Morning Call: agenda de indicadores cheia deve guiar mercados; Cielo voa no 4Tri

Destaques (José Falcão Castro):

Com uma agenda de indicadores super carregada, o PIB do 4º trimestre é o dado em destaque hoje, nos EUA, um dia após a visão pessimista do Fed sobre a recuperação econômica, com a pandemia sem dar descanso em todas as partes do mundo;

Apesar do lucro bilionário da Apple (US$ 22,7 bi no 1TRI fiscal, com crescimento de 29%), porém abaixo das expectativas do mercado, as ações da companhia caem 2,32% no pré-mercado e Tesla que teve o primeiro lucro anual da sua história com crescimentos de 157%, em 2020, recua 6,04%. Além disso, a preocupação com covid, vacinação lenta e com movimentos especulativos mantêm as bolsas globais em baixa;

Com os investidores acompanhando a agenda carregada hoje nos EUA, com PIB do 4TRI, balança comercial e pedidos de seguro-desemprego, no pré-mercado de NY, Dow Jones futuro recua 0,05%, S&P 500 (-0,34%), Nasdaq (-1,04%);

Mais cedo, o índice de confiança econômica da zona do euro caiu de 92,4 pontos em dezembro para 91,5 pontos em janeiro (projeção 90);Confiança do consumidor europeu caiu de -13,8 pontos para -15,5, e a do setor de serviços de -17,1 para -17,8; a da indústria subiu para -5,9 pontos (antes, -6,8);

Ainda na Europa, com balanços corporativos mistos, a bolsa de Frankfurt cai -1%, Londres (-1,15%), Paris (-0,40%), Madri (-0,83%), Milão (-0,60%), Lisboa (-0,99%);

No Brasil, as disputas políticas agravam a crise sanitária e lançam muitas incertezas no cenário doméstico. O Butantan ameaça vender a Coronavac a outros países se o Ministério da Saúde não se comprometer com as 100 milhões de doses reservadas ao governo;

Na agenda, o investidor fica de olho na alta do IGP-M, déficit do governo central e o desemprego que deve se manter acima dos 14%. Mas é o risco fiscal que não sai do radar;

IGP-M de janeiro acelera forte e vai a 2,58%, acima da mediana (2,38%); em dezembro, foi de 0,96%; acumula alta de 25,71% em 12 meses até janeiro (23,14% no fechamento de 2020).

Análise Gráfica – IBOV (Hugo Carone):

Apesar do leve fechamento abaixo dos 116 mil pontos, a briga é grande nesta faixa de suporte por conta da média exponencial de 9 períodos do gráfico semanal. Como indicado anteriormente abaixo deste suporte temos 110.000. A resistência curta e imediata reduz seu valor para faixa dos 119.200 pontos, barreira esta que teria que ser superada para uma melhora do gráfico diário.

Cenário global e bolsa brasileira ontem (Murilo Breder):

A quarta-feira (27) foi um dia de bastante volatilidade na bolsa brasileira. O Ibovespa oscilou entre altas de 1% e quedas de até 1,5%. No entanto, apesar de certa recuperação do setor bancário e da alta de Petrobras (PETR4, +1,4%), as quedas de Vale (VALE3, -2,8%) e siderúrgicas pesaram mais forte e fizeram o índice fechar em um recuo de -0,50% no dia;

Os futuros do minério de ferro na China recuaram nesta quarta-feira em meio a preocupações com uma provável redução na produção de siderúrgicas atingidas por perdas devido aos elevados custos de produção e à fraca demanda;

Como esperado, o Federal Reserve decidiu manter os juros nos Estados Unidos próximos de zero, assim como manteve em US$ 120 bilhões por mês a compra de ativos. No entanto, ele afirmou ver um ritmo de recuperação mais lento na economia;

Voltando ao cenário corporativo, o principal destaque é para as ações da Cielo (CIEL3, +13,35%), maior alta do Ibovespa nesta quarta (27). A companhia foi a primeira a inaugurar a temporada de balanços do 4T20 e os números agradaram o mercado. Ao adotar em segmentos mais rentáveis, a empresa conseguiu compensar a queda de 10,8% em sua base ativa em relação ao mesmo período. Dessa forma, o lucro líquido do 4T20 fechou 34,7% acima em relação ao 4T19. Apesar da recuperação no último quarto do ano, o lucro líquido de 2020 ainda fechou 68% abaixo do registrado em 2019.

* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.