O WhatsApp iniciou seu serviço de transferência de dinheiro via aplicativo neste mês. A ferramenta foi disponibilizada para alguns usuários do aplicativo, que podem agora convidar outras pessoas para utilizar o serviço. A funcionalidade vem 6 meses após lançamento do PIX pelo Banco Central, com o objetivo de oferecer mais facilidade e comodidade nas transferências.
O WhatsApp Pay, como ficou conhecido, possui a funcionalidade de fazer transferência de dinheiro de pessoa física para pessoa física. Segundo Arthur Igreja, especialista em tecnologia, inovação e finanças, existem intersecções grandes entre os dois sistemas, já que a grande bandeira levantada pelo PIX sempre foi a de transferências mais rápidas, práticas e sem tarifas – o mesmo que se propõe o WhatsApp Pay.
Veja abaixo 4 perguntas sobre as diferenças, vantagens e desvantagens dos dois serviços:
1. O que é e como funciona?
O WhatsApp Pay é um iniciador de pagamento (Pisp), figura aprovada pelo BC em outubro de 2020. Iniciadores de pagamento dão o pontapé inicial das transações, mas não têm acesso aos fundos movimentados pelo cliente. A instituição é responsável por fazer o recurso sair da conta do pagador e cair na do recebedor mesmo sem deter acesso direto à conta de nenhum deles.
Para utilizá-lo, é preciso cadastrar os dados de um cartão de débito das bandeiras Visa ou Mastercard emitidos pelas instituições financeiras participantes: Banco do Brasil (BBAS3), Banco Inter (BIDI11), Bradesco (BBDC3 e BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4), Next, Nubank, Mercado Pago, Sicredi e Woop Sicredi.
Já o PIX é um meio de pagamento que serve de alternativa a opções como TED, DOC, boleto e cartão de débito. O PIX, portanto, não é um app à parte, mas uma funcionalidade dentro dos apps de todos os bancos com mais de 500 mil clientes. Atualmente, são mais de 750 instituições participantes.
Para utilizá-lo, é necessário ter conta (corrente, poupança ou pagamento) em uma das instituições parceiras e cadastrar uma ou mais chaves de acesso.
2. Para quem posso transferir?
O WhatsApp Pay, atualmente, funciona apenas para transações entre pessoas físicas. O aplicativo negocia com o BC a possibilidade de abranger o serviço para pessoas jurídicas, mas, por enquanto, a funcionalidade ainda não está disponível para usuários da versão Business do WhatsApp. Segundo informações da agência de notícias Reuters, o serviço deve ser pago, adicionando uma nova linha de receita para o WhatsApp.
Já o PIX permite pagamento de boleto, transferência de pessoa física para pessoa física e transferência de pessoas para empresas.
3. Quanto posso transferir?
Com o WhatsApp Pay, o usuário pode realizar até 20 transações por dia, e o valor máximo de transferência é de R$ 5 mil por mês.
Com PIX, as instituições financeiras podem decidir qual o valor limite de transferências, mas, obrigatoriamente, esse valor deve ser no mínimo igual ao limite das transferências via TED.
4. Tem tarifa?
Os dois serviços não possuem tarifa para transferências entre pessoas físicas.
No caso de transferências para pessoa jurídica usando PIX, cada instituição financeira fica responsável por definir o valor da tarifa estabelecida e o Banco Central atua para evitar cobranças abusivas.
Já com o WhatsApp Pay, quando a funcionalidade for liberada, as empresas pagarão uma taxa fixa de 3,99% por cada transferência recebida na função pagamento.
Alcance de público e confiança
O WhatsApp tem potencial grande de alcance de público: no Brasil, são 120 milhões de usuários ativos do app de mensagens instantâneas. Segundo dados divulgados pela pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box em 2020, 99% dos aparelhos celulares no Brasil possuem o WhatsApp instalado, e 98% dos entrevistados disseram enviar e receber mensagens todos os dias pelo aplicativo.
Também conta a praticidade de não precisar abrir o app do banco para realizar o pagamento de uma compra ou acerto financeiro combinado por WhatsApp.
O PIX, por sua vez, vem mostrando forte adesão dos usuários. Segundo o BC, o uso da nova ferramenta já supera a de outros meios de pagamentos mais antigos, como DOC, TED e boleto bancário.
Arthur Igreja acredita que a maior desvantagem do WhatsApp Pay frente ao PIX será a barreira de confiança que o aplicativo terá que superar no primeiro momento. “Existe ainda muito forte no imaginário das pessoas os problemas de segurança do WhatsApp”, aponta. Segundo ele, para conseguir aderência, o WhatsApp terá que convencer o público de que o sistema é de fato confiável.
Além disso, ele relembra que foi necessário algum tempo e muita divulgação para a população digerir e entender como funcionava PIX. Com o WhatsApp Pay, o processo poderá o ser os mesmo.
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