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Finanças

Morning Call: bolsas globais se recuperam, após riscos com o gigante imobiliário

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

Cenário global e bolsa de valores

Nesta terça-feira, os investidores estão mais calmos em relação ao possível contágio das dificuldades financeiras da endividada incorporada chinesa Evergrande, pois há uma expectativa de que os impactos negativos serão limitados, ajudando as bolsas globais a se recuperarem. Ontem, com os receios em relação a um calote da Evergrande atingiram em cheio os mercados internacionais, levando os índices norte-americanos S&P 500 e Nasdaq à maior queda percentual diária desde maio.

Mas, os investidores acordaram olhando para o “copo meio cheio” levando mais em conta o cenário de viés positivo no mercado, com impressão de dinheiro de bancos centrais e a recuperação na economia mundial pós-pandemia, apesar da variante Delta persistente e sinais de desaceleração econômica em potências globais como China e USA. Além disso, o ambiente é predominantemente de cautela, pois hoje o Federal Reserve (Banco Central Americano) inicia sua reunião de política monetária que pode dar sinais ou até mesmo anunciar o início da redução do estímulo monetários, começando pelo Tapering, que em seu programa atual, compra 120 bilhões de dólares por mês em títulos com objetivo de dar liquidez ao mercado. 

As bolsas europeias abriram em alta hoje, após registrarem sua maior queda diária em dois meses ontem, refletindo alívio nas preocupações sobre contágio pela crise da chinesa Evergrande, a maior incorporadora imobiliária do mundo, que poderia prejudicar o setor imobiliário da China, os bancos e a economia global. Enquanto isso, a gravadora Universal Music Group disparava 38% em sua estreia no mercado de ações. O índice pan-europeu STOXX 600 avançava 1,07%. Os setores de mídia, mineração e energia lideram as altas, o índice alemão DAX recuperava-se de seu nível mais baixo desde o final de julho e os índices futuros de ações dos EUA também mostravam sinais positivos. 

Cenário no Brasil 

Os ADRs brasileiros testaram uma recuperação no after hours, assim como os futuros de NY, após as fortes perdas de ontem. Nesta terça-feira também marca o início do encontro de política monetária do Banco Central brasileiro (Copom) no qual o mercado projeta o aumento de um ponto percentual da taxa Selic, para 6,25%, além do discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde se espera um discurso conciliador, mas qualquer desvio polêmico jogando para a torcida poderá repercutir negativamente nos mercados domésticos e é isso que a grande mídia espera.

A questão dos precatórios também volta ao radar, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), devem se reunir novamente após encontro na noite da véspera para debater o assunto, e esperam que o ministro da Economia, Paulo Guedes, participe do encontro desta manhã, acredito que este assunto tenha um desfecho em breve, fundamental para a acomodação dos riscos fiscais projetados pelo Orçamento/22.

Ibovespa 

O Ibovespa perdeu 3 mil pontos e fechou em queda de 2,33%, a 108.843,74 pontos, no menor nível desde novembro de 2020. O volume ficou acima da média, em R$ 38,7 bilhões. No movimento generalizado de baixa puxado pelas ações de commodities, de grande relevância na composição do índice Bovespa. A melhora na retomada final seguiu o alívio em NY. Internamente, a esperança de que o impasse dos precatórios deva caminhar para uma solução é acompanhada com expectativa pelos investidores.

O IBOV entrou em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil, 120 mil pontos e por último os 115 mil pontos e segue se afastando abaixo da média móvel curta (21 períodos).

Indicadores econômicos e eventos
China: Feriado mantém mercados fechados
EUA / Deptº do Comércio: Construções de moradias iniciadas em agosto (9h30)
Guedes e líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, têm reunião para tratar dos precatórios (10h)
EUA: Abertura da Assembleia Geral da ONU, com discursos dos presidentes Jair Bolsonaro (Brasil) (10h)
Comissão Especial da Câmara para a Reforma Administrativa deve votar parecer (10h)
EUA / API: estoques de petróleo da semana até 17/09 (17h30)
China: Banco do Povo da China (PBoC) define taxas de referência para empréstimo de 1 e 5 anos (22h30)

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