*ARTIGO
De acordo com o levantamento “NFTs and social gaming present two near-term opportunities for luxury brands, allowing them to monetize their vast IP (Intellectual property) built over decades”, espera-se que a demanda digital por marcas de moda cresça de forma exponencial nos próximos anos, movimentando cerca de US$ 56 bilhões até 2030.
Tal crescimento estrondoso não é à toa, pois os produtos phygital, aqueles que mesclam itens reais com NFTs (tokens não-fungíveis), estão permitindo que empresas dos mais diversificados setores produzam novas categorias de produtos e consigam se expandir para além das fronteiras físicas.
Esse é o caso da Nike que, em parceria com a RTFKT, passou a comercializar o “AR Genesis Hoodie”, casaco físico que contém chip embutido atrelado a uma NFT, assim como a básica e sofisticada marca brasileira Reserva, que está lançando o primeiro tênis phygital do Brasil, do qual integra a versão física e digital do seu sneaker Spriz.
Além disso, os produtos phygital tendem a ser mais exclusivos e caros em comparação aos outros “NFTs simples”, pois os detentores de tais tokens têm o direito de reclamar uma versão física mais tarde, bem como o direito de negociá-los em mercados secundários para outro comprador.
Uso estratégico dos NFTs para marcas
Os objetivos dos NFTs pelas indústrias são tão longos quanto a imaginação. Contudo, quando atrelados ao setor de moda, não importa qual categoria de produto seja, pelo menos cinco valores centrais são considerados, sendo:
- Identidade
As pessoas se expressam online através do visual dos seus “profile”. Com isso, donos dos tokens não-fungíveis conseguem, muitas vezes, personalizar o seu avatar digital, criando, assim, o seu IP pessoal e identidade única na Web3.
- Exclusividade
Via de regra, os itens digitais relacionados à moda são explorados para gerar senso de exclusividade que vão além do prazer de ter uma peça única, pois muitos deles também servem como chave de acesso para ter experiências exclusivas, mercadorias VIPs, descontos adicionais, etc.
- Autenticidade
Os detentores de qualquer criptoativo podem verificar e visualizar o histórico de dados relacionados a ele através do blockchain. Por isso, tanto as marcas quanto consumidores conseguem comprovar a autenticidade da sua peça e eliminar o risco de ter um item falsificado.
- Interatividade
Normalmente, os NFTs criados pelas marcas de moda permitem que os titulares interajam com o seu vestuário digital, seja através do metaverso ou outra plataforma. Trazendo ainda mais interação, alguns desses itens ainda suportam filtros de realidade aumentada, sendo uma ponte fundamental entre o ambiente virtual e o mundo físico.
- Comunidade
Explorando a fidelidade, engajamento e proximidade, as marcas têm canais e grupos VIPs para os donos dos NFTs, onde conseguem socializar, interagir e comunicar com “usuários da mesma tribo”, bem como com os membros da equipe do projeto.
Em resumo, é essa interconexão entre o produto físico e sua respectiva representação digital, assim como a melhor experiência de usuário através dos benefícios agregados, que tem atraído tanto a indústria da moda para a tecnologia dos NFTs.
Estratégia phygital veio para ficar
Oferecer uma boa experiência para o cliente é indispensável em qualquer canal de venda, online ou offline, e o phygital pode contribuir com essa percepção de forma mais intensa. Então, para alegria de uns e tristeza de outros, os NFTs são a nova forma de vínculo de relacionamento entre marcas e consumidores.
Mediante a mudança do comportamento humano na era tecnológica, o phygital é uma excelente ferramenta de marketing para fidelizar e adquirir novos clientes, ainda possibilitando estabelecer presença no espaço Web3.
Mais do que um mercado, há um gigantesco ecossistema a ser criado a partir de vestuários tech e suas interações com a vida em geral. Dado cenário global tão competitivo, o uso do phygital tem se tornado indispensável para marcas que querem ser relevantes.
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Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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