Morning Call: desoneração de combustíveis será pauta em reunião do governo

Os investidores alternaram os ânimos entre o otimismo no começo da semana passa com a divulgação da ata do Fed na quarta-feira (22), e depois com a virada pessimista na quinta-feira (23) com a divulgação do PIB do 4T22 dos EUA abaixo das expectativas em um resultado que está de acordo com um cenário de juros altos mas indicando que um menor crescimento poderia afetar o desempenho das empresas, enquanto os pedidos por seguro-desemprego, outro dado importante, se mantiveram abaixo das projeções, sinalizando que o mercado de trabalho ainda está aquecido e pressionando a inflação de demanda no país.

Na sexta-feira (24) foi a vez da divulgação de vendas de novas casas contrariarem as expectativas de queda em janeiro ao registrarem um aumento no mês mesmo em um cenário de juros mais altos, enquanto os dados do PCE, Índice de Preços preferido pelo Fed para decisões de política monetária, subiu além do esperado, forçando os investidores a precificarem novo patamar de juros máximo no país que passou do intervalo entre 5% e 5,25% para 5,25% e 5,50%, prejudicando o desempenhos dos índices que tiveram quedas semanais de 2,03% no S&P 500 aos 3.970004 pontos enquanto o Dow Jones teve baixa de 2,17% aos 32.817,05 pontos e o Nasdaq recuou 2,11% aos 11.394,94 pontos.

Mercados hoje

• Ásia: Os índices asiáticos fecharam em queda se alinhando com as baixas globais de sexta-feira. O Nikkei teve recuo de 0,11%, Hang Seng caiu 0,26%, Shanghai teve baixa de 0,28%, e o Kospi fechou com queda de 0,87% enquanto Taiwan não teve pregão pelo feriado do Dia Memorial.
• Europa: Os mercados europeus começam a semana em alta refletindo a melhora dos pré-mercados nos EUA mesmo que sem indicadores econômicos relevantes hoje. As altas no começo do dia eram de 1,50% no DAX, 0,84% no FTSE, 1,54% no CAC, 1,31% no IBEX e 1,77% no Euro Stoxx.
• EUA: Os pré-mercados norte-americanos revertem parte das perdas da semana passada ao registrarem altas de 0,43% no Dow Jones, 0,45% no S&P 500 e 0,54% no Nasdaq.

Brasil: inflação, desoneração e conta do governo em destaque

A semana passada no mercado brasileiro foi marcada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). O índice registrou uma alta de 0,76% em fevereiro,  resultado 0,21 ponto percentual acima do registrado em janeiro de 0,55%.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,31%, enquanto que nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 5,63% – abaixo dos 5,87% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já em fevereiro do ano passado, o IPCA-15 foi de 0,99%.

Na semana passada, o Ibovespa registrou perdas de 3,09% aos 105.798 pontos com impacto das quedas de índices globais pelo aumento da aversão ao risco enquanto o destaque interno era o impasse com o fim da desoneração dos combustíveis. Enquanto uma ala do governo defende a manutenção da desoneração para evitar uma pressão inflacionária, a desoneração deixaria o governo sem arrecadar cerca de R$ 28,8 bilhões no ano e pode apertar ainda mais o orçamento da União. Está marcada para hoje (27) a reunião do presidente Lula com o ministro da Fazenda, Haddad e o atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates

E hoje será divulgado o IGP-M de fevereiro que deve ter uma alta de 0,06% de acordo com as projeções da Anbima após a alta de 0,21% de janeiro, resultado que poderia desacelerar a alta em 12 meses de 3,79% para 1,98% caso seja confirmado.

Agenda da semana