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Finanças

‘Índice do medo’ dispara mais de 30% com nova variante da covid-19

Descoberta na África do Sul derrubou os mercados nesta sexta-feira.

ibovespa

A nova variante da covid-19 que surgiu na África, B.1.1.529, fez o VIX, conhecido como “índice do medo”, disparar mais de 30% na manhã desta sexta-feira (26). O indicador é uma espécie de “termômetro” que mede o pânico do mercado. Quanto mais alto, maior a tensão entre os investidores.

Por volta de 9h45 (horário de Brasília), o VIX avançava 31,58%, atingindo um valor em dólares de 25,50. Mais cedo, chegou a atingir uma alta de 38%. Veja mais cotações do mercado.

A descoberta da B.1.1529 com 32 mutações preocupou cientistas por sua capacidade de ajudar o vírus escapar à imunidade. Ainda não se sabe qual o grau de transmissibilidade da variante. Foram confirmados dez casos em três países (Botsuana, África do Sul e Hong Kong) até o momento.

Os mercados reagiram com queda das bolsas globais e do petróleo, na volta do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.

Origem do VIX

Criado na década de 1990 na bolsa de opções de Chicago (Chicago Board Options Exchange), o VIX é um índice que acompanha contratos futuros das 500 ações mais importantes do mercado norte-americano. Ele indica o quanto o índice S&P 500 pode oscilar nos próximos 30 dias.

Sempre que o VIX dispara, a leitura do mercado é de que aumentou o risco no mundo. E como o risco deixa os mercados mais voláteis, pode-se dizer que o estresse acompanha essa oscilação, do ponto de vista da psicologia do investidor. 

O VIX está quase sempre ligado a eventos que geram grandes incertezas, como crises financeiras, desastres naturais, conflitos entre países e epidemias como a que vemos agora. E apesar de o VIX replicar somente o comportamento das ações americanas, ele é visto como referência desse sentimento no resto do mundo, já que Wall Street exerce uma forte influência sobre outros investimentos. 

Costuma-se dizer que existe uma correlação negativa entre o comportamento das ações e o VIX. Traduzindo: quando a bolsa está em alta, o índice do medo caminha na direção oposta. Isso porque os investidores ficam mais dispostos a tomar risco e suportam mais possíveis perdas. 

Da mesma forma, os mercados em queda fazem o VIX subir. Tanto que os picos aconteceram em momentos de grandes incertezas e tensão (veja no gráfico). No ataque às Torres Gêmeas de Nova York, em 2001, ele quase atingiu 50 pontos em dólares. Em 2008, quando o banco Lehman Brothers decretou falência, um prenúncio da crise internacional, o índice do medo chegou aos 90 pontos.

No período em que o S&P 500 caiu 15%, entre agosto e outubro de 2008, o VIX subiu quase 260%. 

Ilustração com gráfico mostrando picos de crises

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