O bitcoin se torna cada vez menos um ativo financeiro adotado por jovens libertários cronicamente online e cada vez mais uma possibilidade de investimento para a sua tia – que provavelmente não sabe quem é Satoshi Nakamoto, nem que ele criou o bitcoin para ser uma alternativa ao sistema financeiro. E, não fosse essa massificação da criptomoeda mais famosa do mundo, dificilmente o seu valor atingiria o nível dos US$ 100 mil.
“O valor do bitcoin só está tão alto porque agora instituições e empresas tradicionais estão oferecendo o bitcoin para o grande público. Para investir nele, a pessoa não precisa entender nada de carteira web 3 ou chave privada, por exemplo”, argumenta Thiago Ribeiro, fundador e CEO da C9 Tech, em entrevista para a série Investir para Viver, do InvestNews (veja a íntegra da conversa no vídeo acima).
Chefe de análise da gestora cripto Hashdex, Pedro Lapenta destacou que os ETFs de bitcoin autorizados nos Estados Unidos em 2024 foram grandes motivadores do interesse na criptomoeda no ano passado. “Foi o maior lançamento de ETF de todos os tempos”, destacou.
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Como os ETFs – fundos de investimentos que replicam índices criados por empresas como a Hashdex – são amplamente adotados pelos investidores americanos, sejam grandes ou pequenos, a autorização da SEC funcionou como um validador institucional para um ativo ainda visto com reserva por muitos. Gestoras gigantes como a BlackRock entraram na dança, e o interesse pela criptomoeda disparou.
No Brasil, players tradicionais do mercado bancário, como Itaú e Nubank, agora oferecem a seus clientes a possibilidade de investir em criptoativos apertando alguns botões de seus respectivos aplicativos.
Dizendo de outra forma: o mercado financeiro tradicional, centralizado, está abraçando sem constrangimentos a criptomoeda pensada justamente para contornar o sistema financeiro.
Tanto Lapenta quanto Ribeiro apostam que a valorização do criptoativo deve continuar em 2025, assim como sua institucionalização, impulsionada pelo retorno de Donald Trump à Casa Branca – agora um entusiasta das criptomoedas e defensor de uma menor regulação do gigantesco mercado financeiro americano.
O próprio Trump agitou o mundo cripto recentemente ao lançar sua memecoin, que em poucas horas disparou mais de 1.000% e chegou a ter um valor de mercado de US$ 15 bilhões. Passado o hype da novidade, o valor de mercado recuou para US$ 10 bilhões.
Veja os principais temas da discussão:
Bitcoin como reserva de valor emergente
Pedro Lapenta, da Hashdex, destacou que o bitcoin, com 16 anos de existência, ainda está em fase de adoção pela sociedade. “O bitcoin está sendo institucionalizado e regulamentado em mercados como o dos Estados Unidos, o que aumenta sua legitimidade e uso como reserva de valor digital emergente, comparável ao ouro,” explicou.
Blockchain e sua revolução tecnológica
Além do bitcoin, Thiago Ribeiro, da C9 Tech, ressaltou o potencial transformador da tecnologia por trás das criptomoedas. “O blockchain oferece uma infraestrutura para movimentação de ativos de forma segura, transparente e descentralizada. Ele é comparável à revolução que o cartão de crédito trouxe na década de 1980,” afirmou. A tokenização de ativos, como imóveis e veículos, é um dos usos futuros mais promissores da tecnologia.
Riscos e estratégias de investimento
Embora o bitcoin tenha apresentado retornos impressionantes nos últimos anos, ele ainda é um ativo volátil. O chefe de análise da Hashdex recomenda que investidores considerem uma exposição de, no máximo, 1% a 5% de suas carteiras, dependendo do apetite por risco e do horizonte de tempo. ETFs e índices são opções mais seguras para quem deseja acessar o mercado sem lidar diretamente com questões técnicas, como carteiras digitais e chaves privadas.
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