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Finanças

Veja as 5 ações que mais subiram e caíram na semana

Chegamos aos 100 mil pontos e a barreira psicológica dos investidores foi quebrada

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Semana de euforia no mercado financeiro, porque finalmente chegamos aos 100 mil pontos, patamar que não conseguíamos desde março, quando a quarentena começou. E para encerrar a semana com chave de ouro, nesta sexta-feira (10), o Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 0,88%, aos 100.031 pontos. Na semana, a bolsa valorizou 3,38%.

No calendário, a data está reservada para o dia da Pizza. Mas, na verdade a festa é da galera do mercado financeiro, que já até ousa brincar nas redes sociais com que os nascidos em tamanha data memorável sejam batizados como IboEnzo, Bovespiana ou Iboveidson honrando a alta do índice. Ainda confinados, cada um comemora do jeito que pode. Né?

E não é para menos a alegria, afinal a bolsa fechou vitoriosa nos 100 mil pontos, encarando muitos testes desde o começo da semana. “Teve caso Queiroz na política, logo Bolsonaro pegou Covid-19 e a bolsa até recuou um pouco no dia, mas nos próximos pregões subiu normalmente. Ameaças como a segunda onda do coronavírus na Flórida e Califórnia com aumento no número de mortes. E o medo de uma 2ª onda na Ásia”, avalia Murilo Breder, analista da Levante Investimentos.

Mas, nem tudo foi desafio. Teve também noticias boas como avanços na criação de vacinas contra Covid-19. “Isso sem falar da liquidez, nunca teve tanto dinheiro impresso circulando na economia”, reforça.

Para os que ficam na dúvida: o Ibovespa vai conseguir ficar nos 100 mil pontos nas próximas semanas? Breder garante que este é o caminho, afinal a principal barreira foi vencida, mudar a percepção psicológica dos investidores. “Mesmo se cair para 99 mil ou 98 mil pontos, o lado psicológico do investidor mudou”, defende o analista.

Olhando para o índice VIX, que mede a volatilidade das opções nos EUA, quando este cai é sinal que a volatilidade está diminuindo. Fato que tem ocorrido nas últimas semanas, bom sinal para o mercado e para a estabilidade dos 100 mil pontos.

Maiores altas

A maior alta da semana foi da Cogna (COGN3) que teve alta acumulada de 20%. Breder explica que os principais fatores que ajudaram a companhia brilhar foram o IPO da subsidiaria Vasta, empresa do grupo focada em educação básica, em Nova York. Notícia que ajudou na valorização. E nesta sexta-feira (10), dia em que a Cogna subiu 11,05%, a Gestora Alaska anunciou que atingiu 10% de participação na companhia. “Por ser uma gestora famosa no mercado isso mexeu também com outros investidores que tentaram replicar o que Alaska fez o que ajudou na alta das ações”, explica Breder.

A segunda maior alta da semana foi das Lojas Americanas (LAME4), que avançou 13,42% no acumulado. O destaque da companhia foi anúncio do follow-on, oferta subsequente de ações, de 80 milhões de papéis ordinários e 100 milhões de preferenciais com expectativa de movimentar R$ 5,2 bilhões.

Segundo Breder, o mercado enxerga positivamente as ações vinculadas a e-commerce na pandemia. Além disso, as concorrentes já tinham feito follow on e finalmente chegou a hora das Lojas Americanas. “Em 2019, Magazine Luiza fez, recentemente foi Centauro e agora é a vez de Lojas Americanas movimentar um dinheiro para o caixa da companhia”, afirma.

Ainda falando do concorrido setor de varejo, outra que subiu forte na semana foi a Via Varejo (VVAR3), que fechou com alta acumulada de 13,31%. Sem muita novidade na companhia, Breder explica que as ações da Via Varejo oscilam muito especialmente pelo processo de turn around. Nesta semana, por exemplo, o que puxou a alta foram os dados positivos do varejo que avançou 13,9% no mês de maio.

Outro dado que impactou a empresa foi o crescimento de 137% nas vendas online em maio deste ano, comparado com o mesmo período em 2019.

A 4ª posição entre as altas da semana foi da MRV (MRVE3), que subiu 11,94% no acumulado. O desempenho da companhia foi puxado pela prévia operacional que soltou na semana, com recorde em vendas de unidades totalizando R$ 1,81 bilhão. Um crescimento de 37,4% comparado ao mesmo período em 2019. “Diferente do trimestre anterior, o resultado não foi afetado pelo atraso nos repasses do Minha Casa, Minha Vida. Isso se traduz em uma robusta geração de caixa e forte valorização das ações”, explica o analista.

Na quinta posição está a volátil CVC Brasil (CVCB3), que vive entre altos e baixos, mas que conseguiu figurar entre as altas da semana com a notícia de que o Conselho de Administração aprovou o aumento de capital de cerca de R$ 300 milhões. Notícia muito bem-vinda pelos investidores. Contudo, na semana a CVC também amargurou alguns impasses, como mudar a expectativa de perdas da companhia de R$ 250 milhões para R$ 350 milhões por erros contáveis nos balanços de 2015 e 2019.

Veja as 5 ações que mais subiram na semana:

AçõesAlta
Cogna (COGN3) 20.00%
Lojas Americanas (LAME4) 13.42%
Via Varejo (VVAR3)13.31%
MRV (MRVE3) 11.94%
CVC Brasil (CVCB3) 11.62%

Maiores quedas

Liderando as perdas da semana está uma das figurinhas carimbadas do mercado. Pior ação do primeiro semestre e que não perde o costume de aparecer entre quedas e tombos. A IRB Brasil (IRBR3) recuou 4,96% na semana.

Apesar de ter anunciado uma capitalização de R$2,1 bilhões, requisito para se enquadrar nas exigências da Susep que alegou insuficiências de provisões técnicas na resseguradora, o grande conflito de IRB Brasil foi o preço muito baixo das ações. “A companhia caiu para R$6,93 por ação, mas no dia que anunciaram a capitalização o preço era de R$ 9,32”, explica Breder. Segundo o analista, o desconto de mais de 30% no valor dos papéis estaria relacionado a uma estratégia da companhia para ganhar a adesão de mais acionistas minoritários, contudo como o prazo para emissão ainda está longe, no dia 12 de agosto, ele avalia a estratégia como arriscada.

Ainda entre as maiores quedas, recuaram também ações defensivas. É o caso de Engie Brasil (EGIE3) e Raia Drogasil (RADL3) que caíram 4,68% e 3,51%, respectivamente. “Quando o Ibovespa sobe é normal que ações defensivas, especialmente dos setores energia e saúde fiquem para atrás”, explica Breder.

Para Engie Brasil foi uma semana tranquila, mas ainda sofre os impactos do balanço que teve lucro abaixo do esperado. Breder aponta que outra notícia que desanimou os investidores foi a retenção de dividendos na pandemia. Como a Engie é conhecida por ser uma boa pagadora de dividendos, o anúncio foi bastante indigesto para os pequenos acionistas.

Já a Raia Drogasil sofre um pouco com o avanço dos concorrentes. especialmente com a possibilidade da rede Pague Menos fazer IPO, companhia do setor muito forte no Nordeste.

Veja as 5 ações que mais caíram na semana:

AçõesQueda
IRB Brasil (IRBR3)-4.96%
Engie Brasil (EGIE3) -4.68%
Raia Drogasil (RADL3) -3.51%
NotreDame Intermédica (GNDI3) -3.12%
 Brasileira de Distribuição  (PCAR3) -2.54%

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