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Finanças

Oferta da Dasa pode reduzir alavancagem, avaliam analistas; ação sobe 8%

Companhia anunciou uma potencial oferta de novas ações de R$ 1,5 bilhão.

As ações da dona de laboratórios de medicina diagnóstica e hospitais Dasa (DASA3) dispararam 8,7% na máxima desta segunda-feira (27) depois que a empresa anunciou uma potencial oferta de ações (follow-on) de R$ 1,5 bilhão, a R$ 8,50 por ação. A operação foi considerada positiva pelo mercado especialmente por ajudar a reduzir a alavancagem da companhia.

Além das ações, será concedido 1 bônus de subscrição (quando o investidor tem a preferência na compra dos papéis) para cada 10 novas ações, o que pode aumentar a capitalização em R$ 150 milhões.

Os acionistas controladores se comprometeram ainda a exercer parcialmente seus direitos de prioridade mediante a subscrição de R$ 1 bilhão, e uma das instituições financeiras se comprometeu a prestar garantia firme dos R$ 500 milhões restantes.

A precificação da oferta está prevista para ocorrer ao longo do mês de abril de 2023.

Análises

Para Rafael Barros e Raphael Elage da XP Investimentos, a notícia é positiva dado que “resolve parcialmente os problemas relacionados à alavancagem financeira e sinaliza que os acionistas controladores vêm potencial no negócio”.

A dupla reiterou em relatório que a ação está atualmente precificada a R$ 7,60 (levando em conta o pregão da última sexta-feira), o que significa que os investidores pagarão um prêmio de R$ 0,9 por ação e que os bônus de subscrição estão sendo precificados a R$ 9 cada.

“Isso significa que, para os investidores terem um break-even (ponto de equilíbrio) a ação deverá subir 23%, para R$ 9,30. Portanto, a oferta sinaliza que os acionistas controladores acreditam no potencial da empresa e que a oferta será benéfica para as ações”.

Além disso, de acordo com projeções dos analistas da XP, sem a oferta, a alavancagem da empresa seria de 4,5 vezes o Ebitda ajustado ao final de 2023. Já com a quantia de R$ 1,5 bilhão, a alavancagem seria reduzida para 3,9 vezes. Assumindo que os bônus de subscrição sejam exercidos no quarto trimestre de 2023, o índice cairia para 3,8 vezes.

Para Gustavo Miele e Emerson Vieira, analistas do Goldman Sachs, a notícia não traz grandes surpresas, já que o potencial aumento de capital vem sendo especulado há algum tempo, em meio a restrições de alavancagem após movimentos recentes de fusões e aquisições.

Os analistas, por outro lado, mencionaram que o preço de R$ 8,50 por ação (ou seja, um prêmio de 12% sobre os preços atuais) e o tamanho base (ou seja, R$ 1,5 bilhão), é esperado que a oferta primária reduza o endividamento da Dasa para um valor líquido de relação dívida/Ebitda de 4,2 vezes, em 2023, e para 3,9 vezes, em 2024, o que leva a um aumento de EPS (ganho por ação) de 17% sobre a previsão do Goldman Sachs para 2024.

Na mesma linha, Caio Moscardini e Guilherme Gripp, do Santander, avaliaram em relatório que a potencial oferta é positiva, porque melhora o perfil de alavancagem e também pode aumentar a liquidez das ações.

“Neste ponto, gostaríamos de receber um maior oferta para que a Dasa pudesse optar por navegar mais confortavelmente por este período de taxas mais altas no Brasil e/ou estar pronta para novas oportunidades de M&A e manter a alavancagem sob controle”, escreveram.

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