Os swaps foram o gatilho para que a Ambipar buscasse proteção contra credores no final de setembro, após o banco alemão passar a exigir garantias adicionais para empréstimos acertados pela companhia.
Na ocasião, a Ambipar informou que cobrança de garantias adicionais não tinham “qualquer respaldo contratual” e criava risco “iminente e concreto” para a empresa pela possibilidade de outros credores declararem vencimento antecipado de dívida.
Ambipar fala em aditivos desastrosos
Na petição para a recuperação judicial, a Ambipar citou entre os fatores para a decisão “aditivos desastrosos em contratos de derivativos celebrados com o Deutsche Bank que transformaram instrumentos originariamente concebidos para proteger contra a variação cambial em contratos de derivativos especulativos (ou derivativos tóxicos), a exigir chamadas de margem do caixa jamais previstas”.
“Conforme declarado em nossas petições ao Poder Judiciário, os swaps foram firmados a pedido da empresa e o aditivo foi celebrado para ajudar a reduzir os custos de hedge da empresa”, afirmou o banco alemão em nota à imprensa nesta quarta-feira.
“Os termos do aditivo foram transparentes para a empresa, amplamente revisados por seus representantes legais, e o contrato foi assinado pelos diretores estatutários Thiago da Costa Silva e Luciana Freire Barca Nascimento”, acrescentou o banco citando o diretor de integração e finanças e a diretora adjunta da Ambipar.
O Deutsche Bank também afirmou que as chamadas de margem solicitadas pelo banco foram motivadas principalmente pela variação cambial e de taxas de juros.