Após dias de quedas com investidores receosos quanto ao ritmo de alta de juros pelo Fed, que pode se manter acelerado devido aos últimos dados da economia dos EUA indicarem um aquecimento acima do esperado, os pré-mercados norte-americanos voltam a registrar ganhos do começo do dia.
Os mercados asiáticos registravam quedas no começo do dia com exceção do índice Hang Seng, que subiu 3,38% na quinta-feira (8) repercutindo boatos de que o governo chinês deve reduzir ainda mais a rigidez das medidas contra covid.
Já os demais índices têm uma reação negativa ao tom de aversão ao risco dos últimos dias pelo receio da necessidade do Fed continuar subindo juros e também reagindo ao PIB japonês no terceiro trimestre com uma queda de 0,2% após subir 1,1% no trimestre anterior. No fim do pregão o índice acionário japonês teve queda de 0,40% enquanto Shanghai teve recuo de 0,07%, o Taiex caiu 0,53% e o Kospi registrou baixa de 0,49%.
Na Europa os investidores seguem cautelosos pela fala da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, durante o começo da manhã e que pode dar atualizações sobre a visão do BCE sobre os rumos dos juros europeus à medida que a data de reunião para decisão de política monetária se aproxima, marcada para 15 de dezembro.
O índice alemão DAX tinha um recuo de 0,32% no começo do dia, enquanto o francês CAC caía 0,08%, o espanhol IBEX recuava 0,09% e o Euro Stoxx tinha baixa de 0,19%.
Pré-mercado dos EUA dá sinais de melhora
Após continuar com a sequência de quedas com recuo de 0,19% de ontem (7) do S&P 500, os contratos futuros dos índices amanhecem dando sinais de uma possível reversão ao registrarem uma alta de 0,10% do Dow Jones, avanço de 0,20% do S&P 500 e alta de 0,25% do índice Nasdaq.
Na agenda do dia, o indicador mais expressivo é o total de pedidos iniciais por seguro-desemprego dos EUA na semana, que, caso confirme as expectativas de mercado, deve registrar uma leve alta dos 225 mil registrados da semana anterior para 230 mil nesta divulgação.
Caso o resultado não venha muito fora das expectativas, o impacto do indicador deve ser menor já que os investidores devem acompanhar com mais atenção os números do Índice de Preços ao Produtor, PPI, referente a novembro.
As projeções de mercado indicam uma alta de 0,2% do índice no mês após o mesmo crescimento em outubro mas as projeções também indicam uma alta do núcleo do índice de 0,2% após o registro de estabilidade do núcleo em outubro, podendo servir de alerta para os investidores sobre os rumos da inflação e possíveis abordagens do Fed para a alta de juros que ocorre também em dezembro.
Selic mantida, PEC aprovada no Senado e vendas no varejo acima do esperado
Sem grandes surpresas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano após sua última reunião do ano realizada entre os dias 6 e 7 de dezembro.
Em seu comunicado, o grupo mencionou a conjuntura particularmente incerta no âmbito fiscal, mencionando que ela requer “serenidade”..
“O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”.
Pelo resultado em linha com expectativas, poucos ajustes devem acontecer no mercado de juros brasileiro que continua a estimar a elevação da Selic a partir do primeiro semestre de 2023.
O texto-base da PEC da Transição foi aprovado na quarta-feira (7) em primeiro turno, expandindo por dois anos o teto de gastos em R$ 145 bilhões que agora deve passar por uma próxima rodada de votação no Senado, para então seguir à Câmara dos Deputados.
A votação deve seguir em ritmo acelerado já que seu prazo para votação antes do recesso parlamentar é até 16 de dezembro.
E as vendas no varejo brasileiro tiveram um crescimento de 0,4% em outubro após subirem 1,1% em setembro. O resultado supera a alta de 0,2% esperada pelo mercado e marca um avanço anualizado de 2,7% também superando as projeções de 2,3%.
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