Retrospectiva da semana passada: o primeiro trimestre chegou ao fim com mudanças confusas nas Forças Armadas, trocas em ministérios, questionamentos sobre o Orçamento de 2021 e recorde diário de mortes por Covid-19. Enquanto os investidores avaliam que as recentes mudanças em Brasília tendem a melhorar a articulação política, permanecem profundamente cautelosos com a trajetória fiscal adotada pelo país e reformas estruturais necessárias que vão ficando para depois. Apesar de tudo, o índice Bovespa fechou o mês de março com alta de 6%, apoiado pela expectativa de normalização das atividades este ano e com os investidores indo às compras de ativos em busca de oportunidades na retomada.
Porém, no exterior o forte posicionamento econômico dos Estados Unidos compensou a retomada de medidas de lockdown na Europa, o plano de 2,2 trilhões de dólares do presidente dos EUA para reconstruir a infraestrutura do país impulsiona o índices acionários globais. O S&P 500 fechou na máxima história no pregão de quinta-feira (4.020).
Mercado hoje: nesta semana, o investidor deve continuar adotando cautela, sobretudo pelos riscos fiscais, com a indefinição do Orçamento de 2021. O presidente Bolsonaro tem até o dia 22 para decidir se veterá o projeto como veio do Congresso, atendendo às recomendações do ministro Paulo Guedes. O corte de R$ 10 bilhões em emendas parlamentares prometido pelo relator Marcio Bittar não é suficiente para executar o Orçamento dentro do teto de gastos.
Além disso, continuamos com recordes de mortes por covid-19 no radar, a falta de confiança se traduz em indicadores que mostram o futuro próximo difícil no País. A queda na produção industrial em fevereiro, ante janeiro, foi a mais forte para o mês desde 2016 (-1,3%) e a balança comercial de março, com saldo positivo de US$ 1,482 bilhão, foi o pior desempenho para o mês desde 2015.
EUA: repercute dados do feriado com o Payroll: país criou 916 mil empregos em março, ante previsão de +675 mil a +700 mil (maior ganho desde agosto passado); a taxa de desemprego cai a 6% em março, de 6,2% em fevereiro (dentro do consenso). As preocupações de que o Federal Reserve possa elevar os juros mais cedo do que o indicado pressionava os títulos norte-americanos, ao mesmo tempo em que os dados mostrando salto no emprego no país sustentavam os preços das ações globais. Futuros: Dow Jones sobe 0,62%; S&P 500 valoriza 0,53% e Nasdaq ganha 0,44%; T-note de 10 anos vai a 1,72170% (1,71800%).
Europa: bolsas europeias não abrem com feriado da Páscoa.
Ásia: bolsa da China e Hong Kong fechadas por feriado; em Tóquio, o Nikkei subiu 0,80% e, em Seul, Kospi valorizou 0,20%.
Commodities: Petróleo tipo Brent cai 1,96%, para US$ 63,89 o barril; Ouro recua próximo da estabilidade (-0,13%), para US$ 1.726,10 a onça-troy.
IBOV: o índice Bovespa retoma uma tendência de alta no curto prazo, após operar próximo do nível dos 117 mil pontos e tenta sair de uma zona de congestão em torno dos 115 mil pontos. No longo prazo, ao ficar acima da média móvel de 200 períodos (linha azul), mantém a sua tendência de alta.
Indicadores: |
Brasil |
Boletim Focus (8h25) |
Fipe: IPC de março (5h) |
FGV: IPC-S da primeira quadrissemana de março (8h) |
Balança comercial semanal (15h) |
EUA |
IHS Markit: PMI composto e PMI serviços de março (11h) |
Ásia |
China: PMI composto e PMI serviços de março (22h45) |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.