O ouro caminha para o quarto ganho semanal em meio às expectativas de que o Federal Reserve (Fed) esteja prestes a reduzir as taxas de juros dos Estados Unidos na semana que vem. Os preços são impulsionados por entradas em fundos negociados em bolsa, lastreados em ouro.

O metal foi negociado próximo de US$ 3.650 a onça, alta de quase 1,8% nesta semana, após estabelecer um recorde na sessão de terça-feira (9). A prata, que pode valorizar em paralelo, ultrapassou US$ 42 a onça e atingiu o maior valor desde 2011. 

Na quinta-feira (11), dados mostraram que os preços ao consumidor nos EUA subiram conforme o esperado em agosto, o que garante aos dirigentes do Fed a margem de manobra para reduzir os juros após uma série de relatórios fracos do mercado de trabalho.

Os operadores precificam pelo menos um corte de 0,25 ponto percentual na reunião do Fed, e possivelmente mais duas reduções até o final do ano.

O dólar e os rendimentos dos Treasuries com vencimento em 10 anos perderam força nesta semana. Taxas de juros mais baixas, rendimentos em queda e um dólar mais fraco geralmente beneficiam o metal precioso.

Valorização do ouro

O ouro acumulou uma valorização de quase 40% neste ano, tornando-se uma das commodities com melhor desempenho e superando outros indicadores de mercado, como o índice S&P 500.

A alta foi sustentada por compras de bancos centrais, incertezas geopolíticas e entradas em ETFs. Além de estabelecer um recorde nominal nesta semana, o ouro também superou seu pico ajustado pela inflação de mais de 45 anos.

O UBS Group aumentou seu preço-alvo para o ouro de US$ 3.500 para US$ 3.800 a onça até o final do ano, ao citar a alta nas compras de ETFs de ouro, taxas de juros mais baixas e a fraqueza do dólar. O banco prevê o preço do ouro em US$ 3.900 em meados de 2026.

“Como a correlação negativa do ouro com o dólar permanece elevada, a depreciação contínua do dólar deve impulsionar a demanda por investimentos, com os participantes usando o metal como um hedge”, informaram em uma nota os analistas do UBS. “O desejo do presidente dos EUA, Donald Trump, por taxas de juros mais baixas também aumenta o apelo do ouro.”

O ouro também foi auxiliado pela tentativa do presidente americano Donald Trump de elevar sua influência sobre o banco central dos EUA.

Na quinta-feira (11), ele pediu a um tribunal de apelações que suspendesse uma decisão de instância inferior que bloqueou sua tentativa de destituir a diretora do Fed, Lisa Cook, por suposta fraude hipotecária. O governo solicitou uma decisão até segunda-feira, um dia antes do início da reunião de setembro das autoridades do Fed.