1- Economia da China ganha velocidade no 1º trimestre
A economia da China cresceu em um ritmo mais rápido do que o esperado no primeiro trimestre, já que o fim das rígidas restrições contra a covid aliviou empresas e consumidores afetados pelos problemas causados pela pandemia, embora a desaceleração global apontem para uma jornada acidentada pela frente.
O Produto Interno Bruto cresceu 4,5% nos primeiros três meses do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, mostraram dados do Escritório Nacional de Estatísticas nesta terça-feira, acelerando ante taxa de 2,9% registrada no trimestre anterior.
O resultado ainda superou as previsões dos analistas de uma expansão de 4,0% e marcou o crescimento mais forte em um ano.
Os investidores têm observado de perto os dados do primeiro trimestre para avaliar a força da recuperação depois que Pequim suspendeu abruptamente as restrições contra a Covid em dezembro e aliviou uma repressão de três anos a empresas de tecnologia e incorporadoras. O crescimento do PIB no ano passado caiu para um dos piores em quase meio século devido às restrições pela covid.
A recuperação do país até agora permaneceu desigual, já que a mudança do crescimento alimentado por investimentos para uma atividade dependente do consumo enfrenta desafios.
Os gastos com consumo, serviços e infraestrutura aumentaram, mas a produção industrial ficou para trás em meio ao fraco crescimento global, enquanto a desaceleração dos preços e o aumento da poupança bancária estão levantando dúvidas sobre a demanda.
As exportações da China aumentaram inesperadamente em março, mas analistas alertaram que a melhora reflete em parte os fornecedores que estão tirando o atraso de pedidos não atendidos após as interrupções da covid-19.
Na comparação trimestral, o PIB cresceu 2,2% entre janeiro e março, em linha com as expectativas dos analistas e acima de um aumento revisado de 0,6% no trimestre anterior.
2 – Ações da China e Hong Kong fecham sem direção após resultado do PIB
As ações da China e de Hong Kong fecharam sem direção comum nesta terça-feira, negociadas em uma faixa estreita, depois que o país registrou crescimento acima do esperado no primeiro trimestre mas alguns dados apontaram para tendências de recuperação desiguais.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,3%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,23%. O Índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,63%.
“Os dados econômicos melhores do que o esperado derrubam as preocupações com uma recuperação fraca, mas também não mostram uma recuperação forte”, disse Tao Chuan, analista-chefe de macro da Soochow Securities.
O consumo está forte, sugerindo aumento da demanda, mas também há alguns problemas estruturais, acrescentou Tao.
Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,51%, a 28.658 pontos; já em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,63%, a 20.650 pontos; enquanto em Xangai, o índice SSEC ganhou 0,23%, a 3.393 pontos.
3 – Haddad diz que governo negocia mudanças nas regras do crédito rotativo do cartão
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na segunda-feira que o governo está negociando com os bancos mudanças nas regras do crédito rotativo, e que o tema estará entre 14 medidas a serem anunciadas em breve pela equipe econômica para estimular o crédito.
“Estamos negociando o rotativo faz tempo. Já propusemos, mas estamos em uma negociação; hoje, nós já vamos discutir alternativas”, disse o ministro, antes de uma reunião com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta tarde para tratar do assunto.
“Nós precisamos encontrar um caminho negociado, como nós fizemos com a redução no consignado dos aposentados.”
O rotativo diz respeito à parcela dos vencimentos do cartão de crédito que não é paga pelo consumidor na data de vencimento da sua fatura. Trata-se da modalidade de crédito mais cara para as pessoas físicas. Em fevereiro, segundo dados do Banco Central, a taxa média foi de 417% ao ano.
Após a reunião com a Febraban, Haddad disse que a conversa foi centrada no modelo atual, e que a ideia é envolver o Banco Central nas discussões. Ele ressaltou que o processo envolve muitos atores. “Tem a bandeira (do cartão), tem a maquininha, tem os bancos, tem o lojista”, disse Haddad.
Em nota divulgada mais cedo, a Febraban disse que considera “oportuna” a discussão sobre causas dos custos elevados do cartão de crédito. “Nossa expectativa é que essas conversas vão levar a um ponto de convergência. É necessário encontrarmos, portanto, mecanismos que possam endereçar as causas do elevado spread.”
Questionado, ainda antes da reunião, sobre se o governo apresentará suas medidas para suporte ao crédito nesta semana, Haddad respondeu que “nós vamos anunciar as medidas de crédito também”.
Segundo o ministro, a questão do rotativo é só uma de 14 medidas planejadas pelo governo no que diz respeito ao setor de crédito.
Haddad voltou a dizer nesta segunda-feira que há muitos fatores prejudicando o corte da taxa de juros e que esse é um desenho que “está prejudicando muito a população de baixa renda”.
A taxa Selic, atualmente em 13,75%, tem sido alvo constante de críticas do governo, que diz se tratar de um patamar que mina o crédito e impede a expansão da atividade econômica.
Arcabouço Fiscal
Haddad disse acreditar que a proposta do governo para o arcabouço fiscal será protocolado no Congresso na terça-feira, mas não descartou atrasos.
“Acho que ficou para amanhã, mas pode ser amanhã, pode ser depois”, disse Haddad a jornalistas em Brasília.
Segundo ele, o envio formal da proposta aos parlamentares depende da Casa Civil e de combinar o procedimento com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Questionado sobre se irá pessoalmente ao Congresso apresentar o texto, o ministro disse que saberá nesta terça-feira, 18, o que foi combinado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Pacheco.
Mais cedo, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, havia dito que o texto do arcabouço já foi enviado à Casa Civil.
O arcabouço fiscal, da forma como foi desenhado pelo governo, impede que os gastos do governo cresçam mais do que as receitas, mas também impõe um piso para investimentos da União.
Com Reuters
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