1 – Vibra Energia: lucro líquido foi de 707 milhões no 2º trimestre, alta de 85,1%
A Vibra Energia (VBBR3), maior distribuidora de combustíveis do País, reportou lucro líquido de R$ 707 milhões no segundo trimestre, o que corresponde a uma alta de 85,1% em relação a igual período de 2021. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve alta ainda maior, de 117,5% ante os R$ 325 milhões então divulgados.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Vibra Energia foi recorde e alcançou R$ 1,61 bilhão, alta de 58,3% ante o montante reportado no segundo trimestre de 2021. Com relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 1,1 bilhão), houve alta de 45,6%.
A margem Ebitda ajustada recuou para 3,4% no período, ante 3,5% no segundo trimestre de 2021 e 2,9% no primeiro trimestre.
Já a receita líquida da companhia somou R$ 47,15 bilhões no segundo trimestre deste ano, alta de 62,5% em relação a igual período do ano passado e de 22,9% ante trimestre imediatamente anterior.
Em nota, a companhia atribuiu o resultado de Ebitda à alta da cotação internacional do petróleo no período aliada ao que definiu como aumento histórico das margens de refino (“crack spread”, em inglês) do diesel.
Essa mudança repentina do nível dos preços provocou “efeitos não recorrentes” para os resultados da empresa no período, que foram parcialmente compensados por despesas de hedge de operações de importação iniciadas ainda no primeiro trimestre, mas cujo impacto no Ebitda foi considerado entre abril e junho, relata em comunicado.
Segundo a Vibra, os resultados foram “bastante superiores” ao previsto para o segundo trimestre, sobretudo quando considerada a sazonalidade usual das margens.
“Estes patamares de margens foram alcançados sem sacrifício de nossa participação de mercado. Alcançamos um market share consolidado de 28,0% no segundo trimestre, evolução de +0,2 p.p. em relação ao trimestre anterior, com destaque para a evolução de +0,9 p.p. no diesel”, informou em nota.
2 – Even tem lucro líquido de R$ 58,100 milhões no 2º trimestre, alta de 7,1%
A incorporadora Even (EVEN3) fechou o segundo trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 58,100 milhões, montante que representa uma alta de 7,1% em relação ao mesmo intervalo de 2021.
O crescimento do lucro foi resultado do aumento da receita com as vendas de imóveis, bem como avanço do faturamento com juros recebidos de clientes e aplicações financeiras.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 75,891 milhões, aumento de 15,6% na mesma base de comparação. A margem Ebitda atingiu 11,3%, baixa de 1,3 ponto porcentual.
A receita líquida totalizou R$ 672,437 milhões, avanço de 28,7%.
A incorporadora reportou margem bruta ajustada de 24,8%, retração de 3,6 pontos porcentuais.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou um ganho de R$ 41,211 milhões, um salto de 3,7 vezes.
As despesas operacionais foram de R$ 94,199 milhões, crescimento de 8,5%.
A Even reportou consumo operacional de caixa de R$ 86 milhões no segundo trimestre devido, principalmente, à aquisição de terrenos.
No fim de junho, a companhia tinha caixa líquido de R$ 414,550 milhões, baixa de 52,7% em um ano.
3 – Eletrobras avalia alienações e aquisições, busca renegociar dívida de Santo Antônio
A Eletrobras (ELET3; ELET6) está avaliando se desfazer de participações que detêm em algumas empresas do setor elétrico, ao mesmo tempo em que estuda aumentar sua posição naquelas consideradas estratégicas, disse nesta segunda-feira (15) o CEO interino da companhia, Rodrigo Limp.
No caso das aquisições, a Eletrobras está aberta a estudar algumas oportunidades, inclusive de aumento de participação na usina hidrelétrica Belo Monte, na qual já detém cerca de 50%, disse o executivo.
“Naturalmente, estava no horizonte após a capitalização fazer uma avaliação desses ativos estratégicos no qual a gente tem participação relevante, se faz sentido a gente ampliar ou não… Belo Monte é um que naturalmente será avaliado”, afirmou Limp, em teleconferência de resultados.
Ele lembrou que, no caso de hidrelétrica do Xingu, a segunda maior do país, há alguns pontos a serem considerados, como a dívida elevada do empreendimento e o aumento da exposição à fonte hídrica.
Outros sócios relevantes de Belo Monte, como Cemig e Neoenergia, já divulgaram ao mercado sua intenção de se desfazer de suas participações.
Já em relação à venda de participações, a Eletrobras busca primeiro “desbloquear” suas ações de diversas elétricas –como ISA Cteep (TRPL3/TRPL4), AES (AESB3) e Auren– que foram dadas em garantia em processos judiciais.
“Temos convicção de que conseguimos uma expertise, hoje conseguimos fazer bem mais rápido essa liberação do que há algum tempo. Tivemos êxito no caso da CEEE-T”, disse Limp.
Ainda de acordo com o executivo, o plano de alienação de participações será discutido com o novo CEO, Wilson Ferreira Júnior, e conselho de administração.
Dívida da Santo Antônio Energia
Executivos da Eletrobras disseram ainda que a companhia fará uma reestruturação da dívida da Santo Antônio Energia, empresa da qual se tornou controladora em meio ao processo de privatização.
A dívida de mais 20 bilhões da controlada passará a ser consolidada no balanço da Eletrobras no terceiro trimestre.
A CFO da Eletrobras, Elvira Presta, lembrou que o elevado endividamento reflete “uma situação do passado”, de litígio entre sócios –que, no fim, levou à execução de uma arbitragem e à saída dos demais acionistas da empresa.
“Do nosso lado, percebemos que a Saesa ter um controlador definido reduz o risco que a empresa tinha antes de ser inadimplente. Até sob a ótica dos credores, essa renegociação é bem-vinda”, disse Elvira Presta.
Segundo ela, a companhia ainda está avaliando as condições para renegociação da dívida junto a credores.
Novos focos estratégicos
Em paralelo, a Eletrobras vem buscando desenvolver novas frentes estratégicas após sua privatização, sendo a comercialização de energia uma delas.
Limp lembrou que a elétrica passará a ter grandes volumes de energia disponíveis para comercializar no mercado livre já a partir de 2023, quando se inicia o processo de descotização de suas hidrelétricas.
Nesse contexto, a companhia está aprimorando sua área de comercialização, tendo “acelerado” esse processo nos últimos meses, após a privatização, disse.
Além disso, a companhia vê a otimização de custos e despesas, o crescimento através de novos negócios e a redução de passivos contigentes como de suas prioridades estratégicas na virada de chave para a gestão privada.
4 – Brumadinho: CGU multa Vale em R$ 86 mi com base na Lei Anticorrupção
A Controladoria-Geral da União (CGU), órgão federal com atribuição para realização de auditorias públicas e outras ações de preservação da integridade da gestão pública, aplicou multa de R$ 86,3 milhões à Vale (VALE3). Em decisão publicada nesta segunda-feira (15), a mineradora foi responsabilizada por dificultar a fiscalização da barragem que se rompeu em Brumadinho (MG) em janeiro de 2019.
A ruptura da estrutura gerou uma avalanche de rejeitos de mineração, culminando em devastação ambiental e na morte de 270 pessoas. Dezenas de cidades mineiras da bacia do Rio Paraopeba foram impactadas.
A CGU considerou que a Vale infringiu a Lei Federal 12.846 de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção, que no artigo 5º elenca os atos lesivos à administração pública. A mineradora foi enquadrada em um dos incisos por “dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional”.
De acordo a CGU, entre junho e setembro de 2018, a Vale emitiu declaração que atestava a estabilidade da estrutura. O documento é obrigatório e deve ser apresentado periodicamente à Agência Nacional de Mineração (ANM), autarquia responsável por fiscalizar a atividade do setor. Sem uma declaração positiva, a Vale seria obrigada a paralisar as operações na barragem. Segundo a decisão, a mineradora deixou de apresentar informações fidedignas no sistema da ANM.
A elaboração de uma declaração de estabilidade falsa foi apontada em diversas investigações sobre a tragédia de Brumadinho. Na primeira etapa do inquérito da Polícia Federal, concluído em setembro de 2019, foram indiciados funcionários da Vale e da Tüv Süd, consultoria alemã contratada para avaliar a estabilidade da barragem. Eles foram acusados de falsidade ideológica e uso de documentos falsos, por ignorar os parâmetros técnicos adequados e forjar os relatórios de inspeção e a declaração de estabilidade.
A denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que resultou na ação criminal que atualmente tramita na Justiça mineira, apontou conluio entre a Vale e a Tüv Süd, que teriam escondido dos órgãos de controle e da sociedade a real situação da barragem. Relatórios das comissões parlamentares de inquérito (CPIs) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, da Câmara dos Deputados e do Senado também indicaram a ocorrência de manipulação na emissão da declaração de estabilidade.
Em comunicado ao mercado, a Vale anunciou que tomou ciência da decisão. De acordo com a mineradora, a CGU reconheceu que não houve prática de corrupção e nem envolvimento da alta direção, aplicando o valor mínimo da multa previsto na lei. “A Vale discorda da condenação e apresentará nos próximos 10 dias pedido de reconsideração”, registra o texto.
5 – Balança comercial tem superávit de US$ 1,173 bilhão na 2ª semana de agosto
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,173 bilhão na segunda semana de agosto de 2022. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 15, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o valor foi alcançado com exportações de US$ 7,180 bilhões e importações de US$ 6,007 bilhões.
Em agosto, o resultado comercial acumula superávit de US$1,966 bilhão.
No ano, o saldo é positivo em US$ 41,856 bilhões.
A média diária das exportações registrou nas duas primeiras semanas de agosto aumento de 11,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, com alta de 47,9% em Agropecuária, queda de 30,0% em Indústria Extrativa e crescimento de 27,7% em Indústria de Transformação.
Já as importações subiram 33,3%, com alta de 31,5% em Agropecuária, crescimento de 2,1% em Indústria Extrativa e, crescimento de 36,3% em Indústria de Transformação.
*Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil
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