A Mastercard (MSCD34) está apostando suas fichas nos meios de pagamento em criptomoedas para o futuro. A rede americana, que nasceu como uma bandeira de cartões, tornou-se uma empresa de pagamentos.
Em uma parceria com a exchange de criptomoedas Binance, a Master lançou na Argentina um cartão para gastar os ativos digitais em compras diárias onde a conversão da criptomoeda para a moeda local é feita no momento da transação.
O cartão permite que os usuários gastem suas criptomoedas em mais de 90 milhões de estabelecimentos de comércio filiados à Mastercad no mundo. Também é possível fazer saques em caixas eletrônicos com o cartão, sem cobrança de taxas extras.
“Consigo trazer essa nova economia para o mundo real, para mundo físico. O cliente compra um bitcoin ou qualquer outra criptomoeda e tem um saldo disponível. Hoje, para usar o saldo é preciso vender o ativo, carregar o valor da venda na moeda local e depois fazer essa transação. O que a gente fez foi conectar toda essa experiência”, afirma Thiago Dias, vice presidente regional de Fintech and Labs da Mastercard.
A quantidade dos ativos digitais utilizados na compra varia conforme a cotação do momento da transação, já que as criptomoedas são negociadas durante 24 horas do dia.
Os argentinos podem gerenciar seus cartões diretamente pelo aplicativo ou pelo site da Binance, tendo fácil acesso ao seu histórico de transações e seus fundos.
Planos para a América Latina
A Argentina é o primeiro país sul-americano a contar com a tecnologia. O país foi escolhido por ter grande número de usuários em criptomoedas devido à sua instabilidade política e financeira. Por enquanto, não há previsão do lançamento no Brasil, mas o plano é expandir a solução para outros países da América Latina.
De acordo com Thiago Dias, a desmaterialização de pagamentos fará com que “cada vez mais os cartões se transformem em credenciais de pagamento tokenizadas.”
Outras tecnologias
De olho no futuro, além da parceria com a Binance, a Master também anunciou o lançamento de dois novos produtos no mundo das criptomoedas.
O crypto secure, é uma solução de tecnologia projetada para trazer segurança e confiança adicionais ao ecossistema digital.
“É uma informação que navega agora na nossa rede, dando mais informações dos bancos para os emissores para que eles tomem uma melhor decisão antifraude para saber o risco da transação de criptomoedas, seja pra compra ou pra venda. Consigo dar mais informações para o ecossistema de pagamentos”, explicou Dias.
Desta forma, os emissores podem facilmente identificar e recusar transações com comerciantes de criptomoedas propensos a fraudes.
O outro produto, o crypto source, é um novo programa para permitir que as instituições financeiras tragam recursos e serviços seguros de negociação de criptomoedas para seus clientes.
“Imagina o banco que quer colocar à disposição de seus clientes a compra e venda de criptomoedas. Isso vai ser possível conectando diretamente com a Mastercard com toda a segurança e experiência pra esse tipo de transação. Quando eu olho mais para o futuro, eu vejo muita coisa acontecendo nesse ecossistema aqui.”
Em parceria com provedores de custódia de criptomoedas regulamentados e licenciados, os parceiros de instituições financeiras da Mastercard terão acesso a um conjunto de serviços de compra, retenção e venda de ativos criptográficos selecionados, com serviços comprovados de identidade, cibernética e segurança.
Para esse programa, a Mastercard expandiu sua parceria com a Paxos Trust Company, uma plataforma de infraestrutura de blockchain. Enquanto a Paxos fornece serviços de negociação e custódia de criptoativos em nome dos bancos, a Mastercard usa sua tecnologia para integrar esses recursos às interfaces dos bancos.
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