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Finanças

Novas regras para fundos devem impulsionar FIDCs em 2023, aponta Anbima

Patrimônio da modalidade foi o que mais cresceu em 2022 entre os fundos estruturados.

As novas regras para a indústria de fundos no país, publicadas no fim de 2022 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), devem contribuir com o crescimento dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). A avaliação é de Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, que apresentou nesta quinta-feira (05) o balanço da indústria de fundos em 2022.

Isso porque, as mudanças tornaram o investimento acessível a pessoas físicas. Até então, só grandes investidores (qualificados e profissionais) podiam fazer aportes na modalidade que investe em títulos de crédito criados a partir dos direitos de recebíveis de uma determinada empresa.

“Especificamente em FIDCs, esperamos ter um crescimento ainda maior do que em 2022, porque o universo endereçado será maior do que existe hoje. Foi uma evolução bastante importante que vai possibilitar o pequeno investidor a ter uma diversificação maior”, afirmou Rudge.

Na contramão

Em 2022, ano em que a indústria de fundos de investimentos registrou uma saída recorde de R$ 162,9 bilhões, os fundos estruturados, categoria do qual os FIDCs fazem parte, foram os destaques positivos ao registrar captação líquida positiva de R$ 12,7 bilhões, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira. Dentre todas as categorias da indústrias, os fundos estruturados registraram o maior crescimento no número de contas.

Além disso, o patrimônio líquido da modalidade, que representa 16% do total da indústria, avançou de R$ 1,1 trilhão, em dezembro de 2021, para R$ 1,2 trilhão no último mês do ano passado.

Na categoria, os FIDCs registraram o maior avanço do período, alta de 28,4%. Já o patrimônio dos Fundos de Investimento em Participações (FIIPs) cresceu 27%, enquanto os Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs) tiveram incremento de 23,8%.

Pedro Rudge explica que se a rentabilidade atrativa proporcionada pela alta taxa de juros tem incentivado a busca pela renda fixa, em especial os títulos do Tesouro, no caso dos FIDCs, o cenário é ainda mais promissor.

“Esses fundos, que dão credito para as empresas, pagam juros ainda maiores do que o governo pelo risco de crédito que têm”, explica.

Além disso, a Anbima apontou que o número de FIDCs subiu 23%, entre 2021 e 2022, em razão do maior no interesse das empresas por novos mecanismos de financiamento.

“No passado, uma empresa que precisava de capital de giro precisava ir aos bancos para se financiar. Nos últimos quatro anos, o mercado acabou provendo varias soluções de financiamento para essas empresas, e o FIDC é um produto que financia essas empresas”, destacou Rudge.

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