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Finanças

Tokenização de ativos segue em tendência de alta – mas por quê?

Com ‘boom’ de crescimento nos últimos anos, tecnologia foi um dos tópicos apontados pelo Fórum Econômico Mundial de Davos.

*ARTIGO

A tokenização de ativos está se consolidando como uma das tendências mais significativas no cenário financeiro global. Desde 2022, a tecnologia tem se tornado uma das áreas da criptoeconomia mais observadas do planeta, seja pela ótica dos pequenos ou grandes players. 

Esse fenômeno, impulsionado pela tecnologia blockchain, está transformando a maneira como os ativos são representados, negociados e gerenciados. 

A crescente adoção da tokenização de ativos é evidenciada pelo valor total dos ativos tokenizados em blockchains públicas, que atualmente ultrapassa US$ 120 bilhões. Esse valor abrange uma ampla gama de classes de ativos, desde commodities até imóveis, conforme indicado por um relatório da 21.co.

E os governos não estão de fora da tendência: dos US$ 120 bilhões em ativos tokenizados, os títulos governamentais em blockchains públicas já ultrapassam os US$ 800 milhões

Cenário de mercado de títulos governamentais tokenizados por produto. Fonte: Dune.com

Cresceu, mas deve continuar crescendo

As perspectivas de crescimento da tokenização são animadoras. Projeções indicam que ela se tornará uma oportunidade multitrilionária até 2030, seguindo o mesmo caminho de expansão da internet desde 2020.

Segundo relatório recente divulgado pelo Citibank, os RWA (ativos do mundo real) estão entre os grandes responsáveis para que o ecossistema consiga superar uma de suas dificuldades prioritárias do mundo cripto: percepção de valor. Essa característica é um dos pilares de estabilidade necessária para uma adoção em massa de qualquer área. 

Estima-se que existam aproximadamente 431 milhões de usuários de criptomoedas no mundo hoje, o que corresponde a cerca de 5,36% da população global – proporção comparável à adoção da internet nos anos 2000.

O pulo do gato está no fato de que, desses usuários, somente pouco mais de 10%, ou seja, cerca de 49 milhões, possuem algum tipo de ativo tokenizado lastreado em ativos reais.

Curva exponencial da adoção da internet em escala global. Fonte: Wikpedia

O porquê do crescimento

Mais do que uma tendência no mercado financeiro, a tokenização de ativos é resultado da atual maturidade do ecossistema de inovação e dos seus benefícios, como por exemplo:

  • Transparência: as transações de ativos tokenizados são registradas de forma transparente em blockchains públicos, garantindo a integridade e a rastreabilidade das transações por qualquer interessado.
  • Eficiência: ao eliminar intermediários, a tokenização reduz custos e agiliza o processo de negociação de ativos, tornando-o mais eficiente e acessível para todos envolvidos.
  • Acessibilidade: a possibilidade de fracionar ativos em tokens permite que investidores de todos os tamanhos tenham acesso a uma variedade de ativos antes inacessíveis. Por exemplo, um investidor com apenas R$ 1.000 pode adquirir um token que representa 0,01% de um imóvel avaliado em R$ 10 milhões.
  • Segurança: por utilizar blockchain e smart contracts (contratos inteligentes) para as operações, não dependendo de entidades terceiras para as transações serem autenticadas. Isso torna o processo automatizado e seguro. 

Essas vantagens fizeram com que, durante a 54ª edição do Fórum Econômico Mundial em Davos, a tokenização de ativos assumisse um papel central nas discussões sobre o futuro da economia global.

É válido lembrar que não é qualquer Fórum, mas sim Fórum Econômico Mundial, uma conferência que reúne mais de 2.800 empresários, políticos, acadêmicos e representantes de organizações não governamentais altamente influentes de 120 países.

Ainda que as projeções sugiram um horizonte promissor para os criptoativos, surge a indagação: os protocolos – ou até mesmo empresas de emissão e negociação – de tokens lastreados em ativos reais trilharão caminhos semelhantes da tokenização? A resposta só se dará no longo prazo após o desenrolar dos acontecimentos.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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