Estará no radar dos mercados o acordo entre a Casa Branca e o Congresso americano sobre o teto de dívida dos Estados Unidos. A medida visa evitar o colapso das contas no país caso seja votado a tempo. Em um cenário de taxa de juros ainda em alta e desaceleração econômica, agentes do mercado devem ponderar os efeitos dos cortes nos gastos.
A segunda-feira (29) é marcada pelo feriado nos Estados Unidos e no Reino Unido devido ao Memorial Day, estando as bolsas destas praças fechadas para negociação. Mas a semana será marcada pelo payroll americano que aponta para os rumos do mercado de trabalho por lá.
No Brasil será divulgado o Boletim Focus que aponta para as projeções de indicadores como Selic, IPCA, câmbio e PIB. Veja abaixo os 3 principais fatos para a manhã desta segunda-feira:
1 – Acordo final sobre teto de dívida dos EUA está pronto para ir ao Congresso
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, finalizou no domingo um acordo orçamentário com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, para suspender o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares até 1º de janeiro de 2025, e disse que o acordo está pronto para ser levado ao Congresso para votação.
“Este é um acordo que é uma boa notícia para… o povo norte-americano”, disse Biden a repórteres na Casa Branca após uma ligação com McCarthy para dar os retoques finais a um acordo provisório que eles fecharam na noite de sábado.
“Isso tira a ameaça de calote catastrófico da mesa, protege nossa recuperação econômica histórica e suada”, disse Biden.
O acordo, se aprovado, impedirá o governo dos EUA de dar calote em sua dívida e foi elaborado após semanas de negociações acaloradas entre Biden e os republicanos da Câmara.
Ele ainda precisa passar por um Congresso estreitamente dividido antes de 5 de junho, quando o Tesouro dos EUA diz que ficará sem dinheiro para cobrir todas as suas obrigações.
O acordo atraiu críticas de republicanos radicais e democratas progressistas, mas Biden e McCarthy estão apostando que terão votos suficientes de ambos os lados.
McCarthy previu no domingo que teria o apoio da maioria de seus pares republicanos, e o líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, disse que esperava apoio democrata.
O acordo suspenderá o limite da dívida até 1º de janeiro de 2025, limitará os gastos nos orçamentos de 2024 e 2025, recuperará fundos não utilizados da covid, acelerará o processo de licenciamento de alguns projetos de energia e incluirá requisitos de trabalho extra para programas de ajuda alimentar para norte-americanos pobres.
O projeto de lei de 99 páginas vai autorizar mais de US$ 886 bilhões para gastos com segurança no ano fiscal de 2024 e mais de 703 bilhões em gastos não relacionados à segurança no mesmo ano, sem incluir alguns ajustes. Também autorizará um aumento de 1% nos gastos com segurança no ano fiscal de 2025.
2 – Impostos diretos serão alvo de 2ª fase da reforma tributária, diz Appy
O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse na sexta-feira, 26, que o governo espera fazer a reforma tributária dos impostos diretos, o que inclui os tributos sobre a renda, no segundo semestre deste ano.
“Os impostos diretos serão alvo de uma segunda fase da reforma tributária, no segundo semestre”, afirmou ele, em entrevista à CNN Brasil. Appy disse que ainda não há uma proposta fechada no governo, e que por isso, não há maiores detalhes, mas que o norte será corrigir o que chamou de “distorções”, com faixas mais pobres da população pagando mais impostos que as mais ricas.
Neste primeiro semestre, o governo trabalha na reforma de impostos indiretos, como o PIS/Cofins, o ICMS e o ISS, que devem ser substituídos pelo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) com caráter dual, um nacional e outro para Estados e municípios.
O secretário reiterou que, neste momento, o governo vai manter a carga tributária estável em relação ao PIB. “No curto prazo, a situação fiscal do País não permite reduzir a carga tributária, mas no longo prazo, se o Brasil crescer, deve haver espaço sim para reduzir a carga.”
3 – CVC sem definição de novo CEO
A operadora de turismo CVC informou no sábado (26) que ainda não há definição sobre quem será o novo CEO da empresa. De acordo com a companhia, o processo de seleção do novo ocupante do cargo continua em curso, como já havia sido informado.
O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, informou que o nome de Carlos Sarquis, hoje diretor-executivo de Marketing, Internacionalização e Franchising da Localiza, era o mais cotado para assumir a CVC. A empresa está sem um CEO após a renúncia de Leonel Andrade, anunciada na quarta-feira.
“No âmbito do processo de análise, o Conselho de Administração da Companhia, com a assessoria do Comitê de Pessoas e Sustentabilidade, vem revendo e analisando diversos perfis de profissionais do mercado, sem que qualquer decisão tenha sido tomada com relação a tais nomes”, escreve a direção da CVC, em comunicado ao mercado.
Andrade deixou a operadora de turismo após um processo de reestruturação da dívida junto aos credores. O acordo inclui a previsão de um aumento de capital através da venda de novas ações no mercado. A agência Estado mostrou que o ex-CEO deixou a companhia por divergências com o conselho de administração, relacionadas aos rumos da CVC nos próximos meses.
Com Reuters e Estadão
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