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Finanças

Maioria dos FIIs pagou dividendos abaixo da Selic em 12 meses, mostra estudo

Levantamento do Clube FII considerou fundos imobiliários do IFIX; recebíveis imobiliários e agro superaram taxa de juros.

Um estudo realizado pelo Clube FII mostrou que a maior parte dos fundos imobiliários listados no Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) apresentou um desempenho inferior à taxa básica de juros nos últimos 12 meses. Dos 111 FIIs que compõem o indicador, 43% (48 deles) entregaram dividendos abaixo da Selic, principal referência do mercado de renda fixa, que hoje está em 13,75% ao ano.

O levantamento utilizou a ferramenta Radar do Clube FII e fez uma análise do dividend yield (DY) dos fundos que integram a carteira teórica do IFIX, comparando-os com a taxa Selic. O cálculo levou em conta os rendimentos distribuídos nos últimos 12 meses e a cotação dos FIIs na última quinta-feira (6), antes do feriado de Semana Santa.

De todas as categorias, os fundos papel, ou de recebíveis imobiliários (que investem em títulos de renda fixa, como os CRIs), tiveram um desempenho superior à Selic no período. Dos 42 FIIs listados, 35 deles apresentaram retorno acima da taxa de juros, com dividend yield de 14,55%. FIIs de agronegócio também superaram, com DY de 14,13%.

Fundos de galpões logísticos, por sua vez, tiveram um DY de 10,19%, com apenas 3 dos 18 listados no índice ganhando da Selic. FIIs que investem em lajes comerciais e shoppings apresentaram retornos inferiores a 10%, na média geral do IFIX.

O dividend-yield médio do IFIX está em 12,35% em 12 meses, 89,81% da Selic.

Dividend yield x valor da cota

Arthur Vieira de Moraes, do Clube FII, explica que, embora o DY dos fundos de papel tenda a ser maior, eles reinvestem a rentabilidade dos títulos na forma de retorno aos cotistas, o que não contribui para elevar o patrimônio do fundo. Já os FIIs de tijolo elevaram seu valor patrimonial ao longo do tempo, devido à valorização dos imóveis que compõem a carteira – aumentando assim o valor de suas cotas.

Ele cita como exemplo dois fundos lançados há mais de 10 anos, um de recebíveis imobiliários e outro de imóveis físicos. O KNCR11, FII de recebíveis, teve seu IPO no final de 2012, negociado a R$ 100,00 por cota. Hoje, o valor patrimonial do fundo é de R$ 100,76 por cota, comenta o especialista.

O KNCR11 é gerido pela Kinea e administrado pela Intrag e possui CRIs indexados ao CDI nas áreas de residencial, shopping, lajes corporativas e galpões logísticos. O fundo passou por 9 emissões de cotas, sendo as duas últimas em 2019 e 2022.

Já o KNRI11, fundo imobiliário de tijolo, teve seu IPO no final de 2010, a R$ 100,00 por cota. Hoje, o valor patrimonial do fundo é de R$ 160,01 por cota. “O primeiro distribuiu tanto a correção sobre o valor investido quando os juros. O segundo distribuiu apenas os juros (aluguel) sobre o investimento”, exemplifica.

Também gerido pela Kinea e administrado pela Intrag, o KNRI11 realizou 7 emissões de cotas para subscrição até 2021. Até abril de 2022, a carteira do fundo tinha 21 propriedades, sendo 12 edifícios comerciais e 9 centros logísticos. Além disso, tinha um porfólio diversificado, com 90 inquilinos, apesar de todos os ativos estarem concentrados em três estados do Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

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