Cenário global: na volta do feriado, dados de atividade nos EUA mantêm os debates sobre política monetária, juros e inflação, com as taxas da T-note de dez anos subindo acima de 1,6% novamente. Porém, o tom predominante do cenário externo é favorável à tomada de risco nesta manhã, início do mês de junho, com o dólar recuando frente as principais divisas globais, petróleo disparando acima de 70 dólares o barril e os índices de ações reagindo de forma positiva. As commodities continuam sendo as protagonistas, após a Opep declarar que os estoques de petróleo deverão desacelerar fortemente no segundo trimestre do ano com a recuperação da economia global. O Minério de ferro salta 4,95% em Qingdao, para US$ 208,67 a tonelada e a ADR da Vale sobe 3,02% no pré-mercado da Nyse.
No continente Europeu, as economias foram fortemente impactadas na pandemia e pelo inicio ineficiente na imunização da população, mas conseguiram por o trem nos trilhos e conseguiram acelerar este processo. O reflexo já é possível de perceber nos fortes indicadores de recuperação da atividade econômica. Na zona do euro, o PMI industrial final subiu à máxima recorde de 63,1 em maio, ante previsão de 62,8, e a taxa de desemprego caiu a 8% em abril, um pouco abaixo da expectativa de 8,1%. Já o CPI (inflação) preliminar foi a 2% em maio na comparação anual; consenso de +1,9%. Assim como o Banco Central americano (Fed), as autoridades monetárias do Banco Central europeu estão serenas em relação a pressão inflacionária, não vê riscos de descontrole dos preços e deve manter juros baixos por um bom tempo.
Ásia: na China Continental, índice Xangai Composto fechou em alta de 0,26%; Tóquio, índice Nikkei caiu 0,16%; Hong Kong, Hang Seng subiu 1,08%; em Seul, Kospi valorizou 0,56%; Bolsas europeias comemoram bons indicadores e sobem forte; índice Stoxx 600 ganha 1,08%, aos 451,60 pontos; Frankfurt avança 1,40%, Londres +1,34%, Paris +0,84% e Madri +0,59%; NY/Pré-Mercado: futuro do Dow Jones sobe 0,53%, do S&P 500 +0,45% e do Nasdaq +0,40%; Petróleo tipo Brent para agosto supera os US$ 70; barril para agosto sobe 1,93%, aos US$ 70,60; Ouro para junho sobe 0,22%, cotado a US$ 1.909,45 a onça-troy.
Brasil: aqui, a recuperação da economia será testada no PIB do primeiro trimestre (9h) e na balança comercial de maio, no cenário onde os riscos e instabilidades internas ficam para segundo plano e a bolsa brasileira faz recorde histórico no fechamento de maio, apesar das pressões inflacionárias que joga o IGPM para uma alta de 37% nos último doze meses e um IPCA que pode ficar acima do teto da meta do banco central em 2021. Além disso, o agravamento da crise hídrica que começa a ganhar destaque daqui para frente, preocupa o ritmo de retomada. Nos bastidores, há relatos na mídia de que Bolsonaro está evitando a reforma administrativa e isso entra como fator de incerteza e desgaste para Paulo Guedes que corre contra o relógio para entregar as promessas de reformas e privatizações feitas pelo governo, antes das eleições de 2022.
Ibovespa: sem contar com as bolsas de Wall Street, que ficaram fechadas ontem por conta de feriado, o Ibovespa fechou forte o mês de maio , na máxima de 126.215,73 pontos, apoiado por Vale (2,86%) e a recuperação do preço do minério de ferro (+4,37%) que voltou a subir na China. A bolsa brasileira subiu 0,52%, girando um volume de R$ 25,2 bilhões, e valorizou 6,16% em maio. No destaque positivo, Cosan avançou 6,61%, com investimento de R$ 810 milhões da Atmos. Outra empresa de energia térmica, a Eneva também foi para o topo (+4,59%), em meio à crise hídrica. O IBOV segue em tendência de alta no curto e longo prazo e sem resistências pela frente ou sinais de possíveis correções.
Indicadores |
Brasil: |
FGV: IPC-S de maio (8h) |
IBGE: PIB/1TRI (9h) |
Balança comercial de maio (15h) |
IHS Markit: PMI Industrial de maio (10h) |
CPI da Covid: a médica Nise Hitomi Yamaguchi presta depoimento (9h) |
Europa |
Áustria: Opep e Opep+ realizam reunião ministerial |
Alemanha/IHS Markit: PMI industrial de maio (4h55) |
Zona do euro/IHS Markit: PMI industrial de maio (5h) |
Reino Unido/CIPS/IHS Markit: PMI industrial de maio (5h30) |
Zona do euro/Eurostat: CPI preliminar de maio e taxa de desemprego de abril (6h) |
EUA |
IHS Markit: PMI industrial final de maio (10h45) |
IHS Markit: PMI global industrial de maio (12h) |