Os investidores acompanharam ontem (7) as falas do presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, que afirmou que os dados fortes do payroll de janeiro que foram divulgados na última sexta feira (5), com a criação de 517 mil vagas frente à expectativa de mercado de criação de cerca de 200 mil reafirmaram que o Fed ainda tem espaço para aumentar a taxa de juros. Parte da inflação ainda registrada nos EUA é relacionada ao setor de serviços que está diretamente ligada ao mercado de trabalho e suas condições consideradas apertadas.
Mas no fechamento do dia, os índices dos EUA conseguiram registrar altas mesmo com as taxas das treasuries subindo. O índice Nasdaq liderou os ganhos com 1,90% seguido da alta de 1,29% do S&P 500 e 0,78% do Dow Jones.
Mercados hoje
- Ásia: com o fechamento misto nesta quarta-feira (8) os mercados asiáticos registraram alta de 1,41% no Taiex e 1,30% no Kospi enquanto o Nikkei teve recuo de 0,29%, Hang Seng teve queda de 0,07% e Shanghai fechou em baixa de 0,49%.
- Europa: os índices registram altas no começo do dia com DAX subindo 0,86%, o FTSE com alta de 0,80%, o CAC avançando 0,62%, o IBEX com ganhos de 0,99% o índice Euro Stoxx era negociado com alta de 0,53%.
- EUA: os contratos futuros dos índices norte-americanos mudam de sentido e são negociados com quedas de 0,19% do Dow Jones, 0,19% do Nasdaq e 0,28% do S&P 500 influenciados pelo novo patamar de juros máximos projetados pelos agentes de mercado desde o pregão de ontem (8) quando as expectativas passaram de um intervalo entre 4,75% e 5% e atualmente estão em 5% e 5,25%, expectativa mais em linha com as falas recentes de integrantes do Fed reforçando que os juros podem subir acima dos 5%.
- Commodities: a maioria das commodities opera em alta no começo do dia com destaque para o óleo de aquecimento com ganhos de 1,68%, o barril do petróleo WTI subindo 0,97% e o barril do Brent com avanço de 0,82%.
Brasil
O Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, fechou em queda de 0,82%, aos 107.829 pontos ontem (7), após a divulgação da ata do Copom e declarações do presidente do Jerome Powell. Já o dólar à vista teve ganhos de 0,51%, a R$ 5,1991.
Em meio aos ataques do governo ao nível de juros no país e à condução da política monetária, o Banco Central reafirmou preocupação com o quadro das contas públicas, mas fez um aceno ao pacote de medidas fiscais apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada nesta terça-feira, o BC avaliou que a revisão do arcabouço fiscal do país diminui a visibilidade sobre as contas públicas e impacta as expectativas de inflação, enfatizando que seguirá acompanhando os impactos de estímulos fiscais sobre a atividade e os preços.
O documento ponderou que membros do Copom notaram que a execução do pacote de medidas apresentado pelo Ministério da Fazenda deveria atenuar o risco fiscal e que será importante acompanhar sua implementação.
Após a divulgação da ata, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o documento menciona pontos importantes do trabalho do governo e é mais amigável.
Entre os destaques corporativos de ontem, o Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4) reportou um lucro líquido de R$ 7,668 bilhões no quarto trimestre de 2022 – um recuo de 5% sobre os R$ 8,079 bilhões do trimestre anterior. O resultado do veio abaixo da projeção média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 8,24 bilhões para o período.
Segundo o Itaú, o resultado teve impactos relacionados “a um caso específico de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial“. O banco informou que houve “reforço na Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto de R$ 719 milhões no resultado”. Excluindo esse efeito, segundo o Itaú, o resultado teria sido de R$ 8,4 bilhões, isso pelo fato do evento em questão ter acontecido posteriormente à data do fechamento do balanço.
