Os acionistas da Petrobras (PETR4) receberam mais um lembrete de que a bonança de dividendos chegou ao fim.
A empresa anunciou na segunda-feira (23) uma proposta de mudanças no estatuto social que podem reduzir o pagamento total de dividendos e alterar a forma de nomeação da alta administração e do conselho fiscal da companhia.
Quatro dos 11 membros do conselho de administração, que representam os acionistas minoritários, votaram contra a proposta, segundo pessoas a par do assunto, que pediram anonimato ao discutirem os acontecimentos da reunião.
A proposta pode reduzir o potencial para futuros pagamentos extraordinários de dividendos, de acordo com analistas e operadores, já que traz a criação de uma reserva para a remuneração do capital — que irá assegurar o pagamento de dividendos, recompra de ações e absorção de prejuízos.
A proposta de reserva “aumenta as incertezas em nossa projeção para o pagamento de um potencial dividendo extraordinário”, escreveram em nota os analistas do Goldman Sachs, liderados por Bruno Amorim. “Além disso, notamos que a proposta deixa espaço para a indicação de indivíduos politicamente expostos para cargos de gestão.”
A Petrobras não respondeu imediatamente a uma mensagem enviada por e-mail solicitando comentários adicionais.
As ações preferenciais e ordinárias da Petrobras caíram mais de 6% cada no pregão de véspera, reduzindo os fortes ganhos acumulados no ano.
A Petrobras deve apresentar um novo plano estratégico de cinco anos que tende a superar o anterior, de US$ 78 bilhões. A gigante petrolífera planeia destinar até 15% dos seus investimentos totais para projetos de energias renováveis e de baixo carbono – medida que preocupa operadores com a possibilidade de a Petrobras mudar o seu foco para projetos menos rentáveis.
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