de representante do governo, segundo duas fontes a par do encontro.
Ainda como pano de fundo estavam as expectativas relacionadas ao balanço da companhia, previsto para a quarta-feira. As atenções estarão voltadas particularmente para divulgações atreladas aos dividendos da Petrobras.
BRF
A ação da BRF (BRFS3) recuou 4,79% nesta tarde. A empresa informou que contratou o Banco Santander para ser seu assessor financeiro visando a alienação de sua operação de “pet food”.
Segundo comunicado, a operação envolvendo ativos de ração para animais domésticos envolverá as investidas da companhia BRF Pet S.A., Mogiana Alimentos S.A., Hercosul Alimentos Ltda., Hercosul Soluções em Transportes Ltda., Hercosul Distribuição Ltda. e Hercosul International S.R.L..
“A transação será realizada por meio de processo competitivo, com o objetivo de obter a proposta que seja mais vantajosa para a companhia, inclusive o maior preço para os ativos a serem alienados”, disse a BRF. A empresa acrescentou que o processo está em estágio inicial, “com conversas preliminares com potenciais interessados”.
Carrefour
A ação CRFB3 recuou 5,48% nesta tarde. A empresa informou nesta terça que o vice-presidente financeiro David Murciano decidiu renunciar ao cargo, com efeito a partir de 1º de março. A companhia, também dona do atacarejo Atacadão, informou que Murciano citou que pretende “retornar para sua família na Europa”.
Para ocupar o lugar de Murciano, o grupo indicou interinamente o presidente-executivo da companhia, Stéphane Maquaire, até encontrar um substituto para a posição.
Pão de Açúcar
O papel PCAR3 despencou 7,17% na tarde. O grupo de varejo dono da bandeira Pão de Açúcar, GPA, teve prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre do ano passado, revertendo resultado positivo de R$ 777 milhões obtido no mesmo período de 2021, informou a companhia no final da noite de segunda-feira.
A receita líquida do GPA nos três últimos meses de 2022 subiu 10,7% sobre um ano antes, somando R$ 4,9 bilhões. O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) despencou 25,3%, para R$ 835 milhões.
Braskem
A ação BRKM5 subiu 1,31%. A Braskem registrou recuo de 1% no volume de vendas de resinas no mercado brasileiro no quatro trimestre de 2022 contra igual período do ano anterior, para 861 mil toneladas, informou a petroquímica na segunda-feira.
Balanços no setor de energia
A ação da EDP Brasil (ENBR3) teve baixa de 0,05, mesmo após a empresa anunciar que registrou um prejuízo líquido de R$ 396,9 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o resultado positivo de R$ 809 milhões observado um ano antes, com impacto principalmente de uma baixa contábil relacionada à usina termelétrica de Pecém.
Já a geradora de energia renovável AES Brasil (AESB3) conseguiu fechar 2022 com desempenho positivo, colhendo frutos da estratégia de diversificar seu parque gerador com o avanço nas fontes renováveis eólica e solar, que ajudam a complementar e equilibrar os resultados da geração de suas hidrelétricas. A elétrica encerrou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 137,4 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 31,5 milhões de registrado um ano antes. A ação caiu 0,10% neste pregão.
Bolsas mundiais
Wall Street
Europa
As ações europeias caíram nesta terça-feira depois que dados da França e da Espanha apontaram que a inflação está mais rígida do que o temido, mas ainda assim encerraram seu segundo mês consecutivo em alta, apoiadas por fortes ganhos nas ações de bancos, que são sensíveis aos juros.
Os investidores esperam que o BCE eleve os juros em 50 pontos-base em sua próxima reunião de março, elevando sua taxa para 3%. Os juros devem atingir um pico de 4% em julho.
Todos os olhos estão agora voltados aos dados preliminares da inflação dos preços ao consumidor da zona do euro para fevereiro, que serão divulgados na quinta-feira.
Um aumento nos rendimentos dos títulos governamentais da zona do euro também pressionou as ações. O rendimento do título de 10 anos da Alemanha , referência do bloco, atingiu seu nível mais alto desde 2011.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,32%, a 461,11 pontos.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,74%, a 7.876,28 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,11%, a 15.365,14 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,38%, a 7.267,93 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,12%, a 27.478,37 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,86%, a 9.394,60 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,53%, a 6.057,20 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de Hong Kong fecharam o mês em queda de 9,5%, o pior desempenho para fevereiro desde 1982, com os investidores realizando lucros e mudando parcialmente sua exposição ao mercado de ações da China enquanto aguardam dados que confirmem uma recuperação da economia.
Redmond Wong, estrategista de mercado para a Grande China na Saxo Markets, disse que investidores estão esperando por mais dados econômicos para avaliar a força da recuperação.
“O aumento da tensão entre os EUA e a China em relação à Rússia também pesou no sentimento”, disse Wong.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,08%, a 27.445,56 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,79%, a 19.785 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,66%, a 3.279 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,63%, a 4.069 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,42%, a 2.412 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,02%, a 3.262 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,47%, a 7.258 pontos.
*Com informações da Reuters.
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