Warren Buffett – também conhecido como Oráculo de Omaha (sua cidade Natal no estado de Nebraska, nos Estados Unidos e local da sua famosa holding Berkshire Hathaway) – tem seu nome ligado a filosofia de investimento de valor (value investing). A capacidade do bilionário em escolher boas empresas para compor seu portfólio de ações a longuíssimo prazo vem fazendo história.
E prova disto é o fato de que caso as ações da Berkshire Hathaway viesse a cair 99% ela ainda sim bateria o índice americano S&P 500, segundo cálculo do gestor Chris Bloomstran, da Semper Augusts Investments Group e simulada pela revista Barron’s. Considerando o período de 1965 até 2022, se a ação classe A da holding (BRK-A) fosse negociada a 1% do valor fechado em 27 de abril deste ano, seu retorno anual composto seria de 10,3% – ante 10,2% do S&P 500 no período.
Porém, no acumulado de 57 anos, as ações classe A da holding de Buffett tiveram um retorno anual composto de 20,1%, o que representa dez pontos percentuais acima do S&P. Negociados atualmente por cerca de US$ 469.620, os papeis da Berkshire tiveram seu alpha beneficiado pelos primeiros anos de investimentos. Empresas como Coca-Cola, Gillete e Washington Post foram destaque.
Diante disto, caso Buffett viesse a escolher ações brasileiras para investir, quais ele escolheria? Segundo o estrategista chefe do Itaú BBA, Marcelo Sá, ao menos cinco companhias brasileiras negociadas na B3 comporiam o portfólio do megainvestidor. Sá compareceu em Omaha na última conferência anual da Berkshire para entender “de perto” a filosofia de value investing e assim simular quais seriam as escolhas de Buffett na B3.
Segundo o estrategista, os papéis de Suzano (SUZB3), Equatorial (EQTL3), Vivara (VIVA3), São Martinho (SMTO3) e Ambev (ABEV3) seriam as escolhidas. A justificativa é que a Berkshire está mais preocupada com a qualidade do negócio das empresas do que com questões macro. Logo, estas companhias têm o potencial de continuar crescendo nos próximos anos ou décadas e driblando o cenário econômico brasileiro.
Em um podcast produzido pelo Itaú BBA, o estrategista explica que estas são empresas com vantagem competitiva, marca forte, boa tecnologia e boa gestão – sendo estas qualidades priorizadas pela Berkshire. O que prova que não é preço apenas que sequestra a atenção da holding.
“A Berkshire prefere investir em uma empresa maravilhosa num preço justo do que pagar um preço maravilhoso por uma empresa razoável”.
Marcelo Sá, estrategista chefe do Itaú BBA
Veja neste Cafeína a análise das empresas brasileiras que poderiam ser as escolhidas de Buffett.
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