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5 fatos para hoje: bônus para economizar energia; vagas não ocupadas no Brasil

Na contramão da tendência do resto do mercado de trabalho, 3 setores tem ‘bolsões de vagas’ não ocupadas; veja quais são.

Oferta de vagas de trabalho em São Paulo REUTERS/Amanda Perobelli

1- Bônus para consumidor que economizar energia será menos de R$ 1 por kWh

Apesar da pretensão de conceder bônus para consumidores que economizarem energia a partir da próxima quarta-feira, 1º de setembro, o governo ainda não definiu qual será o valor. Conforme apurou o Broadcast, a equipe do presidente da República cogitou dar um bônus de R$ 1 a cada quilowatt-hora (kWh) economizado. A proposta, no entanto, foi descartada por ser considerada inviável para manter o equilíbrio financeiro do setor elétrico.

A avaliação dos técnicos é que a gratificação nesse valor é exagerada, uma vez que representaria um montante de R$ 1 mil por megawatt-hora (MWh). Para ter uma comparação, a tarifa média paga pelos consumidores residenciais hoje está em R$ 607,60 por MWh. O entendimento é que não é possível ter um custo tão alto para incentivar a redução de energia, por mais que as perspectivas para situação hídrica sejam preocupantes.

O anúncio oficial do programa de redução voluntária voltado para os consumidores residenciais foi feito pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na última quarta-feira (25) em entrevista coletiva.

O programa contará com definição de meta mínima de redução para a concessão de crédito. Pela proposta em análise, que ainda não está fechada, ganhariam desconto os consumidores que economizarem de 10% a 20% o consumo de energia.

A bonificação para os consumidores residenciais faz parte de uma série de ações do para evitar apagões em horários de pico, quando há mais demanda por energia. A aposta é que a redução da demanda ajudaria a aliviar o sistema e possibilitaria reduzir o custo da geração.

2- País tem ‘bolsões de vagas’ não ocupadas

Em meio a 14,8 milhões de brasileiros desempregados – a maior marca desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2012 -, há setores que estão contratando e vivem uma realidade completamente diferente da que predomina no país. Na construção, faltam pedreiros, azulejistas e outros trabalhadores para funções básicas. No campo, há leilão de salários para admitir vaqueiros e operadores de máquinas. E, com o avanço da digitalização, empresas de logística e tecnologia viraram grandes demandantes de mão de obra.

Os bolsões de aquecimento do mercado de trabalho com e sem carteira assinada estão concentrados em praticamente três de dez setores – agropecuária, construção e serviços prestados a empresas -, revela um estudo feito pela consultoria IDados, a pedido do Estadão, com base na PNAD Contínua. Em maio deste ano, a construção empregava quase 12% a mais do que em maio de 2020, o auge da crise sanitária. Em seguida, vem a agropecuária, com avanço de cerca de 10% no pessoal ocupado. Por fim, estão os serviços prestados a empresas, com crescimento perto de 6%.

“É uma recuperação frágil do mercado de trabalho, já que muitos setores hoje não têm aumento na ocupação em relação ao auge da crise, em maio de 2020″, afirma Bruno Ottoni, economista da consultoria e responsável pelo estudo. Ele ressalta que cinco setores têm queda da ocupação e dois – emprego doméstico e indústria – permanecem estáveis na comparação com maio de 2020. Também em relação ao período pré-pandemia, maio de 2019, quando o desemprego era alto, a maioria dos segmentos continua com o nível de ocupação no vermelho.

3- Furacão Ida atinge importante porto petrolífero dos EUA

O furacão Ida chegou à costa dos Estados Unidos neste domingo como uma tempestade de categoria 4 em Port Fourchon, no Estado da Louisiana, atingindo a infraestrutura de petróleo dos EUA com ventos de até 240 km por hora.

O Louisiana Offshore Oil Port (LOOP), maior terminal de petróleo bruto de propriedade privada dos Estados Unidos, interrompeu as entregas antes da chegada da tempestade, depois que as previsões indicaram possíveis impactos em suas áreas operacionais.

O terminal marítimo do LOOP está localizado em águas abertas a cerca de 29 km da costa da Louisiana, enquanto Port Fourchon é sua base terrestre.

O porto da Louisiana é o único terminal de águas profundas dos EUA capaz de descarregar superpetroleiros. Ele abrange cerca de 10% a 15% do petróleo doméstico do país, 10% a 15% das importações do país de petróleo estrangeiro e também está ligado a cerca de metade da capacidade de refino dos EUA, de acordo com o site do Port Fourchon. Ele também atende 90% da produção de petróleo em águas profundas do Golfo do México.

Neste domingo, mais de 95% da produção de petróleo do Golfo do México nos EUA estava suspensa, representando cerca de 1,74 milhão de barris por dia de produção, de acordo com o regulador offshore. O Golfo fornece cerca de 17% do petróleo do país.

4- Onda de covid-19 na Malásia ameaça prolongar escassez global de chips

A onda de casos de covid-19 na Malásia, país crucial na cadeia de suprimentos de semicondutores, impôs novos desafios na batalha para superar os problemas de produção industrial que se espalharam pelos setores durante a escassez global de chips. Interrupções no local acabam com as esperanças de um alívio no segundo semestre deste ano e ameaçam prolongar as incertezas sobre 2022.

A crise de oferta na Malásia, causada principalmente pela falta de profissionais, ligada a medidas de controle do vírus e combinadas com um forte aumento na demanda global, representa um novo problema para a indústria automobilística. No primeiro semestre deste ano, a escassez se deu, sobretudo, por empresas que subestimaram o ritmo de recuperação econômica e não encomendaram peças suficientes.

Agora, enfrentam dificuldades para conseguir as peças necessárias, porque os surtos de covid-19 estão prejudicando a produção.

“Achamos que o abastecimento está resolvido e, de repente, surge um problema em outro lugar”, diz Ravi Vijayaraghavan, sócio e especialista em semicondutores da consultoria Bain & Company. Algumas das principais fabricantes de automóveis do mundo, como Toyota, Ford, General Motors e Nissan, divulgaram grandes cortes de produção, atribuídos sobretudo à escassez de chips nas fábricas da Malásia.

A Ford suspendeu o trabalho por cerca de uma semana em uma fábrica de F-150 em Kansas City, no Missouri, e em uma de Fiesta em Colônia, na Alemanha, por causa da falta de peças.

A Toyota, por sua vez, anunciou que reduziria a produção global em cerca de 40% em setembro.

A General Motors comunicou que espera fabricar 100 mil veículos a menos na América do Norte no segundo semestre do ano.

Os problemas na Malásia se devem à pior onda de covid-19 no país desde o início da pandemia. A nação de aproximadamente 32 milhões de pessoas já registrou mais de 1,6 milhão de casos e cerca de 15 mil mortes, sendo mais da metade neste verão (no Hemisfério Norte).

5- Presidente do BC minimiza risco fiscal

Um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a autonomia do Banco Central, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, fez ontem um discurso mais alinhado com o governo, argumentou que os números atuais não mostram a deterioração do cenário fiscal – repetindo que há diferença entre percepção com ruídos e realidade – e ainda voltou à narrativa de que a alta dos preços é “temporária”.

“Cadê a grande deterioração fiscal? Números não mostram isso”, disse ele, durante seminário promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pela Esfera, que contou ainda com a participação do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progessistas-AL).

O discurso é bem mais ameno do que o feito no dia 13 de agosto, quando Campos Neto disse que “é impossível para qualquer Banco Central do mundo fazer um trabalho de segurar as expectativas (de inflação) com o fiscal descontrolado”. Na terça-feira passada, ele já tinha baixado o tom ao dizer que via “um pano de fundo melhor do fiscal”.

Ontem, ele citou a evolução das projeções no Boletim Focus (uma consulta semanal feita pelo BC a uma centena de economistas) e disse que as estimativas para a dívida bruta estão melhorando desde novembro de 2020 e que, neste momento, as projeções são bastante parecidas com o cenário anterior à pandemia de covid-19.

Para 2021, a projeção é de 81,5% do PIB, contra 81% da estimativa do governo antes da pandemia. Para o resultado primário (a diferença entre tudo o que o governo arrecada e o que gasta), a projeção antes da pandemia era de déficit de 1,0%, em 2021, e zero em 2022; agora, é de 1,70% e 0,30%, 0,40%, disse Campos Neto.

O presidente do BC ainda refutou o argumento de que a melhora fiscal é explicada apenas pela inflação. “A inflação teve seu efeito, mas há vários efeitos que são importantes”, disse, citando o maior consumo de bens (que geram maior arrecadação tributária) na pandemia e de serviços formais online ante informais.

Campos Neto ainda disse que existe ruído de associar processo eleitoral a medidas do governo, referindo-se a críticas de que o fundo que viria a ser criado na PEC dos precatórios (dívidas judiciais que a União é obrigada a quitar) seria usado para ampliar o Bolsa Família com o objetivo de garantir a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, tudo será feito dentro do regime de responsabilidade fiscal.

“Parte da comunicação do governo poderia ter sido de forma mais suave. Entendendo que existe ruído de associar processo eleitoral a medidas. Mas o País fez medidas estruturais na pandemia quando ninguém tinha feito, e dentro do regime de responsabilidade fiscal”, completou, destacando que o compromisso do Congresso com o fiscal é importante.

(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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