Uma medida da incerteza sobre os rumos da taxa de câmbio para daqui até outubro saltou nesta quinta-feira (28) ao maior patamar em três anos e meio, com um rali imparável da moeda norte-americana no exterior a máximas em duas décadas, mas também num reflexo do cenário nebuloso no Brasil até as eleições presidenciais.
A volatilidade implícita em contratos de opção de dólar/real com vencimento em seis meses subiu a 20,408%, maior valor desde 26 de setembro de 2018 (20,638%). Assim, deixou para trás a máxima da pandemia, de 20,175%, do dia 29 de junho de 2020.
Quanto mais elevado o número, mais oscilações bruscas são esperadas para o preço de um ativo –no caso, a taxa de câmbio.
A forte alta na volatilidade implícita, contudo, é mais notada no vencimento de seis meses, que inclui outubro, mês das eleições presidenciais. As medidas para um, dois e três meses operavam em leve queda ou em torno da estabilidade nesta quinta-feira.
O dólar voltava a subir ante o real nesta sessão e chegou a se aproximar de R$ 5,05, máximas desde meados de março, antes de devolver parte dos ganhos e ser cotado em torno de R$ 4,99 por volta de 13h06 (de Brasília). No exterior, um índice da moeda norte-americana em relação a uma cesta de rivais de países ricos disparou a picos desde dezembro de 2002, com expectativas de que a política monetária do Fed siga comparativamente mais agressiva.
Aqui, o dólar chegou a ser cotado em torno de R$ 4,60 há cerca de uma semana e, embora analistas tenham se surpreendido com a velocidade do rali para acima de R$ 5, eles lembraram que era previsto que a moeda voltasse para em torno desse nível, em parte pela perspectiva de que o debate eleitoral se torne mais acirrado conforme se caminha para outubro.
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