Morning Call: especulação segue em NY, mas cenário político prevalece aqui

Destaques (José Falcão Castro):

Neste início de semana a volatilidade continua com especulação, agora sobre a prata, que na madrugada subia mais de 10% e atingiu máxima em oito anos;

Na agenda de indicadores teremos um dia cheio, às 11h45 saem os dados de atividade industrial nos EUA em janeiro e o no pré-mercado de Nova York os índices futuros tentam se recuperar das fortes perdas da última sexta-feira. O Dow Jones futuro sobe 0,60%, S&P 500 (+0,85%), Nasdaq (+0,93%);

Na Europa, o índice Stoxx 600 sobe 1%, puxado por empresas do setor de mineração, bons dados de atividade industrial no continente e promessa da AstraZeneca fornecer mais vacinas à União Europeia;

O PMI industrial da zona do euro caiu de 55,2 pontos em dezembro para 54,8 em janeiro, mas veio acima da prévia (54,7); ainda na zona do euro, a taxa de desemprego ficou estável em 8,3% em dezembro, em linha com projeção. Há instantes, Frankfurt subia 1,24%, Londres (+0,82%), Paris (+1,05%);

No Brasil, além do investidor monitorar paralisação dos caminhoneiros a qual não sabemos a proporção que tomará, o dia deve ser bem tenso em Brasília com as disputas políticas e mercados podem adotar cautela por aqui;

No Senado, a votação para presidência da casa começa às 16h e a vitória de Rodrigo Pacheco (DEM) está praticamente assegurada;

Na Câmara dos Deputados, notícia negativa para Baleia Rossi (MDB), o DEM decidiu ficar neutro na eleição hoje às 19h, com resultado no final da noite, o partido não integrará nenhum dos dois blocos e 22 de seus 31 deputados darão voto a Arthur Lira (PP), que precisa de 257 para ser eleito, Lira já possui 235 segundo o Estadão;

Quem não ficou satisfeito com o posicionamento do DEM foi Rodrigo Maia, que ameaçou aceitar, em seu último dia no comando da Casa, um dos pedidos de impeachment contra Bolsonaro, segundo informação de Natuza Nery (G1).

Análise Gráfica – IBOV (Hugo Carone):

Temos o primeiro fechamento semanal abaixo da média móvel exponencial de nove períodos (MME9), e com isso o estado de alerta é ligado. Para configuração de topos e fundos ainda seria muito cedo para afirmar uma mudança de tendência. Se de fato a média passar a servir como resistência teremos como importante suporte pela frente a faixa dos 106 mil pontos.

Cenário global e bolsa brasileira ontem (Murilo Breder):

O Ibovespa fechou em forte queda de -3,2% nesta sexta-feira (29) e fechou em 115.074 pontos. Na semana, a queda é de 2%. Parte da explicação começa com uma ‘ressaca’ após a alta de 2,59% na véspera, mas não é apenas isso.

Entre os principais destaques de hoje está a decepção com a efetividade da vacina da Johnson & Johnson, que anunciou nesta sexta-feira que sua vacina de dose única contra a Covid-19 foi 72% eficaz na prevenção da doença nos Estados Unidos e 66% globalmente. Isso enquanto a situação do vírus no Brasil ainda é delicada. Ontem, o país registrou 1.439 óbitos pela doença, o terceiro maior número desde o início da pandemia.

Ainda no radar do mercado está uma possível greve dos caminhoneiros. Segundo pesquisa feita pela TruckPad, 73% dos profissionais pretendem aderir caso haja paralisação. No entanto, mesmo se a greve de fato ocorrer, esta deverá ser menor do que a registrada em 2018 já que cerca de 30% dos caminhoneiros continuarão trabalhando.

No cenário corporativo, o dia negativo na Bolsa fez com que apenas Braskem (BRKM5, +1,64%) e Marfrig (MRFG3, +0,08%) registrassem alta. Já entre as maiores quedas estão a CSN (CSNA3, -8,27%) e IRB Brasil (IRBR3, -6,13%).

A resseguradora IRB devolveu parte dos fortes ganhos de 17,8% registrados na véspera após um movimento especulativo seguindo o ocorrido nos EUA com a GameStop.

Fora do Ibovespa, a Sinqia (SQIA3), que integra a carteira de small caps da Easynvest, também foi um dos destaques do dia de hoje. As ações subiram +2% após a companhia anunciar com concluiu a aquisição da Itaú Soluções Previdenciárias. A aquisição é vista como importante para os rumos estratégicos da companhia.

* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.