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Finanças

Tesouro Direto: vale a pena resgatar um título prefixado antes do prazo?

Com a mudança no cenário de juros no Brasil no último ano, todos os investimentos de renda fixa passaram por uma reprecificação.

Com a mudança no cenário de juros no Brasil no último ano, todos os investimentos de renda fixa passaram por uma reprecificação. Logo, aquele rendimento que foi contratado um ano antes é bem diferente do que encontra-se agora. Um Tesouro Prefixado com vencimento em 2023 comprado em janeiro do ano passado oferecia um retorno de 5% ao ano. Já em janeiro de 2022, esse mesmo título estava sendo negociado com um rendimento anual de 11%.

Para o investidor que aportou neste título em janeiro de 2021, o rendimento dele em janeiro deste ano acabou representando a metade da inflação acumulada no ano passado. Caso esse investidor tivesse resgatado o título um ano após a compra, não teria nem protegido o seu poder de compra.

Dado um caso como este, o que é melhor: continuar com um prefixado que esteja rendendo pouco até o vencimento ou vender ele antes do prazo?

A questão é que a marcação a mercado – que reflete o preço diário dos papeis do Tesouro Direto – não perdoa.  

O analista de renda fixa do Nu Invest, Eduardo Perez, destaca que o investidor tem que ter em mente que a taxa de juros varia conforme os ciclos econômicos. E uma vez que se aplica em um prefixado longo, de por exemplo 10 anos, “é impossível comparar com a rentabilidade dos títulos cujos prazos são mais curtos.  Isso porque há uma certa previsibilidade de como será o ciclo econômico em janelas menores, de um ou dois anos. O que não acontece nos títulos longos.  Os cenários possíveis ficam nebulosos e o resultado final pode ser inconclusivo”.

Segundo ele, precisa ter em mente que as aplicações em prefixados podem mostrar uma taxa aparentemente mais interessante do que a Selic, mas na final, pode acabar saindo caro, sendo este um erro de muitos investidores iniciantes. É preciso levar em conta que a taxa Selic tende a ser menor por se tratar de uma taxa de curto prazo enquanto títulos mais longos tendem a oferecer taxas maiores justamente como forma de compensação pelo maior tempo de aplicação e por que não, maior risco.

O analista pondera que se o investidor acredita que a taxa do seu prefixado seja maior do que a taxa Selic média do período contratado, então faz sentido continuar com o título em carteira até o vencimento. Caso contrário, faz mais sentido realocar o patrimônio em outras formas de remuneração – mas claro que sempre levando em conta o perfil e apetite ao risco.

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